quarta-feira, 9 de abril de 2008

Prefeitos mineiros são presos por suspeita de fraude

ATUALIZADO 04/07/2013

Ex-prefeito de Montes Claros é procurado durante operação contra quadrilha que desviou mais de 70 mi

Hoje em Dia


Uma operação para desarticular uma organização que desviou mais de R$ 70 milhões em pelo menos 11 prefeituras mineiras é realizada nesta manhã pela Polícia Federal (PF). O ex-prefeito de Montes Claros, no Norte de Minas, Luiz Tadeu Leite (PMDB)  é um dos alvos e está sendo procurado fora do país. Já os prefeitos José Benedito Nunes, de Janaúba, e Warmillon Fonseca, de Pirapora, estão presos. A PF não revelou o nome dos outros detidos, mas uma entrevista coletiva sobre a operação será concedida às 11 horas.
Conforme a PF, os recursos públicos também foram desviados nos estados do Espírito Santo, São Paulo, Pará, Sergipe, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Bahia. Batizada de “Operação Violência Invisível”, as investigações apontaram fraudes em processos licitatórios destinados à aquisição de precatórios judiciais em mais de 100 cidades. A quadrilha formada por empresas, pessoas físicas, servidores públicos e ex-prefeitos, fraudava processos licitatórios, direcionando as contratações a uma das empresas integrantes da organização. Essa empresa vencia as licitações com o compromisso de fazer a compensação entre precatórios judiciais e as dívidas das prefeituras, sob o argumento de uma economia de até 30% sobre os valores devidos ao INSS, prática proibida expressamente pela lei.

Os municípios mineiros que sofreram com a ação do grupo foram: Águas Vermelhas, Capelinha, Caratinga, Ipatinga, Itambacuri, Janaúba, Montes Claros, Pirapora, Rio Pardo de Minas, Várzea da Palma, Varzelândia, além do Consórcio intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (CISRUN).

A lista com os nomes de outros municípios que surgiram durante as investigações bem como as provas colhidas serão compartilhadas com a Receita Federal do Brasil, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Tribunais de Contas dos Estados lesados, Receitas Estaduais, Polícias Civis e Ministério Público Federal, a fim de subsidiar os eventuais procedimentos administrativos, inquéritos e investigações, com a finalidade de se promover a recuperação do dinheiro público desviado.

FERNANDA PENNA, O Tempo on-line

Zé Branco, de Cachoeira da Prata, está entre os presos.

BELO HORIZONTE - Sobe para 12, o número de prefeitos mineiros presos durante a "Operação Pasárgada", deflagrada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira, com o objetivo de pôr fim a um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios - FPM com prejuízo para os cofres públicos que pode ultrapassar 200 milhões de reais.
Além de Ademar José da Silva (PSDB), de Vespasiano, foram presos Carlos Alberto Bejani (PTB), de Juiz de Fora; Demétrius Arantes Pereira (PTB), de Divinópolis; Júlio César de Almeida Barros (PT), de Conselheiro Lafaiete; José Eustáquio Ribeiro Pinto (DEM), de Cachoeira da Prata; Geraldo Nascimento (PT), de Timóteo; Ademar José da Silva (PSDB), de Vespasiano; José Henrique Gomes Xavier (PR), de Minas Novas; Edson Said Rezende (DEM), de Ervália; Walter Tanure Filho (DEM), de Medina; Claudemir Carpe (PTdoB), de Rubim; e José Eduardo Peixoto (PSDB), de Salto da Divisa. A operação também é realizada na Bahia, onde foram presos os prefeitos Paulo Ernesto Peçanha da Silva (DEM), de Itabela, e Gilberto Balbino (PR), de Sobradinho. De acordo com a PF, além dos políticos, um juiz federal, nove advogados, quatro procuradores municipais, quatro funcionários do Judiciário, um gerente da Caixa Econômica Federal e um lobista foram detidos.
Os investigados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, exploração de prestígio, fraude a licitação, quebra de sigilo de dados e lavagem de dinheiro, com penas que, somadas, podem chegar a 20 anos de prisão, além de sonegação fiscal a ser apurada pela Receita Federal do Brasil.
Na operação foram mobilizados 500 policiais federais para cumprir 100 mandados de busca e apreensão e outros 50 mandados de prisão em Minas Gerais, na Bahia e no Distrito Federal. Compõem as equipes de policiais 23 analistas de finanças e controle da Controladoria Geral da União.
Juiz de ForaNa casa do prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto Bejani (PTB), a polícia encontrou uma pistola 9mm, de uso exclusivo das Forças Armadas, sem registro. Segundo a PF, também foram encontrados cerca de R$ 1 milhão, em dinheiro.
A polícia também interditou dois andares do prédio da prefeitura que fica no centro da cidade - o quatro andar onde fica os contratos de licitação, e o nono, onde está o gabinete do prefeito. Alberto Bejani foi encaminhado à sede da PF em Belo Horizonte.

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