domingo, 8 de junho de 2008

Veja: Vitória de Obama quebra um tabu racial de séculos

Da Veja:
Ao se tornar o primeiro negro com reais chances de ser eleito presidente dos Estados Unidos, o senador Barack Obama rompe com uma escrita que já durava 389 anos.
Na quarta-feira passada, 4 de junho de 2008, Barack Hussein Obama, 47 anos em agosto, acordou para viver seu primeiríssimo dia como o primeiríssimo negro na história dos Estados Unidos a virar candidato à Casa Branca por um partido grande e, portanto, com chances de ser eleito presidente do país. Com isso, Obama quebrou um tabu de mais de três séculos, tempo em que a nação sequer chegou perto de ser comandada por um descendente de africanos. O feito do senador mereceu destaque na reportagem de capa de VEJA desta semana.

Obama é o primeiro negro a chegar nessa posição depois de 389 anos do desembarque da leva inaugural de escravos africanos na América inglesa. É o primeiro a chegar lá quando os Estados Unidos vão celebrar no mês que vem 232 anos de vida independente – e democrática. É o primeiro decorridos 143 anos da guerra civil americana, na qual 20.000 negros morreram como combatentes das forças da União.
Mais: antes de obter a posição de proeminência política da semana passada, os negros americanos passaram 250 anos sob a escravidão e outros 100 sob o regime de segregação racial, durante o qual os negros eram proibidos de morar no mesmo bairro que os brancos, usar o mesmo banheiro público, ir à mesma escola. Em agosto de 1961, quando o candidato nasceu, os casamentos interraciais eram proibidos em pelo menos 16 estados americanos, e a discriminação racial em empregos e lugares públicos não era apenas tolerada. Tinha amparo legal.
Tolerância – Com a vitória de Obama, os olhos do planeta se voltaram para os Estados Unidos. Depois de quase oito anos da política arrogante do presidente George W. Bush, que fez uma guerra sozinho e virou às costas para os dilemas ambientais do mundo, a escolha de um negro, e um negro que passou parte da infância num país islâmico, soa como uma mensagem de tolerância. Tanto que foi recebida com aplausos pela direita e pela esquerda na França. Com elogios dos verdes e dos conservadores cristãos na Alemanha.

UM JÁ FOI, FALTA O OUTRO
Hillary Clinton, dona da máquina de arrecadar dinheiro e de prestígio decisivo entre os democratas, achava que sua candidatura era imbatível, mas foi atropelada por Obama, cujo alvo agora é o republicano John McCain (à dir.): o país está farto de Bush, de guerra, de crise – mas não de McCain

Entenda como Obama pode mudar ainda mais a história de seu país, na íntegra da reportagem (exclusiva para assinantes).

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