Por Reinaldo Azevedo:
No Estadão On Line. Comento depois:No dia em que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, faz o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), divulgou dado sobre os recursos até hoje gastos com as obras. De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), que registra todos os pagamentos realizados, até segunda-feira passada o governo havia pagado apenas 10% de todos os recursos destinados, R$ 17,9 bilhões, neste ano para o programa. Os dados divulgados por Aníbal mostram o pagamento de R$ 1,9 bilhão neste ano, do total de R$ 10,3 bilhões que foram empenhados, 57,68% dos recursos destinados ao programa."O PAC virou uma palavra mágica, que vai se tornando esvaziada no sentido do crescimento. É muita conversa e pouco resultado. O resultado prático é 10% do que foi programado. Falta projeto", disse Aníbal.
Segundo relatório do governo, apresentado por Dilma, R$ 10,4 bilhões foram empenhados para as obras do programa, no período de janeiro a 23 de outubro deste ano, o que representa um porcentual 34% maior que no mesmo período de 2007. Neste ano, segundo os números do governo, foi pago um valor total de R$ 8,2 bilhões. Das 2.198 ações monitoradas pela equipe da ministra Dilma, 83% estão em ritmo adequado e receberam o selo verde; 7% estão em situação que requer atenção, e receberam o selo amarelo; e 1% estão com o selo vermelho, de preocupante. Os 9% restantes referem-se às obras já concluídas.
Comento (Reinaldo Azevedo)
Pois é. É comum, nas questões que envolvem avaliações que são, digamos, valorativas, ideológicas ou de caráter subjetivo, que o governo diga uma coisa, e as oposições, outra. É do jogo. Mas com números... Ou bem o governo gastou R$ 8,2 bilhões do previsto ou bem gastou R$ 1,9 bilhão, como diz o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). A diferença é grande demais para ser apenas, sei lá, uma questão de avaliação.
Acabo de falar com José Aníbal. Ele está lá com os dados do Siafi. Não há a menor dúvida: R$ 1,9 bilhão de gasto, pouco mais de 10% dos R$ 17,9 bilhões previstos para este ano.
E de onde Dilma tirou os outros R$ 6,3 bilhões, já que sustentada ter gastado R$ 8,2 bilhões? Pagamentos referentes ao ano passado. Isto mesmo: como, no ano passado, também não se cumpriu a meta, está-se gastando o dinheiro agora, os tais "restos a pagar". Vale dizer: trata-se de um truquezinho que nem pode ser chamado de contábil.
E os tais R$ 10,4 bilhões de “dinheiro empenhado”? O que é “dinheiro empenhado”, leitor? É o dinheiro que o órgão público ou o governo têm autorização para gastar. Obra feita se mede pelo dinheiro gasto — R$ 1,9 bilhão — e não pelo que se está autorizado a gastar. Não é questão de gosto. É questão de fato.
O PAC, conforme se diz aqui desde o primeiro dia em que se criou a sigla, é o mais notável factóide do governo Lula: é o PACtóide.
Já se fez tal imbróglio com o dito-cujo, o Brasil é tão grande, é de tal sorte impossível verificar o que foi e o que não foi feito, que basta pôr a propaganda na televisão e tentar correr para o abraço.
Comentário meu:
E SETE LAGOAS ACREDITANDO QUE O PAC VAI RESOLVER OS SEUS PROBLEMAS. VAI ESPERNADO, VAI SETE LAGOAS. EU JÁ DISSE E REPITO, PAC É: PROGRAMA DE ATRASO DO CRESCIMENTO.
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