A bússola que todo candidato deve ter
Através de pesquisas, ele aumenta as suas chances: fica conhecendo o seu próprio perfil e, também, o perfil do eleitor.
A pesquisa é, hoje em dia, um dos instrumentos indispensáveis de uma campanha eleitora. É impossível fazer uma boa campanha sem utilizar, e bem, esse instrumento de aferição da opinião pública. E ela não serve apenas para medir o "ibope" dos candidatos e prever quem vai ganhar.
ALIÁS, ESSE TEM SE TORNADO UM EQUÍVOCO COMUM NAS CAMPANHAS ELEITORAIS. QUANDO SE CONSULTA O ELEITORADO MUITO TEMPO ANTES DAS ELEIÇÕES, A INTENÇÃO DE VOTO COLETADA NAS PESQUISAS ESTIMULADAS NEM SEMPRE REFLETE UMA REAL SITUAÇÃO. EM GERAL, AFERE-SE APENAS UM RECALL SOBRE O NOME DO PRETENSO CANDIDATO, UMA LEMBRANÇA DO ELEITOR SOBRE SEU NOME. ISSO NÃO SIGNIFICA, NECESSARIAMENTE, INTENÇÃO FUTURA DE VOTO.
Muitas vezes, mais importante que descobrir a intenção de voto, será saber qual a rejeição do candidato, ou seja, o lado negativo. Sabendo-se das restrições, o candidato poderá trabalhar suas qualidades para superar os problemas, e melhorar sua comunicação com o eleitorado.
Há dois tipos de pesquisas: a qualitativa e a quantitativa. A qualitativa é feita em ambientes fechados, com pequenos grupos de pessoas e afere questões como o perfil do candidato, o diagnóstico do cenário político, as bandeiras de campanha, o processo de formação da opinião pública, o programa do horário eleitoral. A quantitativa é a que mede quantos eleitores pretendem votar no candidato, quantos gostaram do seu programa do horário eleitoral etc. Portanto, a qualitativa afere conceitos e a quantitativa, números. Ambas são importantes. Uma completa a outra.
Embora se deva levar em conta que as pesquisas têm margens de erro, não são 100% exatas, elas podem ser comparadas a uma espécie de bússola, que vai indicar o caminho por onde o candidato deve seguir até a vitória final.
É fundamental o candidato saber, antes de começar a eleição, o que os eleitores pensam dele. Ou seja: qual é a imagem que eles têm dele? Porque, se for uma imagem negativa, dá tempo de ele corrigir aqueles detalhes que ele próprio às vezes nem percebe, mas que o eleitor reprova.
A questão da imagem ganhou importância principalmente depois de 1992, com o impeachment de Fernando Collor. Diz a profissional em pesquisas Maria Tereza Monteiro:
"Em todos os trabalhos que fizemos" conta ela "todos falaram isso: se a gente tivesse olhado nos olhos dele, não tinha votado nele, tinha olhos de doido, nós é que não vimos. Então, hoje, o eleitor prestam atenção se o candidato coçou a cabeça, se olhou para baixo, se gaguejou, se entortou a cabeça - ah, está de boca torta, está mentindo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário