quarta-feira, 25 de junho de 2008

Do Blog do Reinaldo Azevedo: "Ruth: altivez decorosa"

O texto a seguir é Reinaldo Azevedo, farei, até o final de semana, um texto falando desta grande mulher que o Brasil perdeu:
Morre uma parte da civilidade, da inteligência, do rigor intelectual, da discrição, da altivez decorosa. Ruth Cardoso foi uma das melhores pessoas que conheci — escrevo isso como jornalista, não como amigo ou pessoa que privasse da intimidade do casal Cardoso, o que nunca aconteceu. Em junho de 1997, há exatos 11 anos, a revista República dedicou-lhe uma capa: era uma entrevista que eu havia feito com ela.

Foi um encontro agradável, ameno, sereno. Seu marido, o então presidente Fernando Henrique, ela própria e o Comunidade Solidária, programa que presidia e ao qual continuou a dedicar boa parte de seu tempo mesmo depois que FHC deixou o poder (aí com o nome de Comunitas), eram alvos dos ataques da esquerda petista os mais boçais. Tentei arrancar dela uma palavra mais dura contra os detratores. Nada! Imperturbável, serena, expressava a convicção de que o presidente estava criando as bases para tirar o país do atoleiro do Terceiro Mundo e do terceiro-mundismo e defendia com energia o aspecto não-assistencialista do Comunidade Solidária. E estava certa nos dois casos. Ruth sabia ser dura sem ser estridente.

Nada a irritava mais — e ela se encarregou de proibir tal tratamento — do que ser chamada de “primeira-dama”. Por que não? Ela me explicou: “Porque é uma tradução muito literal, imediata, do termo em inglês, que tem história. Não passaria pela cabeça de ninguém, nos EUA, dizer que não gosta da expressão first lady. Aqui no Brasil, dama não é um termo que se use...” E foi adiante, explicando que a expressão, em nosso país, designava um outro tipo de mulher. Segundo Ruth, a mulher de presidentes e chefes de governo, na modernidade, “são profissionais, pessoas que têm independência intelectual e pessoal”.

Pois é...
Ela tinha, sim, tal independência intelectual e pessoal, como sabem todos aqueles que privaram da intimidade do casal Cardoso: diante do presidente, do marido, do PSDB... Não era do tipo que condescendesse com o interlocutor para ser agradável. De uma educação sempre exemplar, sabia discordar e dizer “não”, quando necessário, sem ambigüidades.
Não faz três meses, os tontons-maCUTs que tomaram a política de assalto tentaram enredá-la numa acusação de uso irregular do dinheiro público. Quando ficou claro que o governo havia feito um dossiê para tentar jogar na lama o seu nome e o do marido, tanto ela como FHC pediram que se desse plena publicidade aos gastos. Dilma Rousseff, de quem se fala bastante abaixo, ligou para a sua casa para negar, vejam só, a existência do dossiê. E, no entanto, ele existia.
Era, em suma, a voz do avesso do que Ruth sempre foi: transparente, austera, de caráter reto, hostil a chicanas, sem jamais precisar desdizer no dia seguinte o que dissera no anterior. Ao telefone, Dilma tentou tranqüilizá-la à sua maneira: que Ruth ficasse tranqüila: os gastos continuariam sob sigilo. A interlocutora da ministra era gente de outra cepa. E ficou foi bastante intranqüila com tão generosa promessa: afirmou à ministra que ela, Ruth, fazia questão de que tudo fosse divulgado. Porque nada havia a esconder. A mulher de FHC, em suma, não tinha segredos a serem guardados por Dilma Rousseff.
Ruth tinha dois stents no coração. Era uma paciente cardíaca, o que pouca gente sabia porque ela jamais permitiu qualquer zona de ambigüidade entre a vida privada e a sua atuação pública. Ainda que fosse desprovida de todas as outras óbvias qualidades, tinha uma que faz uma falta imensa ao país: decoro.
É isto: Ruth morreu, e o país ficou menos decoroso.Um golpe imenso para o seu parceiro de 56 anos, Fernando Henrique Cardoso.
O velório será na Sala São Paulo, e o sepultamento está marcado para amanhã, às 10h.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Eleições 2008: um E-mail de Emílio Vasconcelos

Leonardo,

Confesso que para mim foi um surpresa o resultado da convenção do DEM.. Posições claras, definidas e principalmente polemicas, por serem corajosas, sua marca agora registrada. Parabens, perseverança, determinação e, repito coragem, dão resultado. Convencionais do DEM hoje demonstraram isto. Parabens sim ao Dr. João. Fez e tem por merecer. Parabens ao Presidente Antonio Pontes, conduziu com a liderança que conquistou por sua história e a e merece. Quanto a você, surpresa, porem, grata surpresa.

