Por YGOR SALLES, da Folha Online:
"Antes de querer subir, temos que parar de cair. É o que está acontecendo agora". Foi desta forma que o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas Econômicas) da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Francini, resumiu o desempenho da indústria paulista no primeiro três meses de 2009, que apresentou forte queda ante o mesmo período do ano passado (-14,9%), mas apresenta relativa estabilidade na comparação mensal.
Segundo os dados divulgados hoje pela entidade, o INA (Índice do Nível de Atividade) da indústria paulista se elevou em 0,5% em março contra fevereiro nos dados com ajuste sazonal, e em 10,4% nos dados sem ajuste.
Porém, Francini disse que, embora tenha ocorrido uma estabilização, o nível segue muito aquém do observado antes do agravamento da crise financeira, em outubro do ano passado. "Foi um resultado positivo, mas não tão grande em sua dimensão", disse. "Não existe ainda um impulso de recuperação."
Esse impulso só virá, disse o economista, quando alguns setores, em especial os de produtos intermediários, começarem a se recuperar. Sete deles (artigos de borracha e plástico, minerais não-metálicos, metalurgia básica, produtos metálicos, máquinas e equipamentos, máquinas e materiais elétricos e veículos automotores), responsáveis por mais de 40% do total da indústria, causam especial preocupação.
"Enquanto os sete não se ativarem, não haverá recuperação de fato. E não vemos por enquanto perspectiva de melhora", disse. Os setores com os piores desempenhos no primeiro trimestre foram produtos metálicos (39,6%), metalurgia básica (30,8%) e veículos automotores (22,4%).
Sensor
Um outro sinal de que a indústria paulista pode estar próximo de começar uma recuperação é o dado do Sensor Fiesp --indicador de perspectivas futuras da indústria paulista-- da segunda quinzena de abril.
O índice atingiu 51,4 pontos, contra 49,5 pontos verificados na primeira quinzena do mês. É a primeira vez que o indicador fica acima dos 50 pontos desde setembro do ano passado.
"O Sensor entrou em terreno positivo depois de muito tempo, puxado principalmente pela perspectiva sobre vendas e mercado", disse Francini, lembrando que o item Emprego também voltou a ficar acima dos 50 pontos. "É um sinal de estancamento das demissões."
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