Da Folha:
Teologia da destruição
O conflito entre palestinos e israelenses entrou de novo em erupção, cuspindo fogo e sangue nos dois lados do muro, principalmente no lado mais fraco militarmente, o palestino.
O choque atual era tão previsível quanto inevitável.
Após quase 40 anos sob a opressiva ocupação israelense e a corrupta e ineficiente liderança de Arafat, os desesperados palestinos de Gaza entregaram seu destino a Deus, ou melhor, ao grupo local que diz falar em nome dele, o Hamas.
E o suposto representante de Deus cobra sangue e morte. Quer transformar (e o faz nestes dias com grande sucesso) todo palestino em mártir na luta para libertar a Terra Santa dos infiéis.
O grupo palestino segue seu irmão mais velho e poderoso, o Hizbollah, que adotou agenda que interessa mais a seus patronos no Irã e na Síria que a seus conterrâneos e transformou os libaneses em mártires sem consultá-los ao atacar Israel e depois vender o conflito como uma vitória grandiosa e divina apesar de o Líbano que alega defender ter sido devastado pela resposta israelense!
É uma lógica tão ilógica quanto invencível, pois morrer é vencer em nome desse Deus que supostamente recompensa com dezenas de virgens no paraíso homens-bomba que se explodem em pizzarias e ônibus.
Assim, o Hamas disse neste mês que não renovaria o cessar-fogo com Israel. E passou a lançar diariamente de Gaza dezenas de foguetes contra cidades israelenses aos gritos já familiares de Deus é grande.
O governo israelense alertou durante dias que responderia com força letal se a barragem diária de foguetes lançada de Gaza não cessasse. E a força letal agra usada acaba apenas fomentando mais radicalismo entre a população palestina, o que o Hamas explora a la Hizbollah, com cinismo exemplar.
É o que vemos agora. Uma repetição extrema dos ciclos de ataques e contra-ataques que há décadas infernizam israelenses e palestinos e realimentam a guerra.
O pior é que a solução para o problema é evidente a todos os interessados de fato na paz: a criação de um Estado palestino viável em Gaza, Cisjordânia e partes árabes de Jerusalém que conviva em paz e segurança com o Estado de Israel.
Mas o extremismo islâmico seqüestrou a agenda palestina e não aceita a convivência com Israel. E, ironia sem graça da história, com o apoio crescente da esquerda global, numa aliança de forças tão contraditórias que só um anti-semitismo latente travestido de anti-sionismo raivoso pode explicar.
Não se deixe enganar. Para haver paz no Oriente Médio é preciso ouvir as vozes conciliadoras em meio aos gritos de guerra. É um conflito onde os oponentes são ao mesmo tempo vítimas e algozes. A única forma de resolvê-lo é apoiar os moderados dos dois lados e combater os radicais.
O resto é teologia da destruição ou ingenuidade.
O conflito entre palestinos e israelenses entrou de novo em erupção, cuspindo fogo e sangue nos dois lados do muro, principalmente no lado mais fraco militarmente, o palestino.
O choque atual era tão previsível quanto inevitável.
Após quase 40 anos sob a opressiva ocupação israelense e a corrupta e ineficiente liderança de Arafat, os desesperados palestinos de Gaza entregaram seu destino a Deus, ou melhor, ao grupo local que diz falar em nome dele, o Hamas.
E o suposto representante de Deus cobra sangue e morte. Quer transformar (e o faz nestes dias com grande sucesso) todo palestino em mártir na luta para libertar a Terra Santa dos infiéis.
O grupo palestino segue seu irmão mais velho e poderoso, o Hizbollah, que adotou agenda que interessa mais a seus patronos no Irã e na Síria que a seus conterrâneos e transformou os libaneses em mártires sem consultá-los ao atacar Israel e depois vender o conflito como uma vitória grandiosa e divina apesar de o Líbano que alega defender ter sido devastado pela resposta israelense!
É uma lógica tão ilógica quanto invencível, pois morrer é vencer em nome desse Deus que supostamente recompensa com dezenas de virgens no paraíso homens-bomba que se explodem em pizzarias e ônibus.
Assim, o Hamas disse neste mês que não renovaria o cessar-fogo com Israel. E passou a lançar diariamente de Gaza dezenas de foguetes contra cidades israelenses aos gritos já familiares de Deus é grande.
O governo israelense alertou durante dias que responderia com força letal se a barragem diária de foguetes lançada de Gaza não cessasse. E a força letal agra usada acaba apenas fomentando mais radicalismo entre a população palestina, o que o Hamas explora a la Hizbollah, com cinismo exemplar.
É o que vemos agora. Uma repetição extrema dos ciclos de ataques e contra-ataques que há décadas infernizam israelenses e palestinos e realimentam a guerra.
O pior é que a solução para o problema é evidente a todos os interessados de fato na paz: a criação de um Estado palestino viável em Gaza, Cisjordânia e partes árabes de Jerusalém que conviva em paz e segurança com o Estado de Israel.
Mas o extremismo islâmico seqüestrou a agenda palestina e não aceita a convivência com Israel. E, ironia sem graça da história, com o apoio crescente da esquerda global, numa aliança de forças tão contraditórias que só um anti-semitismo latente travestido de anti-sionismo raivoso pode explicar.
Não se deixe enganar. Para haver paz no Oriente Médio é preciso ouvir as vozes conciliadoras em meio aos gritos de guerra. É um conflito onde os oponentes são ao mesmo tempo vítimas e algozes. A única forma de resolvê-lo é apoiar os moderados dos dois lados e combater os radicais.
O resto é teologia da destruição ou ingenuidade.
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