Abraço,

Emílio de Vasconcelos Costa

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Antecipei aqui no blog o esquema que a PF está investigando

Compare o texto da Folha online de hoje, com o que está em azul, onde eu alertava a sociedade para risco de falcatrua:
Da Folha online:
Outro caminho para os desvios ocorria pelos empréstimos do BNDES para a execução das obras. No total, a PF identificou a liberação de R$ 700 milhões para as obras do PAC, além de identificar mais de R$ 2 milhões que estavam previstos para serem executados no esquema.

REAJA SETE LAGOAS!!! VAMOS IMPEDIR QUE A CIDADE FAÇA O ESTRANHÍSSIMO EMPRÉSTIMO DE 77 MILÕES DO SUSPEITO BANCO BNDES
O "PROJETO DE LEI Nº 061/2008 – Altera a Lei nº 7.492 de 05 de Outubro de 2007 que “autoriza o Poder Executivo a contratar financiamento com a Instituição Financeira que oferecer melhores condições, a oferecer garantias e dá providências correlatas”."Esse projeto de lei autoriza a prefeitura a tomar empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Social - BNDES. O mesmo tipo de empréstimo que colocou este banco no meio do escândalo de desvio de recursos. Escândalo que estourou há poucos dias com a prisão de diversas pessoas e vem se desdobrando dia após dia.

PF: OPERAÇÃO JOÃO DE BARRO

GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília
A Polícia Federal realiza buscas nesta sexta-feira nos gabinetes dos deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG) durante a operação para combater o desvio de dinheiro público para casas populares e estações de tratamento de esgoto em vários municípios.
A operação, batizada de João de Barro, cumpre 231 mandados de busca e apreensão e 38 de prisão temporária em sete Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e os de prisão pelo juiz Hermes Gomes, da 2ª Vara de Governador Valadares (MG).
Segundo a PF, uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) realizada em 29 municípios do leste de Minas Gerais revelou indícios de fraude na execução de obras.
O desfalque atingia as chamadas Transferências Voluntárias, que compreendem recursos financeiros repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e municípios em decorrência da celebração de convênios ou empréstimos cedidos pela Caixa Econômica Federal e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
De acordo com a polícia, parte dessas transferências se destinam a custear obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A Polícia Federal informou que os projetos apresentados pelo esquema receberam o repasse de R$ 700 milhões, e a operação pode impedir que mais R$ 2 bilhões tenham o mesmo destino.
Cerca de 1.000 policiais federais participam da João de Barro.

URGENTE: Polícia Federal na Prefeitura de SL

Mais detalhes daqui a pouco.


quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ao final de uma legislatura com cinco médicos, veja o estado de calamidade pública da saúde em Sete Lagoas

Conheça as reivindicações dos profissionais do PSF(Programa de Saúde da Família) que se mobilizam contra o descaso com a saúde básica de Sete Lagoas :
  • Agilidade na marcação das especialidades médicas(endocrinologia, neurologia,psiquiatria,oftalmologia), é impossível para o paciente esperar até 02 anos por uma consulta!;
  • Agilidade na marcação de exames(alguns exames demoram mais de um ano para serem agendados, ex: ultrasonografia)
  • Maior regularidade nos estoques de medicação, para evitar suspensão no tratamento;
  • Criação de um serviço de urgência ginecológica;
  • Melhoria da recepção dos pacientes do PSF quando encaminhados aos serviços de urgência;
  • Melhoria dos locais de atendimento e dos postos de PSF;
  • Perseguição e ameaças contra os funcionários do PSF, inclusive contra médicos;
  • Alguns dos profissionais do PSF de sete Lagoas recebem um dos piores salários do Brasil;
  • Evitar substituição dos médicos das unidades para melhor acompanhamento dos pacientes;
  • Melhor acompanhamento dos pacientes na Saúde Mental;
  • Liberação dos medicamentos controlados com as receitas dos médicos do PSF;
  • Respeito às prescrições de receitas e procedimentos pedidos pelos médicos do PSF;
  • Melhoria nas condições de trabalho dos agentes Comunitários de Saúde, que queixam sobrecarga;
  • Melhor organização nos serviços de urgência, com finalidade de evitar que pacientes mais graves sejam atendidos na atenção básica, onde não há recursos para melhor tratamento. PSF é uma porta de entrada ao sistema de saúde e não um tapa buraco!

