segunda-feira, 6 de abril de 2009

IRRESPONSABILIDADE 3: Não, eu não tive uma premonição


Depois da publicação da matéria do jornal Boca do Povo dando conta do acidente geológico no bairro Interlagos II, recebi dois e-mails no final de semana, questionando se eu tive uma premonição do que está acontecendo lá, quando eu comecei a série "IRRESPONSABILIDADE", falando do perigo subterrâneo. Não amigos, eu não tenho esse poder. E nem quero. O alerta insistente que faço para toda a cidade é baseado essencialmente na lógica e, vá lá, na ciência. Ele se baseia num vasto histórico de repetição do mesmo fenômeno que coloca cada cidadão que está em Sete Lagoas sob uma roleta russa.

Sim, meus caros, vivemos todos sob a ameaça do solo afundar com a retirada de água do subterrâneo cártico, causando danos materiais e pessoais. Um fenômeno que se repete cada vez mais num intervalo menor de tempo e maior abrangência geográfica pela cidade. Tal processo é causado mais pelo relaxamento irresponsável das autoridades do que pelo rebaixamento do solo, provocado pela retirada de água do subterrâneo. E esse era um tema que necessitaria de ser tratado com a seriedade técnica e a prioridade política, mas não mesmo é o arcaísmo burocrático e ideológico, além da má fé irresponsável. Essa é uma tragédia que se anuncia já com os seus responsáveis: a incompetência, a desídia, a leviandade, a ganância e a IRRESPONSABILIDADE. Leiam a excelente matéria do jornal Boca do Povo, comento mais em outro post:

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Não uma, mas cinco casas construídas na rua Iturama, bairro Interlagos II, estão seriamente ameaçadas por trincas. Há pouco mais de 1 mês, grandes trincas e rachaduras começaram a aparecer nos imóveis e comprometem toda a estrutura. O casal Maria das Dores Azevedo e Carlos Alberto Araújo conseguiram, depois de oito anos e com muito esforço, finalizar a casa própria, com recursos deles mesmos e nenhuma verba financiada. Aproveitando o lote eles construíram outras quatro casas germinadas, que alugadas auxiliam no orçamento familiar.


Há pouco mais de um mês começaram a aparecer rachaduras, principalmente na parte da frente da residência. Como se não bastasse, o problema se espalha por outras quatro casas da mesma rua. Maria das Dores, que trabalha no andar de baixo como cabeleireira, disse que as rachaduras começaram a surgir depois do rompimento de uma rede de esgoto. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) teria sido acionado por diversas vezes, mas não houve atendimento e a questão se tornou ainda mais grave.

O Corpo de Bombeiros e um engenheiro civil estiveram no local e condenaram parte da construção. “As trincas foram aparecendo aos poucos, começaram pequenas e foram aumentando. A gente ligava para o SAAE e eles falavam que não tinha material e máquinas para consertar o problema de esgoto”, revelou. Ela explica que há impressão de que uma força puxa a construção em direção à rua e declarou que vai entrar com um processo judicial contra a Autarquia,. para reaver os prejuízos materiais. “Há cinco famílias inteiras morando aqui, e a responsabilidade é toda minha”, relata.

Judith de Souza Fernandes, vizinha, vive situação ainda pior. Um dos quartos da frente está totalmente condenado, tomado por trincas nas quatro paredes, e para ficar tranquila ela e a filha dormem em um cômodo na parte de trás. As rachaduras se estendem na varanda e tomam até parte do muro da frente. Pensando se tratar de algo relativo à construção, a mulher fez uma reforma e tapou os buracos, mas as trincas voltaram. “E para piorar minha rede de água estourou e minha conta no último mês veio R$ 90. Na hora de cobrar eles são ótimos, mas para atender a gente são terríveis”, se indigna.

ABATIMENTO - O SAAE está ciente dos problemas e informou ter enviado uma equipe para resolver o esgoto, mas para a autarquia a questão seria bem mais complexa. Funcionários informam que as trincas podem ser provenientes do abatimento do solo, mas é preciso uma avaliação mais completa para o laudo definitivo. Como é de conhecimento público, a cidade possui diversos pontos de acomodação do subsolo, e em alguns são formadas enormes crateras, muitas vezes em consequência da superexploração das águas subterrâneas.

Em recente reunião especial da Câmara foi informado que a cidade possui 114 poços artesianos perfurados, mas apenas 50 deles estão registrados no Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O BOCA DO POVO publicou recente matéria na qual mostrava a rua Euclídes N. Gontijo, a antiga. Sítio da Abadia, no São João, que foi praticamente engolida por crateras que atingiam cerca de cinco metros de profundidade, formadas a partir do abatimento do solo.

Um comentário:

BRITO disse...

É alarmante a situação da água e saneamento de SL: água podre s/ tratamento, falta d'àgua, refluxo de esgoto nas casas,esgoto estourado p/ todo lado,trincas nas casas... Dizem q/ o solo de SL é um queijo suíço e ninguém faz nada!É duro ver vereadores como R. Tristeza, priorizando em reuniões da Câmara, as lagoas.Será q/ele não percebe o risco q/ a população corre? É preciso mobilização e cobrar! Esta é uma grande causa Leonardo!Conte comigo!