Vamos começar pelas reclamações que, como moradores do entorno da Feirinha, temos. E falo no plural porque conheço a opinião de pelo menos uma dúzia de vizinhos residenciais e comerciais vivenciam os mesmos problemas por aqui. Sofremos sobretudo com o inferno do som altos dos carros que circulam e estacionam na orla da Lagoa Paulino em volumes estridentes. A falta de policiamento noturno que coíba o achaque de lavadores eventuais fazem aos donos de carros que estacionam, o tráfego drogas na orla da lagoa sobretudo do lado Big Burguer - aliás, um ex-gerente dessa lanchonete está preso, foi pego fazendo tráfego na região dois dias após deixar o emprego. Isso sem falar na poluição com bombeamento de produtos tóxicos no meio ambiente já falado num post abaixo, grandes folhas de coqueiros que caem com muita velocidade sobre os carros e calçadas, provocando prejuízos aos veículos e susto e riscos aos transeuntes, bicicletas no passeio, esgotos correndo a céu aberto...
O que esses problemas, em especial, o barulho de sons alto veículos tem haver com o funcionamento da Feirinha? Eles acontecem independete da Feirinha, de segunda a segunda sofremos com esse transtorno. Neste exato momento em que escrevo, as 23 horas e 52 minutos dessa quinta-feira, tem um carro em baixo da minha casa na maior altura e hoje não tem feira.
Ou seja, os problemas que existem na região onde funciona Feira - Lagoa Paulino - acontecem independente da Feirinha. E todos que conhecem o movimento da Lagoa Paulino antes da Feirinha existir, sabe que nos finais de semana a aglomeração de pessoas aumenta exponicialmente em volta da Lagoa. A feirinha fez crescer esse movimento sim. Ora, é claro que sim, mas isso foi muito positivo para a cidade que encontrou naquela praça feita pelo Cecé a alternativa que não tinha para convivência social. E em torno desse movimento da Feirinha surgiram novos negócios como cinemas, bares e restaurantes gerando empregos. Agora vejam, em azul, o diz o secretário de CULTURA sobre esse movimento, prossigo em seguida:
A Feirinha lá que reúne milhares de pessoas é um lugar grande, amplo, aberto. Ela produz um barulho de frequentadores e de carros com som alto e com pessoas no meio que ferem a Lei do silêncio, ou seja, não é tão simples assim pra secretaria de Cultura deixar a feira até que ela se esvazie como esta acontecendo porque traz também problemas que são difícil solução.
Pelo visto o senhor secretário preferia que milhares de pessoas se reunissem em um lugar pequeno, reduzido e fechado, não é mesmo? Agora vejam só ele dizer que os frequentadores causam um barulho que fere a lei do silêncio. Qual barulho, cara pálida, causa quem está FREQUENTANDO a FEIRA? Ele não sabe o que está falando. Pior: ele quer depositar na conta da feira problemas que não são dela. Ela tem outros problemas.
Estratégica para mudança
Por onde deveria ter iniciado o processo? Por uma proposta de discussão e revisão do Regimento da Feirinha. Se tivesse feito dessa forma, ele junto com os feirantes poderiam se reunir para construir um novo marco de funcionamento, de forma colaborativa sem ninguém tentar impor sua agenda, mas negociá-la. Ademais, os públicos indiretamente interessados na questão como frequentadores, vizinhos, que poderiam ser consultados diretamente e até por pesquisas de opinião pública como fez o então prefeito de Belo Horizonte, Eduardo Azeredo, para promover as mudanças que fez na Feira Ripe. O prefeito que está, como disse o secretário, envolvido nessa decisão deveria se abrir e aprender com exemplos de fora e não ficar fechado apenas no mundinho sete-lagoano. Etâ bairrismozinho só.
Os próprios feirantes precisam
tomar consciência
e ver o negócio na feira como algo que
vai além de sua própria barra.
Eu acho que pode e deve-se fazer mudanças na Feirinha. Ficou claro para todos que participaram da última reunião com os feirantes na Casa da Cultura que há muito o que evoluir. Os próprios feirantes precisam tomar consciência e ver o negócio na feira como algo que vai além de sua própria barra. Essa visão institucional e coletiva da feira ajudaria certamente na harmonização do ambiente entre os mesmos, que hoje não é bom, como ficou muito claro na reunião. Também contribuiria para autodisciplina, uma visão de sustentabilidade do negócio feira, ao invés de visões individualizadas só sobre o "meu negócio". A partir do momento em que os feirantes tiverem uma compreensão de que o valor do seu trabalho deve ter um significado maior, haverá um crescimento qualitativo do conceito da nossa Feirinha. E assim, ela, a Feirinha, ganhará mais valor interno e como um produto típico de exportação de Sete Lagoas.
É mesmo uma pena que o governo Maroca não está tendo a competência para conduzir esse processo de evolução da Feirinha.
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