Comento:

A população elegeu cinco médicos na expectativa de solucionar os graves problemas de saúde, depois de uma legislatura o resultado está aí. Pelo que se vê, eles não enfrentaram os problemas. E porque uma bancada tão forte, composta por cinco médicos não reagiu? A resposta parece estar na própria eleição deles. Explico: A sobrevivência política de muitos médicos no Brasil está condicionada à manutenção da dependência da população carente aos favores destes profissionais. Portanto, a eleição de médicos que se sustentam politicamente no assistencialismo pode ser a causa e/ou manutenção e não a solução dos problemas de saúde.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

AMBEV: Leitor traz um dado perturbador

Do leitor, comento em seguida:
Boa tarde Leonardo,
Vi no seu blog que o Aécio garantiu a Ambev em Sete Lagoas e constantemente, leio suas abordagens sobre a fábrica.
Sou de Sete Lagoas e moro em Pedro Leopoldo e desde a segunda feira,os moradores daqui garantem que a Ambev já comprou um terreno em PL para iniciar a construção da fábrica na cidade.
Será muito triste para Sete Lagoas perder este empreendimento e por causa de 400 pés de Pequis (enquanto isso um Suiço pode comprar metade da Amazônia.)
Tomara que esta notícia não seja verdade, mas onde a fumaça a fogo e aqui em PL está com muita fumaça.

Abraços!!!
Eduardo


Comento:
Como o leitor Eduardo, espero que essa informação não seja verdade, menos por estarmos perdendo tal investimento para outra cidade, no caso Pedro Leopoldo, do que o fato de que estamos perdendo para nós mesmos -, falo da perda enquanto estado de Minas Gerais. Você deve estar se perguntando: mas Pedro Leopoldo não fica por acaso, em Minas, Leonardo? Sim, fica. Porém, um estado que for tolhido a sua liberdade de receber um investimento produtivo em uma parte estratégica de seu território começa a ser derrotado. Derrotado prá quem? Para ele mesmo. Ou por acaso foi o Governador de São Paulo, José Serra, que instaurou uma lei aqui, no estado de Minas que compromete o nosso desenvolvimento de forma integral?

Não amigos, a responsabilidade por essa prezepada é nossa mesmo. A Lei 10.883 foi o estado de Minas que criou. E aposto com vocês que na época ela foi celebrada pelos, já xiitas, como uma panacéia que preservava o Pequi, e forneceria alimento aos pobres famintos, não é assim que eles fazem e na maioria das vezes nós ficamos aplaudindo sem medir direito as consequências de tais atitudes?

E a consequência de iniciativas modistas ou mal concebidas como esta lei, a gente sente agora. Ao contrário de preservar corretamente o meio ambiente, ela cria entraves ao desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento que poderia sim garantir a geração de riquezas que tirariam da miséria alguns milhares de pessoas e ainda trataria com respeito o nosso meio ambiente. E aqui eu sugiro como fiz em entrevista outro dia, que se crie áreas de preservação da mata nativa e etc. E não fique nesse papo de que o negócio é fazer compensações. Atitudes compensatórias que costumam ficar apenas na promessa fácil, no momento em que se quer atender seja uma demanda de supressão legítima ou não.

O meio-ambiente merece ser tratado com mais respeito. Por isso, temos que escolher quanto do meio ambiente deve ser preservado. Se agíssemos com uma visão racional, faríamos muito mais bem preservação ambiental e poderíamos agir sem ter que fazer promessas as quais não sabemos nem com certeza técnica se podemos cumprir.

PS.: Não se trata, ao que parece, de uma lei totalmente inútil não, mas uma lei porcamente formulada para atender diferentes realidades de nosso estado.

E o PT foi de... PSDB

Como previsto aqui no dia (15) último: em 'Encontro Municipal, PT decide fechar com Maroca. Leone e Emílio foram rejeitados pelo Partido; o Democratas não quer PT!

Eles salvam vidas


domingo, 15 de junho de 2008

PT define na terça (17)

Em 'Encontro municipal' na próxima terça-feira o PT decidirá que caminho tomar. O partido, segundo me disse Tchó(PT), já definiu que não terá candidato próprio em Sete Lagoas. Em eleição secreta eles vão decidir entre o apoio a Leone Maciel(PMDB), Maroca(PAIVA) e ainda Emílio Vasconcelos(PSB). Quanto a nós Democratas (e PT) existe uma posição de ambas as cúpulas nacionais, a qual sou fiel defensor, de que juntos não caminhamos - peço lincença aos meus amigos que estão no PT, para dizer que acho ótimo que seja assim.

Tchó me explicou ainda, que no PT o 'Encontro municipal' é superior à Convenção, que é apenas homologatória da decisão tomada.

sábado, 14 de junho de 2008

Jamelão

Do blog do Reinaldo Azevedo:


Morreu Jamelão.

Jamelão cantando Lupicínio Rodrigues era uma promessa de país. Depois pegamos o atalho do “pobrismo”.

O que é o “pobrismo”?

É a transformação da miséria num valor cultural, moral e ideológico, onde Jamelão não tem lugar. Ele era produto da lógica da superação.

Deus não sabe o que o espera. Vai tomar muita esfrega de Jamelão, com seu humor prejudicado, eternidade afora.

O jeito vai ser pedir pra ele cantar.

