Com a decisão definitiva do PT de vetar a aliança com PSDB em BH, como vocês podem ler na matéria de Vera Rosa do Estadão abaixo, é quase certo que o sonho de Maroca ter o PT, pelo menos formalmente acabou. Não creio que o diretório nacional aprovaria à aliança em Sete Lagoas. Por quê? O princípio é o mesmo de BH. O PT não quer fortalecer o concorrente Aécio que quer tomar do PT a presidência. E Sete Lagoas tá dentro do mesmo raio de influência do governador - dá prá dizer que Sete Lagoas faz parte "informalmente" da grande BH.
"É mas o PT pode dar apoio informal ao PSDB." Pode, claro. E muitos petistas apoiaram. Aqueles que não tem uma visão estratégica de seu projeto nacional creio que faram isso. Eles abdicaram de ser o velho PT autêntico. Nem o PT é mais o mesmo sabemos todos. Porém, o PT nacional não é burro de ignorar 2010. A conta que os militantes locais se esquecem de fazer o diretório nacional está atento como mostrou ao agir e impor este veto.
A consequência é que a esperança que Maroca tinha - e ainda tem -de levar o tempo de TV do petismo pode acabar e ele ter que "se virar nos 30". Mais, aquela reca de petistas graudos que vieram desfilar em sua campanha passada não virão mais, a começar por Patrus Ananias, não é verdade? Dessa forma o apoio informal não valerá quase nada.
Confirmada minha tese de que o que vale para BH valerá para SL, a família Paiva pode estar vendo fracassar antecipadamente seu projeto. Todo o esforço feito pode não ter valido muito. A ida do Celsinho para o PT; o lançamento de sua candidatura, enfim, pode ter dado errado. Com isso estratégia do "não candidato, candidatissimo", que nunca me enganou, a tática de chegada foi-se ou ainda vai para o beleleu. E fantasia do eleitor está se esmaecendo rapidamente, e acelerou agora depois do: "IRMÃO X IRMÃO".
E qual é a saída? ( ) Desistência ( ) Dizer ao que veio - se puder ( ) Mater o silêncio, que era estratégico e agora é fatal ( ) Abrir a boca e sofrer a legitima contestação, pela inconsistências...
Mas não sou eu, seu adversário, que vou lhe dizer o que fazer, até porque eu não sei.
A MATÉRIA:
Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Sem usar o verbo "vetar", o Diretório Nacional do PT proibiu hoje a coligação com o PSDB na campanha eleitoral para a Prefeitura de Belo Horizonte (MG), mas abriu brecha para o apoio informal dos tucanos à chapa, como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo na edição desta sexta-feira, 30. A resolução aprovada foi resultado de um acordo político da cúpula do PT com o prefeito de Belo Horizonte,
Fernando Pimentel (PT), para resolver o impasse.
Num jogo de palavras mais ameno, o PT trocou o verbo "vetar" por "recomendar". Diz a resolução: "O Diretório Nacional resolve recomendar que o Diretório Municipal do PT de Belo Horizonte volte a discutir e deliberar sobre a política de alianças aprovada, afastando a possibilidade de coligação com o PSDB e o PPS."
Na prática, o PT vetou a dobradinha, mas não poderá impedir que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), apóie informalmente a chapa, que será encabeçada por Márcio Lacerda, do PSB, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Aécio. O candidato a vice na chapa de Lacerda é o deputado estadual Roberto Carvalho, do PT.
Após a decisão, que contou com apenas duas abstenções, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), evitou falar em aliança informal. Questionado se o PT recusaria o apoio dos tucanos, ele desconversou: "Esse é um assunto para o Diretório do PT de Belo Horizonte acompanhar." Berzoini admitiu que o PT sai desgastado do episódio. "Seria hipocrisia avaliar que não há processo de desgaste. O processo não foi bom par ao PT, mas foi pedagógico", afirmou.