segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A carta de um cidadão indignado com SAAE

Por Marco Aurélio Noce, no Sete Dias:
Sobre o abastecimento
de água pëlo SAAE

Sou morador do bairro Recanto da Serra, região alta da cidade, que vem enfrentado problemas sérios de desabasteçimento de água. Como tal, gostaria de fazer algumas considerações sobre a matéria veiculada neste jornal, em 3 1/10, em que é entrevistado o engenheiro e consultor técnico do SAAE, Gilberto Pinto da Cunha.

Em primeiro lugar, o senhor Gilberto aponta como um dos principais fatores da falta de água o consumo exagerado e o desperdício. Quero esclarecer que, naquela região, o racionamento de água pelos moradores é prática obrigatória, devido à exigüidade do fornecimento, O fornecimento de água do SAAE, quando está tudo normal, pois os problemas são freqüentes, se inicia apenas na madrugada (nunca durante o dia) e é interrompido no início da manhã. Com isto, o volume que chega às moradias, muitas vezes, é insuficiente para encher até pequenos reservatórios de 1000 litros. Portanto, mesmo que houvesse a intenção, seria impossível para os moradores desperdiçar. água. Não se pode jogar fora o que não se possui.

O senhor Gilberto comenta, ainda, que o SAAE furou sete novos poços, cinco secos e dois com pouca água. Não sou especialista no assunto, mas acho impossível que em, pleno século XXI, não exista tecnologia disponível que possibilite checar a existência ou não de água no subsolo.
O senhor Gilberto ressalta que, “em caso de emergência”, pode locar até 50 caminhões-pipa. Gostaria de entender qual a definição do Senhor Gilberto para “estado de emergência”. Em meu bairro e adjacências, o fornecimento de água foi interrompido a partir do dia 23/10. Durante praticamente uma semana, os moradores da região, entre os quais se incluem pessoas enfermas, idosos e crianças, não tiveram água para cozinhar, lavar-se ou mesmo dar descarga nos vasos.

Só não faltou água para beber porque é prática na cidade o consumo de água mineral, tendo em vista problemas com a qualidade da água fornecida pelo SAAE. Somente passados vários dias, o SAAE, após incontáveis solicitações, em alguns casos desesperadas, enviou um único caminhão-pipa em estado precário, que só no meu quarteirão gastou três dias para abastecer as casas. Acresce a esse fato a falta de preparo e qualificação do pessoal enviado, que, em alguns casos, deixou a água transbordar, gerando prejuízos aos moradores, em função de infiltração e, em outros, se recusaram de forma grosseira a encher as caixas, alegando dificuldade de acesso. Finalmente, quero salientar que o SAAE levou quatro dias somente para reconhecer que havia um problema. Os funcionários da entidade, como o senhor Gilberto, alegavam que o problema era excesso de consumo .e nada podiam fazer. Somente após esse período, reconhecendo, afinal, que “talvez” houvesse algo errado, os funcionários foram a campo e detectaram que havia um vazamento na rede.

Assim, a exemplo do senhor Gilberto, o qual pede que a população tenha responsabilidade no consumo, solicito que o SAAE tenha responsabilidade no fornecimento, já que todos pagamos as contas e temos, portanto, direito ao fornecimento eficiente, de qualidade e ininterrupto de água. Porem, estou convencido que, apesar de declarações estapafúrdias em contrário, o SAAE não tem nem nunca terá c&mpetência para prestar esse serviço de qualidade a uma cidade do porte de Sete Lagoas. Entendo que já passou da hora de as lideranças políticas municipais reconhecerem esse fato e delegarem o fornecimento de água para empresa idônea que tenha reconhecida competência nesse tipo de serviço.
Comento
Como o Sr. Marco Aurélio, exitem outros milhares de cidadãos também inconformados com essa vergonhosa situação da cidade de Sete Lagoas. E Sr. Marco Aurélio, alguns de nossos cocidadãos nem mesmo acesso à água míneral eles possuem, triste não? Estes tem recorrer bica do JK - vejam as fotos:

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