Muita gente tá me perguntado se Sete Lagoas corre o risco de perder o Hospital Regional. Bem, antes de entrar na questão me permitam explicar um pouco do processo de conquista dos recursos e do projeto do Hospital Regional. O Hospital Regional foi resultado da forte mobilização política da cidade em 2007. Diante diante do gravíssimo quadro da saúde as forças políticas se uniram para tornar o sonho de um novo Hospital uma realidade. Neste sentido surgiu a ideia de um Hospital Regional que servisse a toda Microregião, a qual a cidade já é um destino natural de assistência em saúde. Porém para convencer o Governo de Minas a investir numa grande unidade hospitalar era preciso pensar em regionalização da saúde. Quer dizer, não bastava dizer ao Estado que precisávamos de um Hospital Regional para resolver os problemas da nossa microregião, mas era preciso ir além e assumir-participar de compromisso regional se quiséssemos conquistar o hospital de grande porte. E essa foi a minha proposta para ajudar a viabilizar a boa ideia do Hospital Regional defendida pelos vereadores e pela administração passada.
Dessa forma eu propus na Audiência Pública como podem assistir no vídeo abaixo a transformação de Microregião de Saúde em Macroregião. Esta proposta que foi aceita na época pelo secretário Marcus Pestana (PSDB), embasou e motivou o Governo do Aécio a construir aqui o Hospital Regional, afinal de contas esse fortalecimento e criação de uma nova Macroregião desafogaria a capital. Bem, mas porque eu estou contando essa história da conquista do Hospital Regional? Estou querendo me promover? NÃO, meu objetivo é fazer com que as pessoas saibam que foi o compromisso de assumir uma responsabilidade maior que fez o Estado aceitar levantar aqui o Hospital Regional e pode ser descompromisso com essa ideia que pode fazer Sete Lagoas perder o Hospital Regional.
E assim como jornalista Edson Paredão, editor Boca Povo, ficou sabendo extra-oficialmente que o secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana, não está satisfeito com a condução do projeto do Hospital Regional pela atual administração. Fiquei sabendo também extra-oficialmente que o Estado está querendo ampliar o tamanho do Hospital, de forma que Sete Lagoas dentro dessa ideia de Macroregionalização atenda muito mais cidades e passe a ser destino inclusive do município de Ribeirão das Neves, que hoje é atendido por Belo Horizonte.
E é por causa dessa abrangência regional que atual administração estaria conduzindo a questão com certo descaso, o que poderia fazer o Estado desistir de construir o Hospital Regional em Sete Lagoas. Reparando os movimentos da administração Maroca focado na atenção básica em saúde e um certo enfoque no Hospital Municipal ao Hospital Regional, transparece pelo menos até agora pouco interesse na nova unidade hospitalar. Isso pode ser só mesmo aparência e a atual administração estar trabalhando de forma oculta para a vinda do novo hospital? Pode, mas não é o que mostra até então. Pode mudar? Claro que sim.
Eu como já deixei claro em diversos outros assuntos quero uma cidade aberta, acolhedora e integrada a Minas Gerais, ao Brasil e ao mundo. Já disse também que por mais que esse governo, como ele próprio assumiu que é muito bairrista, o contexto geográfico não permite que Sete Lagoas se isole, para o bem e para o mal. Aliás, é um ledo engano pensar que tamanho populacional, como teme alguns membros do grupo íntimo, vai definir, por exemplo, se Sete Lagoas vai ser mais ou menos violenta. Para provar que isso, veja a uma comparação da cidade de São Paulo que é cinco vezes maior que BH e no entanto a violência é muito menor lá, acredite, que em nossa capital. Belo Horizonte, na lista das cidades com mais de um milhão de habitantes, está em segundo lugar na lista dos homicídios por 100 mil (56,6). Na nossa capital, mata-se 81,99% mais do que em São Paulo (31,1), segundo o relatório da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), elaborados com informações fornecidas pelos ministérios da Justiça e da Saúde. Então, não é o tamanho que faz a violência e sim a incompetência, a omissão...
Sete Lagoas queria ou não é parte integrante do Estado de Minas, assim ela é parte do problema e também deve ser da solução em Saúde, em Saneamento, em Educação, em Violência. Está mais que na hora de Sete Lagoas tomar coragem e assumir um papel de liderança dentro do estado. Se a cidade quer enviar representantes na próxima eleição para a Assembleia tem que mudar já sua atitude, sua visão, fazer os deveres básicos e pensar grande. Não dá para se isolar mais não. E que tal começar aceitando esse desafio de participar da solução da saúde regional. Por isso eu digo, Hospital Regional já!, e também aquela outra empresa que eu não preciso nem dizer que vocês sabem qual é!
Um comentário:
Leonardo.
Li com desencanto e preocupação seu post sobre o Hospital Regional.
Abrir mão deste empreendimento social seria um ato de irresponsabilidade política e administrativa.
Lembro que quando no exercício do cargo de Secretário da Saúde, deixei pronto (e pago) todos os projetos (engenharia, hidráulico, elétrico, rede lógica) do Hospital.
Vou torcer, como nunca, para que você (pela primeira vez) esteja errado.
Um abraço.
Geraldo Donizete.
Em tempo: Seu blog está ótimo. Continue assim!
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