segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O FATOR CRISE

A era Fernando Henrique Cardoso marcou o fortalecimento das bases democráticas e econômicas que puseram o país em conformidade com o que vinha ocorrendo no mundo. O governo ao mesmo em que fazia a estabilização econômica e empreendia um esforço inovador e impopular com as reformas. Além disso, não lidava bem com a oposição maligna do PT a tudo e a todos. Como outros emergentes sofria para aprender controlar os fluxos e refluxos de capitais que ora desestabilizava um ora era outro, Rússia, Brasil e México foram alguns dos que mais sofreram. Por outro lado o governo Fernando Henrique teve também dois grandes erros: manter por tanto tempo a sobrevalorização do real; e, a crise energética de 2001.
Foi sem dúvida uma fase de grande transformação para nosso país. Ao final do governo FHC era claro para quem tinha honestidade intelectual um saldo bastante positivo. E apesar de todas as conquistas do seu governo, FHC terminava o seus 8 anos com grande impopularidade. Suas realizações nunca depois foram reconhecidas. Ao contrário do reconhecimento sua herança de realizações foi taxada pelo camarada José Dirceu de maldita. Esse foi o prêmio que ganhou por 8 anos de um esforço persistente para mudar a feição do Brasil, tornando-o um país mais moderno.
Então, ao assumir o país o governo Lula tratou de sepultar a era FHC, através de um esforço para fazer o povo enxergar aquele passado como uma "herança maldita". E sepultado a era "neoliberal" o governo do Lula prossegue na era... neoliberal. Ah, mas claro tudo era diferente, era um governo comprometido com o Sooooocial, ainda lembram-se do Fome Zeeeero? Assim, diziam eles que o Brasil havia mudado, nunca antes neste país. Com eles era tudo diferente? Diferente é que tinha chegado no governo a malandragem, a esperteza e a enganação.
E malandramente o governo do Lula assumia como seu o feito que era do antecessor. Assim, apossados das conquistas econômicas e somada a fartura mundial Lula e o PT partiram para a farra com o dinheiro público e a irresponsabilidade: compra do Aerolula, retirada de dinheiro via Cartões Corporativos, contratação em volume atacadista de novos militantes, gestão incompetente das estatais... O negócio era gastar, criar novos cargos, dar aumentos salariais generosos, distribuir Bolsas e mais Bolsas Famílias e cantar as vantagens de um governo nunca antes tão comprometido com o social. Assim, Lula provava empiricamente que era só uma questão de vontade política que ele tinha e outros não tinham.
A popularidade conquistada com essas ações muito, muito populares impulsionava Lula a manter esse seu ímpeto generoso-irresponsável criando a cultura popularesca e simplista do tudo pode; tudo é fácil. Nada, ninguém era capaz de deter a sua irresponsabilidade. Alertas de gente séria não faltava: era preciso diminuir os gastos de custeio, essa situação não poderia perdurar diziam economistas como José Roberto Mendonça de Barros entre outros.
Lula não tava nem aí porque ao final de 2010 faria uma revolução DESTRUIDORA, quebrando silenciosamente o país, mas ao contrário de seu antecessor concluiria o mandato de forma apoteótica, com uma popularidade jamais conseguida por qualquer outro governante brasileiro em fim de mandato. A era do lulismo então estaria entranhada no Brasil, uma nova cultura, tão ou ainda mais forte que o getulismo. Dessa forma ele sairia nas alturas e deixando preparada o sucessor uma bomba relógio. O sucessor fosse ele a Sra. Dilma ou qualquer outro oposicionista teria seu governo inviabilizado logo nos primeiros meses de mandato. Assim, esse infeliz logo perderia a capacidade de governar e aí era preciso chamar de volta, quem? Adivinhou, ele mesmo, o... Lula. As eleições seriam antecipadas e ele nem precisaria esperar 2014.
Seria um golpe mais perfeito do que Putin na Russia. Lula voltaria como o grande salvador da pátria. Ele nem precisaria propor do 3 mandato ininterrupto, não. Ele teria uma pausa de alguns meses. Porém, para avacalhar os planos do homem aparece essa “porra desse crise inventada lá pelo tal Busch e Obama”, né mesmo?
Caro amigos leitores, essa crise pode, ter trazido com ela um senso de realidade que o país estava precisando. Quem tinha um pouco de bom senso, nem precisava ser especialista, percebia que o país caminha para algo muito perigoso. Um duplo perigo, o de afundar economicamente e institucionalmente. E isso para o projeto hegemônico do PT não seria ruim.
Vejam amigos, essa crise que ainda, acreditem, não foi sentida por aqui com a sua virulência, obriga essa gente a uma mudança de postura. Mas eles não querem mudar, resistem ainda na esperança de que dê para empurrar com a barriga criando uma bolha de consumo que resista até 2010. E vejam, é por isso que o Lula manda que o povo gaste. Não, ele não está pensando nem um pouco no país, e muito menos no bem estar do consumidor, mas sim nele mesmo. Em sua sobrevivência política. Acontece que não vai dar tempo. Ano que vem o Brasil vai afundar junto com o mundo. É zero de crescimento.
E a coisa aí se reverte contra o Lula menos pela crise em si e mais pela sua traição a confiança do povo. Ao sentirem na própria pela com a perda de emprego e renda que foram sumariamente enganados pelo presidente. Se darão conta de quão canalha foi a atitude do presidente, em aconselhar que o operário que estiver na dúvida entre trocar de carro e guardar o dinheiro para horas mais difíceis, faça a compra. Será a quebra de confiança. Vão saber que foram ludibriados e o quanto manipulador é esse governo da CIA LULA & SILVA.
Vou dizer algo forte, mas é um fato. Essa crise pode ter nos salvado. Será a segunda chance a primeira foi com o homem bomba Roberto Jéferson, em que a oposição e as pessoas de bem vacilaram ao não agir. Não, eu não quero que o país aposte no quanto pior melhor. Quero que o país acorde deste perigoso sono que pode levar a morte da democracia.
Mas há esperança. O Brasil começa despertar e debater a qualidade e as intenções desse governo. Os economistas independentes, por exemplo, intensificam o debate sobre o aumento do gasto corrente do governo e seu alto impacto na contas do país e em última instância seu peso para a sociedade. O retrato do governo já começa a ficar bem mais feio, e logo a gente mais simples começara ver atrás da imagem bonitinha que havia um monstro muito feio.
Concluo com o comentário de um leitor: “O Piloto automático quebrou. Agora passamos a precisar, realmente, de um estadista. De alguém com discernimento necessário para o sim e para o não, para trocar popularidade por seriedade, para assumir ônus sem bônus, para inspirar confiança e não apenas simpatia, para pensar primeiro no Brasil e depois, bem depois, nas eleições de 2010 e nas geopolíticas do Foro de São Paulo. A utopia, sabemos, já foi para o saco há muito tempo. Mas e se a noite esfriar? E se o dia não vier? Não perguntem ao Drummond, que já morreu. Você sabe, não sabe?”

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