Por Reinaldo Azevedo:
1) O ridículo em Belo Horizonte parece que não tem fundo
O vexame a que o PT pretende submeter Aécio Neves, o governador de Minas, parece não ter limites. Ricardo Berzoini, presidente do partido, divulgou hoje uma nota em que nega autorização para um acordo informal com o PSDB em Belo Horizonte. Sustenta que o Diretório Nacional reafirmou o veto à aliança com os tucanos na capital mineira. E acabou.
Segundo suas palavras: “Ao recomendar aos companheiros de Belo Horizonte que voltem a discutir e deliberar sobre o assunto, o Diretório Nacional nada mais fez do que somar, às decisões da executiva, um gesto de cordialidade e gentileza para com os defensores da coligação, de maneira que o Diretório Municipal de Belo Horizonte possa a adequar-se às decisões nacionais por sua própria deliberação, sem a necessidade de medidas estatutárias".
Mas e se Aécio insistir no apoio informal, hipótese de que trato abaixo? Berzoini está dizendo: “Problema dele”. Vale dizer: o PT aceita ser tratado como bibelô pelo governador de Minas, mas não promete tratamento idêntico.
Raramente vi situação a um só tempo tão ridícula e tão óbvia. Afinal, democracia é mesmo disputa.
2) O ET de Varginha baixou em BH e instrui os tucanécios
Leiam o que vai abaixo. Volto (ele, Reinaldo Azevedo) em seguida:
Por Eduardo Kattah, no Estadão On Line:
O presidente do PSDB de Minas Gerais, Custódio Mattos, afirmou hoje que o governador Aécio Neves está confiante num "desfecho positivo" do acordo envolvendo uma aliança com o PT e o PSB na sucessão municipal em Belo Horizonte. Mattos conversou por telefone com o governador tucano, que disse que "as coisas estavam se encaminhando bem." Interlocutores de Aécio acreditam que ele poderá ceder em nome de um entendimento, aceitando dar o apoio informal à candidatura do seu ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda (PSB), tendo como vice na chapa o deputado estadual Roberto Carvalho (PT).Na última sexta-feira, para tentar contornar uma crise interna, a Direção Nacional do PT recomendou à seção municipal do partido que afaste o PSDB da coligação formal, costurada pelo governador e pelo prefeito da capital mineira, Fernando Pimentel (PT). Apesar de aliados tucanos e do PSB demonstrarem certa indignação com a exigência, Aécio sempre ressaltou o gesto de "generosidade" do PSDB mineiro na construção da aliança. Reservadamente, ele costuma dizer que pensou em lançar para a disputa em Belo Horizonte o nome do ex-ministro Pimenta da Veiga, mas optou por um acordo em prol da cidade. Aliados avaliam que para o governador, o gesto de desprendimento significaria mais uma ação positiva em nome da construção de um "diálogo maduro" - necessário à política nacional - entre PT e PSDB."Não podemos, ao mesmo tempo que essa decisão do PT é contraditória, imatura politicamente, esquisita, reconhecendo isso, nós não podemos ter uma atitude só emocional, só simbólica, porque há interesses públicos envolvidos", disse Mattos, destacando que a parceria administrativa entre Aécio e Pimentel representou avanços para Belo Horizonte. O presidente regional do PSDB observou que nos últimos dias o processo vinha sendo conduzido diretamente e unicamente pelo governador. Os tucanos mineiros admitem que a decisão cabe a ele. Caso opte por apoiar informalmente a aliança, Aécio não poderá aparecer no programa eleitoral gratuito de televisão e rádio da chapa.Por outro lado, lideranças tucanas ainda vislumbram a possibilidade de "avanço interno" no PT e uma reversão da condição imposta pela direção nacional petista. A expectativa é que Aécio comente amanhã publicamente a resolução do Diretório Nacional do PT, durante evento pela manhã no Palácio da Liberdade. O governador vai receber prefeitos para a abertura do processo de licitação de asfaltamento de 49 novos trechos de estradas dentro do programa de pavimentação de acessos rodoviários, o Proacesso. Pimentel viajou para a Alemanha para participar de um Congresso e a previsão é que retorne na quarta-feira.
Comento (ele, Reinaldo Azevedo comentando)
Como é que é? No dia em que Ricardo Berzoini, do PT, divulga uma nota negando pela enésima vez a aliança com o PSDB, mesmo informal, os aecistas de Minas continuam a confiar num acordo? Em qual acordo? Já que falamos de Minas, cabe a pergunta: o da corda com o pescoço?
Há coisas incríveis acontecendo por ali. O ET de Varginha deslocou-se para Belo Horizonte. Segundo o tucanécio (é um tipo de tucano autóctone, só nasce em Minas) Custódio Mattos, o PSDB local não pode responder aos petistas com uma reação “também emocional”. Mas quem disse que a posição do PT é “emocional”? Ora, o partido teve muito tempo para refletir.
Acho que Mattos está defendendo mesmo é o apoio clandestino do PSDB à chapa PSB-PT. Imaginem só: o partido do popularíssimo governador, pré-candidato à Presidência da República, teria de dar sustentação a uma chapa por debaixo dos panos.
Aécio prometeu que faria algo inédito em Belo Horizonte. Está fazendo. Resta saber se é bom.
