domingo, 21 de dezembro de 2008

Governos precisam gastar mais no combate à crise, diz FMI

LONDRES - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse à BBC que mais gastos serão necessários para estimular o crescimento econômico global. Strauss-Kahn disse temer que as medidas anunciadas pelo G20 (grupo de economias desenvolvidas e emergentes) no mês passado não serão suficientes para conter os efeitos da crise e alertou que a próxima projeção de crescimento econômico global para 2009, a ser divulgada pelo Fundo em janeiro, deve ser ainda pior que a anterior.
Em novembro, o FMI revisou para baixo a previsão de crescimento global de 3% para 2,2%. "Estou particularmente preocupado com o fato de que nossa previsão, já muito negativa, vai ser ainda mais negativa se um estímulo fiscal apropriado não for colocado em prática", disse Strauss-Kahn em entrevista à BBC.
Para o diretor-gerente do FMI, seria preciso um pacote equivalente a 2% do Produto Interno Bruto global, cerca de US$ 1,2 trilhão (R$ 2,9 trilhões), para fazer uma diferença significativa.

Dívida
Na semana passada, Strauss-Kahn disse que o FMI poderia reduzir a projeção de crescimento da China em 2009 para cerca de 5% em meio a um desaquecimento global "sem precedentes". Ele afirmou ainda que o nível de endividamente em vários países, como a Grã-Bretanha, é preocupante e que, em outras circunstâncias, ele não recomendaria novos empréstimos por parte do governo. Mas, segundo Strauss-Kahn, na situação atual esse é o menor dos males. Para o diretor-gerente do FMI, a recessão é a grande questão e os governos devem estar dispostos a gastar mais para estimular a economia já que, do contrário, "toda a sociedade vai sofrer".

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