Uma entrevista do Senador e presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra ao O Tempo

Como o PSDB vê o comportamento dos pré-candidatos Aécio e Serra?

SG - Nós do PSDB consideramos a iniciativa dos dois integrantes do partido extremamente benéfica. Tanto Aécio Neves quanto José Serra são políticos nacionais. A sociedade reconhece isso. Eles estão nos seus papéis.
Uma disputa entre ambos não pode prejudicar o partido?

SG - Não acho. O processo é democrático e o PSDB não pode deixar de defender a democracia. Faz parte. Além disso, o partido mostra que está aberto para ouvir líderes, militantes e grupos políticos, não só do PSDB.
Com isso, uma chapa puro-sangue, Serra-Aécio, não estaria descartada?

SG - Seria muito conveniente, mas acho pouco provável.
Então o PSDB vai ter que realizar as prévias?

SG - Só terão prévias se não houver um entendimento. Mas confio que os candidatos citados vão se entender antes de que haja a necessidade das prévias. Há uma enorme possibilidade de unificação dos eleitorados de Minas Gerais e São Paulo. Isso seria o ideal para nós.
O senhor já tem nas mãos os possíveis modelos de prévias para o PSDB?

SG - O que temos é apenas um estudo preliminar elaborado pelo Tasso (Jereissati), feito ainda no ano passado. A forma mais adequada ainda está sendo elaborada pelo Luiz Paulo Vellozo (ES), Rodrigo (de Castro/MG) e pelo Eduardo Jorge (vice-presidente executivo do partido). Ainda não temos a definição nem previsão de quando será definido.
Enquanto o PSDB não se define, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, já está sendo preparada por Lula para ser a candidata do governo. O senhor não teme que a demora tucana possa favorecer a possível adversária?

SG - A Dilma tem o problema de ser ‘secreta’. Ela tem que vencer o anonimato, problema que nem José Serra, nem Aécio Neves possuem. O presidente Lula precisa torná-la conhecida e vai fazer de tudo para isso, aproveitando principalmente as obras do PAC. Clique aqui leia também sobre aumento de gastos em propaganda dos pré-candidatos José Serra e Aécio Neves.