Democratas lança Gilberto Kassab: "Prefeito afirma que Serra é seu aliado e Alckmin, adversário"

da Folha Online
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse em entrevista a Catia Seabra e Fernando Barros de Mello publicada na Folha neste sábado (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal) que usará imagens do governador José Serra (PSDB) em sua campanha à reeleição e que não dará trégua ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu adversário na disputa, no primeiro turno.

Na entrevista, Kassab disse que Alckmin está no seu governo, uma vez que foi eleito vice-prefeito em 2004 pela aliança PSDB-DEM. "Ele está no meu governo. Se tiver críticas, estranho que não tenha feito antes."

O prefeito disse também que fica "feliz" com o fato de tucanos apoiarem a sua candidatura. Na avaliação de Kassab, seria uma hipocrisia ele dizer que não fica feliz em ver "companheiros" defendendo a manutenção da aliança PSDB-DEM. Segundo ele, há "condições técnicas" para que os dois partidos permaneçam juntos ainda no primeiro turno.

O DEM oficializa hoje a candidatura de Kassab à reeleição. O partido realiza sua convenção a partir das 9h na Assembléia Legislativa do Estado. Kassab deve encabeçar a coligação formada pelo DEM, PMDB, PV e PR. A vaga de vice na chapa, no entanto, deve ficar em aberto até a convenção do PSDB, marcada para o dia 22.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Aécio prometeu que AMBEV vem para Sete Lagoas

O governador, Aécio Neves, revelou que se reuniu esta manhã, com o procurador geral do estado, para encontrar uma solução para a instalação da AMBEV em Sete Lagoas. Pelo que explicou o governador deverá haver uma adaptação no projeto. Apesar de ainda existir obstáculos para solução definitiva da questão, ele prometeu que a empresa virá mesmo para Sete Lagoas.


Eu, Leonardo Barros e o governador Aécio Neves, hoje na inauguração da Av. Norte-Sul

A convenção do Democratas será no dia 22

A convenção do Partido Democratas para escolha do candidato a prefeito será no próximo dia 22.
Quem, leitor, você quer como candidato a prefeito pelo Partido Democratas: o meu colega João Batista ou eu, Leonardo Barros? Faça a sua escolha, vote na nova enquete.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Candidatos com 'ficha suja' podem concorrer, reafirma TSE

Mirella D'Elia Do G1, em Brasília:
Decisão permite candidatura de político que responde a ação, sem condenação definitiva.TSE manteve entendimento de 2006.

Apesar da ameaça de alguns Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de que vão barrar o registro de candidatos com “ficha suja” nas eleições municipais de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve, nesta terça-feira (10), decisão que permite a candidatura de políticos que respondam a processos judiciais, desde que não haja condenação definitiva.

Por 4 votos contra 3, os ministros entenderam que são inelegíveis apenas aqueles que não possam mais recorrer de condenações. O TSE manteve entendimento firmado em setembro de 2006.

Na ocasião, o tribunal aceitou recurso do ex-deputado federal Eurico Miranda (PP-RJ), que teve o pedido de registro de candidatura negado pelo TRE do Rio de Janeiro (TRE-RJ) por considerar que ele não tinha “postura moral” para exercer cargo público. O TSE entendeu que Eurico poderia disputar as eleições mesmo respondendo a processos judiciais.

Câmara de Sete Lagoas terá que suspender transmições via TV

Durante o período de campanha eleitoral a Câmara terá que suspender as transmissões das reuniões via TV. Se não fizer poderá ser caracterizado como propaganda institucional dos parlamentares. Isso ficou claro no seminário promovido pela própria Câmara hoje.

domingo, 8 de junho de 2008

Veja: Vitória de Obama quebra um tabu racial de séculos

Da Veja:
Ao se tornar o primeiro negro com reais chances de ser eleito presidente dos Estados Unidos, o senador Barack Obama rompe com uma escrita que já durava 389 anos.
Na quarta-feira passada, 4 de junho de 2008, Barack Hussein Obama, 47 anos em agosto, acordou para viver seu primeiríssimo dia como o primeiríssimo negro na história dos Estados Unidos a virar candidato à Casa Branca por um partido grande e, portanto, com chances de ser eleito presidente do país. Com isso, Obama quebrou um tabu de mais de três séculos, tempo em que a nação sequer chegou perto de ser comandada por um descendente de africanos. O feito do senador mereceu destaque na reportagem de capa de VEJA desta semana.

