O governo Lula viveu até o presente momento uma espetacular situação econômica, proporcionado por uma combinação de bonança mundial com ajustes macroeconômicos herdados. Enquanto o cenário foi de fartura, eles mantiveram algumas linhas macro inalteradas como autonomia operacional do BC e um elevado superávit primário, alcançado graças aos recordes de arrecadação de impostos e ao não investimento público, como mostra aplicação de apenas 15% dos recursos do PAC em 2 anos.
Tal contexto econômico favorável proporcionou ao governo Lula um alto índice de aprovação o que ajudou a encobrir a incompetência, a inércia, a irresponsabilidade, a corrupção e o autoritarismo da gestão petista. Porém, é na virada do cenário econômico que o petismo avista o risco da mudança de humor da população e o fim da camada protetora aos seus maus feitos. Por isso, se vê um crescente desespero e movimentação.
O PT se movimenta em duas frentes. Na primeira, parte para o vale-tudo na tentativa de manter elevada a atividade econômica por meio de uma bolha artificial de crescimento, uma vez que durante o período de bonança não tiveram a iniciativa para complementar os ajustes necessários a melhoria do ambiente econômico. E na segunda, atua orquestrado para transformar prefeitos e consumidores nos vilões prévios da crise, caso eles não ajam com o mesmo grau de irresponsabilidade que ajude o governo petista criar a bolha.
Nesta primeira frente rompem o princípio da responsabilidade fiscal, que tão caro custou ao país desenvolver, lançando um pacote aos moldes do que era feito na década de 80. Refiro-me ação forçada para capitalizar o Fundo Soberano do Brasil (FSB), através da medida provisória 452 que autoriza o Tesouro Nacional a emitir títulos públicos ou endividar-se sem a receita correspondente. Essa é a ruptura com o princípio da responsabilidade fiscal. Um passo atrás, em todo esforço da construção de uma cultura de só se gastar o que é arrecadado. O PT está mandando às favas valores com as quais aderiu taticamente e revelando a sua verdadeira face, que ficou oculta nesses tempos de bonança. Mas, não se engane, isso já é parte do vale-tudo eleitoral que se verá de agora até a eleição. A mascara caiu.
E para Lula não basta o governo federal dar um mal exemplo, agindo irresponsavelmente, ele quer os prefeitos – além dos consumidores – sejam sócios na sua causa. Vejam que foi só os prefeitos adotarem uma atitude responsável diante da crise, que Lula reagiu criticando-os. Ele e a sua turma estão tentando encurralar os prefeitos. Ou eles se associam a prática irresponsável da União ou serão responsabilizados pelo ônus da crise. Repare o que disse em seu blog o Chefe da Organização Criminosa, o camarada José Dirceu: "É atuar exatamente na contramão dos discursos de posse dos prefeitos que, ao contrário do governo federal, só falam em cortar gastos e reduzir investimentos, sem apresentar medidas para sustentar o emprego e o crescimento". Ou seja, eles estão em uma cruzada para criar uma bolha, pouco se importando com as conseqüências disso para o país. Para eles chegou o momento de romper com a ordem econômica vigente. E não é avanço é retrocesso.
Mas os prefeitos têm opção, não precisam se tornar reféns da CIA LULA, não. Aliás, essa é uma chance especial para se fazer política, mostrar liderança como um tal de Gilmar Mendes está fazendo. Prefeitos, sobretudo, os de oposição tem a chance de fazer política e ajudar o Brasil, se não quiserem ficar entre a cruz e a espada, ou entre ser o vilão da crise ou cair na irresponsabilidade. Para isso é preciso ter a coragem de fazer o confronto político, chamando Lula “as falas” ou a responsabilidade. Como? Reafirmando sua posição de RESPONSABILIDADE diante da crise em contraposição à atitude de IRRESPONSABILIDADE do Presidente da Republica. Será que não tem ninguém mais com a coragem de Gilmar para lhe dar a necessária lição de moralidade cívica e ajudar o país a acordar?
Do contrário, prefeitos se reduzirão ao papel do “produtivismo administrativo” como criticou-lhes a Folha de São Paulo, em Editorial que também serviu aos propósitos da CIA LULA de tornar os prefeitos os vilões dessa crise, ao lado dos consumidores. Lula nada de braçada em popularidade apesar da incompetência e da sua irresponsabilidade, menos pela bonança mundial e muito mais por não ter as suas boçalidades -, que tem função estratégica, como dito em outro post – confrontadas. Sim, é preciso fazer política, como o tempo todo o Lula faz. E diga-se, política de quinta, mas que recebe status de genialidade frente à impressionante omissão dos opositores. É isso prefeitos: reajam ou rendam-se.
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