O mal que causa a gestão do PT internamente só se compara ao mal que mesma gestão provoca com a sua política externa. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que “ninguém resolve problemas hoje sem o Brasil”. O que parece ser um elogio pode ter um sentido mais fiel: o Brasil virou a mulher do mundo. Todos tiram a sua casquinha e depois jogam o bagaço fora. Vejam se não é verdade isso. Os vizinhos brasileiros já pegaram o jeito, dão calote, aumentam unilateralmente preços, tomam nosso patrimônio e o Lula num delírio de superpotência reage assim: “Um país como o Brasil, como a França, como os Estados Unidos, somos nós que temos potencial e que temos que cuidar com carinho dos países que ainda não conseguiram se desenvolver.”
Bem, você pode pensar, o Lula age assim com esse coitados aqui da redondeza. Que nada! Veja o que mostra o editorial do Estadão de ontem intitulado “Bons negócios para Sarkozy”. Foi uma viagem proveitosa para o presidente da França e do Conselho da União Européia (UE), Nicolas Sarkozy. Não vendeu miçangas porque se esqueceu de trazê-las, mas ainda assim fez bons negócios para seu país e para o bloco europeu. Acertou a construção de submarinos e helicópteros franceses no Brasil, arranjou um aliado para fortalecer sua posição no Grupo dos 20 (G-20) e conseguiu a promessa de reconhecimento da Bulgária e da Romênia, novas sócias do bloco europeu, como economias de mercado. Em troca, disse palavras simpáticas, prometeu apoiar a presença brasileira no Conselho de Segurança da ONU (em caso de ampliação) e não assumiu nenhum compromisso comercial de interesse concreto para o Brasil."
Ou seja, o mundo ta se locupletando no Brasil. O Brasil virou lugar para todo mundo levar vantagem. Quando os empresários brasileiros reclamam, por exemplo, que “o Mercosul faz o Brasil perder oportunidades comerciais e acordos bilaterais.” Lula tem uma reposta na ponta da língua. É “preconceito contra as relações com a América Latina”. E afirma o "O Brasil entende que o Mercosul é extremamente importante não apenas do ponto de vista comercial, mas [também] do ponto de vista político." Lula está confessando que sacrifica interesses comerciais brasileiros para atender uma escolha política mambe, mambe latinoamericana.
O Brasil esta financiando a integração esquerdopata do subcontinente. Conclui-se: está em curso o deliro da integração independentista da América Latina. E Marco Aurélio, Top, Top, Top, o Chanceler de fato, é muito claro a esse respeito. “O Sul está se fazendo respeitar, com a melhoria da situação econômica, o avanço democrático[conhecemos bem sua democracia]. Isso exerce uma certa influência. Estamos descobrindo nossa importância, temos um grande potencial energético, mineral, uma biodiversidade extraordinária, uma das maiores reservas agrícolas do mundo e um imenso mercado consumidor. O que ele explicita é que a bonança econômica mundial, que ora está se esgotando é que possibilita isso. Aliás, respondendo a Augusto Nunes que escreveu um artigo “O Brasil quer saber quem é essa gente”, referindo ao fato do Lula dizer constantemente que "Tem gente que vai deitar rezando: ‘Tomara que essa crise pegue o Brasil pra esse Lula se lascar’". Eu confesso, sou essa gente, porém, quero que Lula se lasque para o Brasil se salvar.
A farra especulativa que o mundo viveu, financiava não apenas o sonho de consumo americano, mas o pesadelo latrino-ameriano. Lula, nem virtualmente, é presidente do Brasil. Ele é presidente do PT, de um Projeto comunista para região, mas não chefe de estado brasileiro, lembram-se de qual era boton que carregava na lapela, quando foi visitar Bush? Sim, era estrela do... PT. Quando na eleição 2002 surgiu aquela questão de que o Lula não teria condições de debater com grandes líderes mundiais, pois é, o problema não é a sua falta de capacidade; mas a falta vontade em defender os legítimos interesses brasileiros; seus interesses e intenções são outros. Lula não trabalha para o Brasil, trabalha para seu projeto hegemônico de partido único. Ele apenas usa o Brasil.
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