Obama é o primeiro negro a chegar nessa posição depois de 389 anos do desembarque da leva inaugural de escravos africanos na América inglesa. É o primeiro a chegar lá quando os Estados Unidos vão celebrar no mês que vem 232 anos de vida independente – e democrática. É o primeiro decorridos 143 anos da guerra civil americana, na qual 20.000 negros morreram como combatentes das forças da União.
Mais: antes de obter a posição de proeminência política da semana passada, os negros americanos passaram 250 anos sob a escravidão e outros 100 sob o regime de segregação racial, durante o qual os negros eram proibidos de morar no mesmo bairro que os brancos, usar o mesmo banheiro público, ir à mesma escola. Em agosto de 1961, quando o candidato nasceu, os casamentos interraciais eram proibidos em pelo menos 16 estados americanos, e a discriminação racial em empregos e lugares públicos não era apenas tolerada. Tinha amparo legal.
Tolerância – Com a vitória de Obama, os olhos do planeta se voltaram para os Estados Unidos. Depois de quase oito anos da política arrogante do presidente George W. Bush, que fez uma guerra sozinho e virou às costas para os dilemas ambientais do mundo, a escolha de um negro, e um negro que passou parte da infância num país islâmico, soa como uma mensagem de tolerância. Tanto que foi recebida com aplausos pela direita e pela esquerda na França. Com elogios dos verdes e dos conservadores cristãos na Alemanha.

UM JÁ FOI, FALTA O OUTRO
Hillary Clinton, dona da máquina de arrecadar dinheiro e de prestígio decisivo entre os democratas, achava que sua candidatura era imbatível, mas foi atropelada por Obama, cujo alvo agora é o republicano John McCain (à dir.): o país está farto de Bush, de guerra, de crise – mas não de McCain

Entenda como Obama pode mudar ainda mais a história de seu país, na íntegra da reportagem (exclusiva para assinantes).

PT eleva o tom e indica a porta de saída a Pimentel

MARCELO PORTELA - REUTERS
BELO HORIZONTE - Integrantes da direção nacional do PT afirmaram que haverá intervenção no diretório da capital mineira caso prevaleça, na convenção do partido, no sábado, a tese da aliança com o PSDB nas eleições municipais em Belo Horizonte.

A coligação é apoiada pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (MG), que lançaram a candidatura de Márcio Lacerda, do PSB.

Nesta segunda-feira, representantes da direção nacional petista se reuniram em Belo Horizonte para traçar uma estratégia de ação e elevaram o tom do discurso. "Como é possível o PT se declarar oposição ao governo de Minas Gerais e apoiar a chapa encabeçada pelo candidato e ex-secretário do governador Aécio Neves", indagou Marco Sokol, do diretório nacional, referindo-se a Lacerda, que deixou o cargo de secretário do Desenvolvimento Econômico para concorrer à prefeitura. "Se o Pimentel quiser se coligar com Aécio e abandonar o partido pensando no Palácio da Liberdade, em 2010, pode ficar à vontade", disse Sokol a jornalistas antes da reunião.

Executiva nacional do Democratas quer expulsar vice-governador do RS do partido

Do G1:
Senador Heráclito Fortes (DEM-PI) diz que 'crime não se combate com crime'.Feijó divulgou gravação com ex-secretário de Yeda sobre financiamento com verba pública.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que é membro da executiva nacional, disse neste domingo (8) que vai pedir na quarta-feira (11) a expulsão do vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM), do partido.

"Vou propor a expulsão dele do partido porque crime não se combate com crime. Se ele tinha informação de algum erro, que tomasse providências legais para combatê-lo e corrigir o problema. Se denunciamos grampo, escuta ilegal, dossiê, não podemos concordar com isto", disse Heráclito.

Na sexta-feira (6), Feijó divulgou uma conversa de 20 minutos que teve no dia 26 de maio com o chefe da Casa Civil Cézar Busatto, no qual foram tratadas questões polêmicas. Entre elas, o financiamento de partidos políticos por órgãos públicos como o Detran e Daer, a CPI do Banrisul e a relação entre a governadora Yeda Crusius (PSDB) e seu vice.

No sábado (7), a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), anunciou que aceitou os pedidos de demissão do chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, do secretário-geral de Governo, Delson Martini, do chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Nilson Bueno.

O dialogo foi gravado pelo próprio vice-governador e divulgado pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Fabiano Pereira (PT). Como o áudio é de difícil compreensão o deputado fez a leitura de transcrição da conversa. "Todos os governadores só chegaram aí com fontes de financiamento, ou do Detran ou do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer)", teria dito Busatto, de acordo com a transcrição.

"Gravações são instrumentos inaceitáveis para nós, apesar de sabermos que, infelizmente, o governo federal faz uso deles", diz o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ).

"São métodos típicos do estado policialesco que condenamos e não vamos compactuar com isto", diz em resposta a cobranças do PSDB da governadora Yeda Crusius. O episódio de delação pública do vice da governadora tucana provocou abalo na parceria nacional entre o DEM e o PSDB.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que também participa da executiva nacional, concorda. "O que está acontecendo em setores da administração do Rio Grande do Sul não é bom, mas não se combate nenhum tipo de irregularidade nem se constrói um partido com base no grampo, na traição e na delação."

