Por Andrea Vialli, Estadão:
O ano de 2008 começou aquecido para o setor de açúcar e álcool. Até o agravamento da crise financeira, o setor previa fechar o ano com aumento nas exportações e conquistando novos mercados. A maré começou a virar assim que o crédito se tornou mais escasso.
O ano de 2008 começou aquecido para o setor de açúcar e álcool. Até o agravamento da crise financeira, o setor previa fechar o ano com aumento nas exportações e conquistando novos mercados. A maré começou a virar assim que o crédito se tornou mais escasso.
Para 2009, a expectativa é de que o setor ainda vai passar por um cenário "pouco alegre", na avaliação de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do Conselho do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, haverá um movimento de fusões e aquisições de empresas e uma freada nos investimentos. No longo prazo, depois de 2010, o cenário volta a ser favorável. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estado.
A crise chegou ao setor de açúcar e álcool?
Ao longo do ano, muita gente investiu em usinas novas às custas de endividamento em dólar. E para fazer caixa, algumas usinas jogaram álcool no mercado por um preço muito baixo, o que fez com que o preço desabasse no mercado interno. Foi uma enorme descapitalização no setor. E, com a crise, o mercado apertou, faltou capital de giro, faltou ACC (Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio), aí tudo despencou. Por último, estamos com o petróleo a US$ 30, o que tende a tornar o biocombustível menos competitivo. Houve a redução na compra de automóveis. Com isso, também o mercado começou a claudicar. A situação ficou complicada.
E quais serão as consequências desse cenário pouco favorável?
Muitas usinas já estão entrando em recuperação judicial. Essas e muitas outras com problemas de caixa passaram a não pagar os fornecedores de cana-de-açúcar. Se não recebem o pagamento dos usineiros, esses fornecedores estão mortos. As cooperativas já estão sofrendo com a inadimplência das usinas. Além disso, os fundos que estavam aportando dinheiro em novos projetos agora estão em compasso de espera. E estão mais dispostos a comprar usinas com problemas de caixa do que fazer novos investimentos. Leia mais
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