Por Marcelo Godoy, no Estadão:
O ano vai terminar com uma boa notícia na segurança pública do Estado: o número de seqüestros cai mais de 40% em comparação com 2007. O total de 52 casos até a primeira quinzena de dezembro - foram 97 no ano passado - é menor do que o número de 2000 (63 casos), ano da explosão desse tipo de crime em São Paulo. A queda é a mais significativa entre os crimes violentos, superando até a de homicídios, e está ligada a vários fatores, incluindo a diminuição nos casos que terminam em pagamento de resgate e nos valores obtidos pelos criminosos.
Além disso, há o alto índice de prisões e a migração dos bandidos para o tráfico de drogas. "O valor dos resgates neste ano ficou em 2% do total que havia sido exigido. O crime passou a não compensar", diz o diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Youssef Abou Chahin.
Apesar da diminuição do ganho, os gastos para se fazer um seqüestro permaneceram os mesmos: pagar as contas do cativeiro, dividir o dinheiro entre os integrantes da quadrilha, comprar armas e esperar 30 ou até 60 dias para receber. "Não compensa, também, porque, mesmo depois desse trabalho, a chance de o criminoso receber o resgate é pequena", conta o diretor da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), Wagner Giudice. Apenas um em cada quatro casos de seqüestro neste ano em São Paulo terminou em pagamento. Em nenhum deles, os bandidos obtiveram das famílias mais do que R$ 100 mil - a média foi de R$ 15 mil. Em 2002, no auge desse tipo de crime no Estado, houve resgates pagos de até US$ 1 milhão, como no caso do herdeiro de uma rede de lojas de eletroeletrônicos. Leiam mais
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