Maia e Aleluia insistem na tese de que não se combate um crime praticando outro crime, e argumentam que Feijó tinha muitas alternativas e instâncias para levar as suspeitas ou provas de corrupção dentro do governo.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Azeredo e Costa reatam, terá reflexo em 2010? Creio que sim: tanto em nível estadual quanto nacional

Do Jornal O Tempo:
Reconciliação: Hélio Costa e Eduardo Azeredo reatam
Depois de mais de uma década de rancor provocado pela acalorada disputa eleitoral para o governo de Minas, em 1994, o senador Eduardo Azeredo (PSDB) e o ministro Hélio Costa (PMDB) resolveram pôr fim ao mal-estar. Azeredo e Costa conversaram sobre política em um bate-papo despretensioso no gabinete do ministro na última terça-feira. O padrinho da reconciliação foi o suplente de Costa no Senado, senador Wellington Salgado (PMDB).

Grupo de Serra reúne assinaturas para deter Alckmin

da Folha Online
O grupo de apoio do governador José Serra (SP) no PSDB recolhe assinaturas para tentar pela última vez uma união entre os tucanos e o DEM, de Gilberto Kassab, na disputa à Prefeitura de São Paulo, revela o blog do Josias.

O partido realiza em 22 de junho a convenção para formalizar a candidatura de Geraldo Alckmin. A idéia do grupo de Serra é conseguir o apoio do partido para Kassab como candidato e Geraldo Alkcmin, vice.

Reunido com a cúpula nacional do DEM, Kassab informou que o abaixo-assinado tucano pró-coligação já reúne 570 nomes. Segundo o blog, faltariam cerca de 30 assinaturas para alcançar a maioria na convenção do PSDB, composta de 1.200 delegados.
A ala pró-Alckmin diz que os apoiadores da coligação blefam e que as adesões à composição com Kassab não passam de 400.

Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, diz que "nosso candidato será o Geraldo [Alckmin]. A convenção vai sacramentar o nome dele. É com essa perspectiva que estamos trabalhando"

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Uma reunião Eletrizante

Um gesto de carinho
Surpreendendo a audiência, Leonardo Barros fez um gesto que encantou especialmente as mulheres presentes. O que ele fez? Foi até onde estava sentada sua esposa, Marilzinha, e deu-lhe as mãos, trazendo até a frente. Ali ele apresentou-a aos correligionários... e fez uma declaração de amor a ela(foto).


Ps.: Marilza, esposa de Leonardo é pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e Gestão Empresarial. Trabalha há 12 anos na Superintêndencia Regional de Ensino. É funcionária efetiva e coordena diversos projetos do governo estadual em nível regional: SL, Matozinhos...

AMBEV - Um E-mail de Renato Azeredo

Prezado Leo,

Boa noite. Me desculpe pela demora mas realmente tenho trabalhado e viajado muito prestando assistência aos clientes do meu escritório de advocacia.

Primeiramente, gostaria de te parabenizar pelo blog que trata-se de meio de comunicação muito interessante e pode divulgar e muito os fatos que acontecem em Sete Lagoas de uma forma imparcial.

Gostaria de te dizer que hoje o Sr. Milton Selligman (Presidente da Ambev) esteve pessoalmente com o meu pai no Gabinete em Brasília, e após tal encontro foram feitos diversos contatos para tentar enfim resolver a questão da Ambev, foram feitos contatos com o Dep. Dr. Viana que tem ajudado neste caso, Dep Mauri Torres que é o lider do Governador na Assembléia, Vice Governador Anastasia e ainda com o Procurador Geral do Ministério Público Dr. Jarbas Soares no sentido de que a questão seja resolvida o quanto antes evitando-se assim que a nossa querida terra venha a perder mais este grande investimento.

No mais ficarei na torcida para que tudo dê certo e nossa Sete Lagoas cada vez se destaque ainda mais.

Um abraço,

Renato Azeredo

terça-feira, 3 de junho de 2008

AMBEV

A solução deverá sair mesmo via decreto do governador. E por que está demorando tanto? É o caso de a comunidade de Sete Lagoas ir a Belo Horizonte (Palácio) pressionar à autoridade estadual?

"Apoio branco é negócio para vagabundo"

