Márcio Lacerda (PSB), Secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, vem a Sete Lagoas para ministrar a Palestra: Os Desafios do Desenvolvimento de MG.
Lacerda é o nome indicado para encabeçar a chapa que pretende agregar diferentes correntes políticas de Minas, a prefeitura de Belo Horizonte. A tal chapa uniria do PT ao PSDB, agregando muitos outros partidos inclusive o PMDB, união que no Post anterior é classificada de "democracia do Partido Único" - crítica de Reinaldo Azevedo.
Essa idéia de "união" também fora ventilada por aqui - "Se todos unirem-se em favor de Sete Lagoas", e a qual eu fiz severa crítica em artigo publicado com o título:
"Uma perturbadora proposta", disse:
"Imagine se você, leitor, não tivesse escolha na hora de fazer suas compras: apenas uma marca de eletrodomésticos, de veículos, de cosméticos, de supermercado... Seria tudo ou nada: pegar ou largar. Agora, imagine qual o interesse que essa empresa monopolista teria em melhorar seus processos, técnicas e produtos a fim de satisfazê-lo: nenhum, não é mesmo? Afinal, você não teria o direito de escolha.
E é mais ou menos um cenário assim, com que sonham alguns políticos locais. Eles vislumbram uma eleição sem competidores – “chapa única”. Uma coisa assim, como direi, combinada, sabe? Igual aos antigos casamentos arranjados pelos coronéis, onde se casavam os interesses. Foi esta intenção que constatamos na recente entrevista de um importante vereador governista. Diz ele: “Quem sabe até não tenha oposição na época da eleição e possa ser lançada chapa única em prol de SL?”. Para dissimular o caráter pouco democrático da proposta, teve a coragem de apelar ao saudosismo e ao desprendimento alheio: “Quem sabe não podem se perder as vaidades, para a cidade ter um ganho em termos de crescimento uniforme, unânime, voltar àquelas eras maravilhosas do passado de SL, quando tinha deputados estadual, federal (...)”. Deus do céu! Como pode um Parlamentar, propor uma coisa dessas? Onde é que nós estamos? Qual legitimidade teria esse prefeito "eleito"? A sociedade setelagoana aceitaria perder o seu sagrado direito de escolha?
Tá na hora é de aceitar outro fato: ao contrário do que gostariam alguns, Sete Lagoas não admite mais o antigo dirigismo político e saberá penalizar quem tentar ferir a democracia. Goste-se ou não, a cidade caminha a passos largos para tornar-se uma metrópole urbana, onde o eleitor, cada vez mais consciente e esclarecido toma, com liberdade, a sua decisão.
Mas, se por um lado somos desapontados por idéias antidemocráticas; por outro temos fatos democráticos a comemorar. Neste sentido, o surgimento de novas e positivas lideranças para a política é um grande alento e esperança. E foram, precisamente, estes sentimentos que se percebeu em diferentes camadas da sociedade civil com a notícia (Sete Dias) da possível participação, no pleito de 2008, do Senhor Leonardo Chaves, como candidato ao executivo local.
Creio que tais sentimentos, que o seu nome desperta, se justificam pela confiança e o respeito que Leonardo Chaves conquistou através de uma gestão moderna, transparente e de resultados à frente da instituição (Credisete) a qual preside e, talvez, também, pelo próprio fato de Sete Lagoas estar com certa fadiga dos gastos dirigentes locais e em busca de novos quadros. O certo mesmo é que, o aparecimento de nomes com estatura moral, espírito servidor e competência para liderar é uma notícia boa para a sociedade setelagoana; tanto quanto para a democracia.
Infelizmente, muita gente que poderia estar contribuindo, se ausenta do processo político. Isso ocorre, em muitos casos, porque, como diz o governador José Serra, existe um “(...) mote fatalista e acomodador, que considera a desonestidade inerente à vida pública, ao garantir que o poder necessariamente corrompe os homens (...).” E completa: “Não é assim: são alguns homens que corrompem o poder; outros, pelo contrário, combatem a corrupção no poder. Estes são os que exercem o poder como servidores do povo, ao invés de se servirem do governo para seus fins pessoais ou partidários.”
Devemos reconhecer que dispomos, ainda, de outras lideranças como: ...
Quanto ao prefeito Leone Maciel, reconhecemos o seu legítimo e meritório esforço em mostrar serviço. Agora, vendo Sete Lagoas como cidade competidora de investimentos, por exemplo, é forçoso deixarmos o ufanismo de lado e não nos comparar, apenas conosco mesmo. Ou seja: numa visão reducionista, se compararmos a gestão atual com certas gestões anteriores, podemos até considerar que está bom. Entretanto, num olhar mais abrangente, verificando os progressos conquistados por outras cidades, veremos que existem outros paradigmas de projeto e de gestão.
Enfim, vivemos num país livre e, portanto, temos o direito de conhecer e de escolher entre diferentes projetos, valores e visões para o futuro de Sete Lagoas, qual será o cominho que queremos. Viva a democracia!"
Mais sobre o Seminário: "Sete Lagoas: Perspectivas e Desafios Para Crescer Com Qualidade". Data: 18 de março de 2008 - Centro Universitário de Sete Lagoas - Unifemm.
O evento é uma parceria do Jornal O TEMPO, Prefeitura de Municipal, UNIFEMM e Acisel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário