Sete Lagoas vive dois graves problemas na questão do emprego, um é o estrutural em função de ter sido atingida fortemente em sua base econômica e o outro é mental: a cabeça do governo Maroca. Como se não bastasse a grave crise de desemprego que afeta a cidade, Sete Lagoas tem um governo refratário ao crescimento. Um governo que acredita que crescer é igualmente proporcional a aumentar os problemas sociais. E não precisa acreditar em mim não, é só perguntar a opinião do secretário-irmão do prefeito, senhor Paulo Rogério, que acumula as secretarias de Obras e Infraestrutura no governo do parente.
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Essa visão de anticrescimento é um grave erro sobretudo agora que temos um grande estoque de pessoas desempregadas, fruto do fechamento massiço das siderúrgicas da cidade. Um problema que a pesquisa do Núcleo de Estudos Econômicos e Sociais da UNIFEMM, revela que é pior em Sete Lagoas que em Minas. Vejam o que diz o levantamento: "Minas Gerais começa recuperar o ritmo de contratações de seu mercado de trabalho, apresentando saldo positivo de 9.399 vagas com carteira assinada em março (...). Em Sete Lagoas, destoante aos resultados do Estado, as perdas nos últimos três meses acumulam-se em de mais de 1700 postos de trabalho no município." Quer dizer, a cidade está diante de um grande problema e o que tem feito o governo Maroca para enfrentar o problema?
A resposta é NADA! E essa inércia atende bem a visão dessa gente que chegou ao poder. Relembrem a entrevista do prefeito transmitida pela ETV, o que disse o Maroca, lembram-se? Mais ou menos isso: tivemos um contato com um empresário aí ele vai entrar em contato depois. O prefeito também citou os dois Shoppings centers que estão sendo construídos na cidade. O que revela a sua postura? Um comportamento conformista e uma despreocupação absoluta com a tragédia social dos desempregados. Falta agir porque só o que já estava programado em investimentos não atende a grande demanda da cidade. Até parece que ele não tem nada haver com o problema.
Essa atitude do prefeito e de seu principal secretário, o irmão Paulo Rogério, corresponde a essa premissa em relação ao problema que consideram ser o crescimento da cidade. Em conversa com eles ou em suas exposições públicas como a entrevista que Paulo Rogério concedeu ao blog, se vê com clareza a idéia contrária a uma expansão da cidade. E a justificativa que dão é a falta de infraestrutura local e a atração de mais "gente de fora" com ampliação de supostos problemas. Há poucos dias eu, Paulo Rogério e o presidente da Câmara, Duílio de Castro, fomos à noite ver um problema de esgoto no bairro Universitário. Na volta, Paulo Rogério, nos revelou sua preocupação do bandido chegar antes que se concretize os investimentos anunciados. Se constata uma verdadeira ojeriza contra o crescimento dessa gente.
O problema é que essa resistência que eles têm ao crescimento da cidade está em contradição com as demandas do povo da cidade. Se não, vejam. Há algumas décadas Sete Lagoas expandiu o setor sinérgico, atraindo milhares de pessoas para trabalhar no município. Agora, com o fechamento prolongado dessas empresas a cidade precisa continuar crescendo para que essas pessoas possam se recolocar no mercado de trabalho. Parar o ciclo de evolução econômica é burrice total. Mas eles resistem ao progresso da cidade em nome do suposto resgate de qualidade de vida, de uma pausa para preparar a infraestrutura da cidade para o crescimento futuro e de não atrair mais gente para a cidade.
Essas premissas estão absolutamente erradas. Não nego, de forma alguma, que a infraestrutura é capenga, mas não dá para aceitar que a cidade precisa parar no tempo e se preparar para voltar a crescer no futuro. Não, é preciso lidar com os dois desafios ao mesmo tempo: cuidar da infraestrutura e promover o crescimento. Sete Lagoas não pode esperar ou se sujeitar a visão saudosista-conformista que se nega a enxergar as demandas da população por crescimento.
Se eles insistirem nesse equívoco ao invés de conseguir melhorar a qualidade de vida da população, vão agravar e muito a vida das pessoas e a crise na cidade. Talvez eles sonhem que essa gente que chegou vai tomar o caminho de onde vieram. Não, certamente muitos serão seduzidos a tomar outros caminhos muito piores para toda a sociedade.
Assim, senhores parlamentares, vejam porque esse governo está dormindo de olhos abertos para não enxergar o que todos vemos e os números do excelente trabalho de pesquisa feita pelas senhoras Daniela Almeida Raposo e Adriana Noce que estão a nos dizer com muita eloquência o tamanho do pepino.
Informação adicional:
Matéria do MG TV: Empresas de ferro gusa de Sete Lagoas suspendem operações por tempo indeterminado
(Post publicado originalmente Domingo, 26 de Abril de 2009)
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