"Apoio branco é negócio para vagabundo"
Por Christiane Samarco e Vera Rosa, no Estadão:
Entre o PT do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o PSDB do governador de Minas, Aécio Neves, o PSB fica com o tucano. A Direção Nacional da legenda já decidiu bater o pé e não aceitar que o PT lhe imponha vetos na escolha dos partidos que participarão da aliança em torno da candidatura de Márcio Lacerda (PSB) a prefeito da capital mineira. Além disso, o presidente do PPS, Roberto Freire, reforçou o coro e fez ontem um apelo a Aécio para que não apóie informalmente o PT na eleição em Belo Horizonte.(...)"Nós fizemos um acordo com Pimentel e acerto feito entre pessoas honradas não se descumpre", afirmou o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP).Pelo acordo, o Diretório Nacional do PT despachou a "batata quente" para a seção municipal do partido, na sexta-feira, com a recomendação para que os colegas voltassem a discutir a política de alianças em Belo Horizonte, "afastando a possibilidade de coligação com PSDB e PPS". Para contornar a crise, porém, a cúpula petista não rotulou a censura como veto. Em conversas reservadas, dirigentes contam ter acertado com Pimentel que o PT excluiria o PSDB da parceria e seria autorizado o apoio informal."Apoio branco é negócio para vagabundo e os vagabundos já estão com o governo", atacou Roberto Freire. "Se Aécio cair na esparrela do PT, perderá a condição de ser líder nacional e até mesmo de Belo Horizonte."

Este post é de Reinaldo Azevedo, considerado o melhor blog sobre política do país. Veja o que ele diz sobre o rolo PT e PSDB em BH

Por Reinaldo Azevedo:

1) O ridículo em Belo Horizonte parece que não tem fundo

O vexame a que o PT pretende submeter Aécio Neves, o governador de Minas, parece não ter limites. Ricardo Berzoini, presidente do partido, divulgou hoje uma nota em que nega autorização para um acordo informal com o PSDB em Belo Horizonte. Sustenta que o Diretório Nacional reafirmou o veto à aliança com os tucanos na capital mineira. E acabou.


Segundo suas palavras: “Ao recomendar aos companheiros de Belo Horizonte que voltem a discutir e deliberar sobre o assunto, o Diretório Nacional nada mais fez do que somar, às decisões da executiva, um gesto de cordialidade e gentileza para com os defensores da coligação, de maneira que o Diretório Municipal de Belo Horizonte possa a adequar-se às decisões nacionais por sua própria deliberação, sem a necessidade de medidas estatutárias".

Mas e se Aécio insistir no apoio informal, hipótese de que trato abaixo? Berzoini está dizendo: “Problema dele”. Vale dizer: o PT aceita ser tratado como bibelô pelo governador de Minas, mas não promete tratamento idêntico.

Raramente vi situação a um só tempo tão ridícula e tão óbvia. Afinal, democracia é mesmo disputa.

2) O ET de Varginha baixou em BH e instrui os tucanécios
Leiam o que vai abaixo. Volto (ele, Reinaldo Azevedo) em seguida:
Por Eduardo Kattah, no Estadão On Line:
O presidente do PSDB de Minas Gerais, Custódio Mattos, afirmou hoje que o governador Aécio Neves está confiante num "desfecho positivo" do acordo envolvendo uma aliança com o PT e o PSB na sucessão municipal em Belo Horizonte. Mattos conversou por telefone com o governador tucano, que disse que "as coisas estavam se encaminhando bem." Interlocutores de Aécio acreditam que ele poderá ceder em nome de um entendimento, aceitando dar o apoio informal à candidatura do seu ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda (PSB), tendo como vice na chapa o deputado estadual Roberto Carvalho (PT).Na última sexta-feira, para tentar contornar uma crise interna, a Direção Nacional do PT recomendou à seção municipal do partido que afaste o PSDB da coligação formal, costurada pelo governador e pelo prefeito da capital mineira, Fernando Pimentel (PT). Apesar de aliados tucanos e do PSB demonstrarem certa indignação com a exigência, Aécio sempre ressaltou o gesto de "generosidade" do PSDB mineiro na construção da aliança. Reservadamente, ele costuma dizer que pensou em lançar para a disputa em Belo Horizonte o nome do ex-ministro Pimenta da Veiga, mas optou por um acordo em prol da cidade. Aliados avaliam que para o governador, o gesto de desprendimento significaria mais uma ação positiva em nome da construção de um "diálogo maduro" - necessário à política nacional - entre PT e PSDB."Não podemos, ao mesmo tempo que essa decisão do PT é contraditória, imatura politicamente, esquisita, reconhecendo isso, nós não podemos ter uma atitude só emocional, só simbólica, porque há interesses públicos envolvidos", disse Mattos, destacando que a parceria administrativa entre Aécio e Pimentel representou avanços para Belo Horizonte. O presidente regional do PSDB observou que nos últimos dias o processo vinha sendo conduzido diretamente e unicamente pelo governador. Os tucanos mineiros admitem que a decisão cabe a ele. Caso opte por apoiar informalmente a aliança, Aécio não poderá aparecer no programa eleitoral gratuito de televisão e rádio da chapa.Por outro lado, lideranças tucanas ainda vislumbram a possibilidade de "avanço interno" no PT e uma reversão da condição imposta pela direção nacional petista. A expectativa é que Aécio comente amanhã publicamente a resolução do Diretório Nacional do PT, durante evento pela manhã no Palácio da Liberdade. O governador vai receber prefeitos para a abertura do processo de licitação de asfaltamento de 49 novos trechos de estradas dentro do programa de pavimentação de acessos rodoviários, o Proacesso. Pimentel viajou para a Alemanha para participar de um Congresso e a previsão é que retorne na quarta-feira.