1) O ridículo em Belo Horizonte parece que não tem fundo
O vexame a que o PT pretende submeter Aécio Neves, o governador de Minas, parece não ter limites. Ricardo Berzoini, presidente do partido, divulgou hoje uma nota em que nega autorização para um acordo informal com o PSDB em Belo Horizonte. Sustenta que o Diretório Nacional reafirmou o veto à aliança com os tucanos na capital mineira. E acabou.
Segundo suas palavras: “Ao recomendar aos companheiros de Belo Horizonte que voltem a discutir e deliberar sobre o assunto, o Diretório Nacional nada mais fez do que somar, às decisões da executiva, um gesto de cordialidade e gentileza para com os defensores da coligação, de maneira que o Diretório Municipal de Belo Horizonte possa a adequar-se às decisões nacionais por sua própria deliberação, sem a necessidade de medidas estatutárias".
Mas e se Aécio insistir no apoio informal, hipótese de que trato abaixo? Berzoini está dizendo: “Problema dele”. Vale dizer: o PT aceita ser tratado como bibelô pelo governador de Minas, mas não promete tratamento idêntico.
Raramente vi situação a um só tempo tão ridícula e tão óbvia. Afinal, democracia é mesmo disputa.
2) O ET de Varginha baixou em BH e instrui os tucanécios
Leiam o que vai abaixo. Volto (ele, Reinaldo Azevedo) em seguida:
Por Eduardo Kattah, no Estadão On Line:
O presidente do PSDB de Minas Gerais, Custódio Mattos, afirmou hoje que o governador Aécio Neves está confiante num "desfecho positivo" do acordo envolvendo uma aliança com o PT e o PSB na sucessão municipal em Belo Horizonte. Mattos conversou por telefone com o governador tucano, que disse que "as coisas estavam se encaminhando bem." Interlocutores de Aécio acreditam que ele poderá ceder em nome de um entendimento, aceitando dar o apoio informal à candidatura do seu ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda (PSB), tendo como vice na chapa o deputado estadual Roberto Carvalho (PT).Na última sexta-feira, para tentar contornar uma crise interna, a Direção Nacional do PT recomendou à seção municipal do partido que afaste o PSDB da coligação formal, costurada pelo governador e pelo prefeito da capital mineira, Fernando Pimentel (PT). Apesar de aliados tucanos e do PSB demonstrarem certa indignação com a exigência, Aécio sempre ressaltou o gesto de "generosidade" do PSDB mineiro na construção da aliança. Reservadamente, ele costuma dizer que pensou em lançar para a disputa em Belo Horizonte o nome do ex-ministro Pimenta da Veiga, mas optou por um acordo em prol da cidade. Aliados avaliam que para o governador, o gesto de desprendimento significaria mais uma ação positiva em nome da construção de um "diálogo maduro" - necessário à política nacional - entre PT e PSDB."Não podemos, ao mesmo tempo que essa decisão do PT é contraditória, imatura politicamente, esquisita, reconhecendo isso, nós não podemos ter uma atitude só emocional, só simbólica, porque há interesses públicos envolvidos", disse Mattos, destacando que a parceria administrativa entre Aécio e Pimentel representou avanços para Belo Horizonte. O presidente regional do PSDB observou que nos últimos dias o processo vinha sendo conduzido diretamente e unicamente pelo governador. Os tucanos mineiros admitem que a decisão cabe a ele. Caso opte por apoiar informalmente a aliança, Aécio não poderá aparecer no programa eleitoral gratuito de televisão e rádio da chapa.Por outro lado, lideranças tucanas ainda vislumbram a possibilidade de "avanço interno" no PT e uma reversão da condição imposta pela direção nacional petista. A expectativa é que Aécio comente amanhã publicamente a resolução do Diretório Nacional do PT, durante evento pela manhã no Palácio da Liberdade. O governador vai receber prefeitos para a abertura do processo de licitação de asfaltamento de 49 novos trechos de estradas dentro do programa de pavimentação de acessos rodoviários, o Proacesso. Pimentel viajou para a Alemanha para participar de um Congresso e a previsão é que retorne na quarta-feira.
Comento (ele, Reinaldo Azevedo comentando)
Como é que é? No dia em que Ricardo Berzoini, do PT, divulga uma nota negando pela enésima vez a aliança com o PSDB, mesmo informal, os aecistas de Minas continuam a confiar num acordo? Em qual acordo? Já que falamos de Minas, cabe a pergunta: o da corda com o pescoço?
Há coisas incríveis acontecendo por ali. O ET de Varginha deslocou-se para Belo Horizonte. Segundo o tucanécio (é um tipo de tucano autóctone, só nasce em Minas) Custódio Mattos, o PSDB local não pode responder aos petistas com uma reação “também emocional”. Mas quem disse que a posição do PT é “emocional”? Ora, o partido teve muito tempo para refletir.
Acho que Mattos está defendendo mesmo é o apoio clandestino do PSDB à chapa PSB-PT. Imaginem só: o partido do popularíssimo governador, pré-candidato à Presidência da República, teria de dar sustentação a uma chapa por debaixo dos panos.
Aécio prometeu que faria algo inédito em Belo Horizonte. Está fazendo. Resta saber se é bom.
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