Por Paula Pacheco, no Estadão:
O governo não terá dificuldade apenas para dobrar os gastos com o PAC, plano anunciado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Empresários da área de construção civil afirmam que há enorme dificuldade em tocar projetos do PAC.
Segundo dados da Casa Civil, referentes ao segundo quadrimestre, apenas 45,8% do que estava previsto no orçamento de 2008 para o PAC foram desembolsados - desse total, R$ 6,4 bilhões são de verbas definidas como "Restos a Pagar" (RAP), sobras de caixa do orçamento do PAC de 2007.
José Paulo Silveira, consultor e ex-coordenador do Avança Brasil, o "PAC tucano", diz que o ideal seria que se utilizasse de 85% a 90% dos recursos. "É importante também a forma de gerenciar os projetos, acompanhando de perto a execução. Isso só é possível quando há menos projetos", avalia.
Associações de empresários e representantes da oposição têm, porém, números mais modestos que os divulgados pela Casa Civil. Com base no levantamento do Serviço Integrado de Administração Financeira (o Siafi, ligado ao Tesouro Nacional), de janeiro a 1º de dezembro foram gastos 14,5% do orçamento. As contas do PSDB não levam em conta o RAP. De acordo com o deputado federal José Anibal, líder tucano, em 2008 o PAC tinha R$ 17,9 bilhões de recursos e até agora desembolsou R$ 2,6 bilhões.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Construção Pesada (Sinicon), Luis Fernando Santos Reis, "o principal entrave para que o PAC deslanche é a falta de capacidade gerencial em áreas do governo, como o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, o Ministério da Integração e a Caixa Econômica Federal". Leia mais
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