Comento (ele, Reinaldo Azevedo comentando)
Como é que é? No dia em que Ricardo Berzoini, do PT, divulga uma nota negando pela enésima vez a aliança com o PSDB, mesmo informal, os aecistas de Minas continuam a confiar num acordo? Em qual acordo? Já que falamos de Minas, cabe a pergunta: o da corda com o pescoço?

Há coisas incríveis acontecendo por ali. O ET de Varginha deslocou-se para Belo Horizonte. Segundo o tucanécio (é um tipo de tucano autóctone, só nasce em Minas) Custódio Mattos, o PSDB local não pode responder aos petistas com uma reação “também emocional”. Mas quem disse que a posição do PT é “emocional”? Ora, o partido teve muito tempo para refletir.

Acho que Mattos está defendendo mesmo é o apoio clandestino do PSDB à chapa PSB-PT. Imaginem só: o partido do popularíssimo governador, pré-candidato à Presidência da República, teria de dar sustentação a uma chapa por debaixo dos panos.

Aécio prometeu que faria algo inédito em Belo Horizonte. Está fazendo. Resta saber se é bom.

domingo, 1 de junho de 2008

CONVITE

AMIGOS,

Será um prazer recebê-los na reunião do meu partido, o Democratas.

Data: 02/06 (HOJE) - Local: Câmara Municipal - Horário: 19:30

Leonardo Barros.

Yon Goicoechea de 23 anos, lidera a resistência da Venezuela ao autôritarismo de Chaves


Na revista Veja desta semana, por Camila Pereira:
Apesar da pouca idade – apenas 23 anos –, o estudante de direito Yon Goicoechea é hoje um dos principais líderes de oposição ao governo do presidente Hugo Chávez na Venezuela. Sua atuação à frente do movimento estudantil foi considerada pelos observadores decisiva para a derrota de Chávez no referendo que lhe teria conferido mais poder e limitado ainda mais a liberdade dos venezuelanos. Por sua luta em prol da democracia, Goicoechea recebeu, no mês passado, um prêmio de 500 000 dólares do instituto americano Cato, sediado em Washington. Ameaçado de seqüestro e até de morte pelos chavistas, ele passou a tomar algumas medidas de segurança em seu dia-a-dia. Não sai mais à rua sozinho e troca o número do celular a cada quinze dias, para evitar ser grampeado. Ainda assim, vive com medo de ser vítima de um ato violento por parte do governo. Na entrevista que concedeu a VEJA, Goicoechea se revela uma voz destoante no movimento estudantil: critica o fato de tais movimentos receberem dinheiro do governo, tal qual no Brasil, e é contra invasões de reitoria como forma de protesto.


Veja – Você acaba de ganhar um prêmio nos Estados Unidos por lutar pela liberdade em seu país. Qual foi a reação do governo?
Goicoechea – O Ministério da Comunicação usou a televisão estatal para difundir a tese de que, ao conceder o prêmio a um opositor do regime, os Estados Unidos estariam fazendo uma nova tentativa de desestabilizar os governos na América Latina. Uma baboseira ideológica que choca, antes de tudo, pelo anacronismo.


Veja – Qual é sua opinião sobre esse antiamericanismo?
Goicoechea – É inaceitável o fato de a filosofia antiamericanista ainda ter espaço num momento em que os países estão cada vez mais próximos uns dos outros. Enquanto eles se abrem e claramente se beneficiam disso, a Venezuela está isolada do mundo. Também não dá para entender de onde vem tanto ódio contra um modelo que, afinal, deu certo. Fiz palestras em Harvard e Georgetown, ambas nos Estados Unidos, e vi de perto como funcionam algumas das melhores universidades do mundo. Devemos é aprender com os americanos, em vez de repudiá-los. Repare que há muito pouco de objetivo nas críticas feitas por Chávez aos Estados Unidos – são pura retórica. Adoraria ver os venezuelanos vivendo tão bem quanto os americanos.


Veja – Você costuma ser criticado por outros estudantes ao defender tais idéias?
Goicoechea – Sim, o tempo todo. Essas críticas vêm de uma minoria de estudantes que ainda apóia Chávez. Estão motivados, basicamente, por um discurso ideológico de esquerda. Segundo esses estudantes, eu seria um típico representante da direita. Com uma discussão tão ultrapassada, eles deixam de prestar atenção na questão central: quem se opõe ao governo Chávez está lutando pela possibilidade de qualquer venezuelano defender o que bem entenda e acreditar nisso sem que seja punido, como é comum hoje. Para superar um cenário tão atrasado, é preciso pragmatismo – e a insistência no debate ideológico só atrapalha.
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