Por Fernando Nakagawa, da Agência Estado:
BRASÍLIA - O fluxo cambial - entrada e saída de dólares do País - em 2008 foi negativo em US$ 983 milhões, o primeiro ano que registrou a saída líquida de dólares desde 2002, período em que US$ 12,989 bilhões deixaram o País em meio à crise gerada pela eleição presidencial. Neste ano, o valor foi afetado pela saída ininterrupta de recursos de investidores estrangeiros das aplicações financeiras no País desde abril e pela redução no saldo comercial, na comparação com 2007, ao longo de todo o ano.
Com a supervalorização do real desde o início do ano, as importações cresceram muito no País, superando o ritmo de crescimento das exportações. Como o saldo comercial é a diferença entre as vendas e as compras externas, o superávit da balança passou diminuir. Com o agravamento da crise financeira mundial, em setembro as o crescimento das exportações diminuiu ainda mais.
Paralelamente, os saques de investidores estrangeiros no mercado brasileiro aumentaram, superando as entradas. Até agosto, o fluxo acumulava saldo positivo de US$ 14,385 bilhões, mas a crise levou investidores a retirar dólares do Brasil. Os sucessivos resultados negativos, financeiros e comerciais, fizeram com que o fluxo virasse nos últimos dias do ano - até o dia 19 de dezembro, o saldo ainda era positivo em US$ 1,292.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Banco Central, a saída de dólares no ano passado foi liderada pela conta financeira, que registrou resultado negativo de US$ 48,883 bilhões, com entradas de US$ 421,240 bilhões e saídas de US$ 470,123 bilhões. Tal desempenho foi em parte compensado pela conta comercial, que foi superavitária em US$ 47,900 bilhões, decorrente de exportações de US$ 187,984 bilhões e importações de US$ 140,084 bilhões.
Em 2007, o fluxo cambial havia sido positivo em US$ 87,454 bilhões, o melhor resultado da série histórica, iniciada em 1982. Naquele ano, a conta comercial foi positiva em US$ 76,746 bilhões e o fluxo financeiro teve ingresso líquido de US$ 10,708 bilhões. Continue lendo
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