Lu Aiko Otta, no Estadão:
A intenção do governo de dobrar o valor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dos R$ 503,9 bilhões anunciados em 2007 para R$ 1,111 trilhão está amparada em bases incertas. O esfriamento da economia e a alta no custo dos empréstimos podem transformar o PAC turbinado e anunciado na quarta-feira pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em um verdadeiro "pactóide". Além disso, o programa continua tropeçando na já conhecida lentidão do governo em executá-lo.
Do novo montante anunciado, R$ 73,9 bilhões, ou 6,6%, virão do orçamento federal. O problema é que em 2009 o caixa do governo enfrentará duas dificuldades: aumento de despesas e queda na arrecadação.
O crescimento dos gastos ocorrerá por causa dos compromissos já assumidos de reajuste no salário mínimo e nos salários dos funcionários públicos. A receita será menor porque a economia crescerá menos. "Teremos queda de arrecadação porque a economia desacelerou", diz o ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e professor Luiz Guilherme Schymura, do Ibre/FGV. Ele teme que o governo aumente o investimento à custa da redução do superávit primário (a diferença entre receitas e despesas, utilizada para pagar juros da dívida).
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