É, eu sei que mais uma vez estou na contramão do consenso. Tudo bem. Não é primeira vez e não será a última. Lembram-se que na questão do PAC eu falei que ele empacaria e que fazer um empréstimo de 77 milhões era um grande erro. Todo mundo era a favor. Pois é, hoje o dinheiro está empacado, a cidade não tem recursos para fazer as contrapartidas e atual administração começa a concordar comigo ao reconhecer que esse empréstimo pode ser um péssimo negócio. Sim, eu sei que o deputado voltou a pressionar para que a cidade faça essa besteira. Porém, diante da fragilidade política do atual governo, pode ser que consiga demover as resistências, não é mesmo?
Mas, pois bem, vamos ao cerne da questão: Por que precisaríamos de um Estudo Hidrogelógico? É, temos que saber qual é a razão que justifica a cidade fazer esse estudo. E aqui não vale dizer que a cidade precisa de um estudo porque não pode fazer as coisas sem um estudo. Porque se assim for virariamos uma cidade experimental e não real. Explico. Uma cidade real decide primeiro o que quer para depois saber se precisa ou não de um estudo. Por exemplo: podemos contratar um estudo para saber a viabilidade de um aeroporto e até onde ele deveria ser construído no município. Mas não é assim que funcionam as coisas, não é claro? Não é nessa hierarquia que as coisas devem acontecer. Quer dizer, nós temos que, acredite, saber primeiro o que queremos. É, vejam só, é preciso decidir primeiro se vamos ter um aeroporto. Uma cidade como uma pessoa precisa decidir antes o que quer para depois investir nos estudos.
Pois então, vamos conhecer primeiro o pH das nossas águas, em que partes do município tem mais e menos água para só depois saber se queremos, precisamos e, nesse caso sobretudo, se poderemos, enquanto uma população que cresce a taxas tão altas, depender de água do subsolo. E não é preciso nenhum estudo para saber qual o sabor da maior parte de nossa água. Independe de fazer ou não mal a saúde é essa água acida que desejamos continuar a receber? Queremos continuar sócios-consumidores das águas minerais? Também é sabido que uma água de subsolo pode sofrer variações por diversos fatores e até ficar imprópria para o consumo. Como é hoje nos bairros CDI II e Monte Carlo que tem excesso de Ferro e Manganês na água retirada do subsolo. Assim mesmo, é essa a nossa opção, pelo abastecimento via subsolo? Mais: vamos permanecer arriscando fazer a retirada de água do subsolo mesmo sabendo que essa ação física pode levar abatimentos do solo e provocar acidentes fatais?
É como se estivéssemos escolhendo a localização do aeroporto antes de saber se é um aeroporto que precisamos, ou de melhores estradas para chegar nos aeroportos mais próximos. Meus carros cidadãos, temos um vasto histórico de ocorrências de acidentes geológicos e também não menos estudos pontuais que mostram que a opção pela retirada de água do subsolo, ainda mais com o crescimento populacional, são um grande risco de desabastecimento, de abatimento do solo e de contaminação. Assim é preciso decidir se será por água do subsolo ou superficial primeiro. Sendo a opção por água superficial, por que investir dinheiro num Estudo Hidrogelógico?
Acho que Sete Lagoas já não tem mais tempo para ficar brincado de decidir sem decidir nada, não é mesmo? Está na hora de parar de brincar com coisas sérias. O certo é que esse tal Estudo Hidrogelógico tem se tornado a desculpa fácil para uma cidade que tem medo de decidir. Uma sociedade que é incapaz de construir consensos e se impor metas por mais simples que elas sejam. Somos como aquela empresa familiar, onde falta um líder para ajudar as pessoas a fazer as escolhas e depois impor sacrifícios necessários ao avanço e transformação, até radical as vezes, mas fundamental para a sua sobrevivência. Se fossemos uma empresa já teríamos quebrado.
Concluindo, é preciso decidir primeiro o que queremos, o estudo Hidrogelógico apesar desse nome todo assim, como direi, sedutor pode não passar disso: uma nomenclatura bonita. Como visto, para afirmar que não precisamos de um Estudo Hidrogeológico temos que saber primeiro porque e para quê precisamos de um, se não tivermos o porque e o para que, então a resposta é? NÃO PRECISAMOS DE UM!
Duas fontes de captação de água?
Ademais, outra conversa mole que precisa ser combatida é essa história de duas fontes de captação de água: subsolo e superficial. Suponhamos que a cidade ignore a Copasa que está com as suas adutoras de água em nossa porta, em quantidade e qualidade suficiente para nos servir e faça a opção em captar água do Rio das Velhas. Eu pergunto por que temos, nesse caso, que continuar retirando água do subsolo? Se vamos fazer a coisa que façamos direito! Mais: como podem assistir no filme abaixo denuncio na Tribuna da Câmara que o valor do projeto via PAC é superior ao da proposta da Copasa, e vai atender apenas parcialmente a demanda da cidade. Falta eficiência ou é roubo mesmo?
É ineficiência. Ah, então vamos assumi-la e destinar ainda mais recursos para aumentar capacidade, captando 100% da água que precisamos. Sem ter nenhum "estudo" específico sobre isso eu aposto que retirar a quantidade de água total do rio sai mais barato. Uma vez lá, não se justifica manter duas fontes de captação. E depois não teremos duas categorias de cidadãos: os recebem água não calcária e os são obrigados a recebê-la, não é mesmo?
Ademais, outra conversa mole que precisa ser combatida é essa história de duas fontes de captação de água: subsolo e superficial. Suponhamos que a cidade ignore a Copasa que está com as suas adutoras de água em nossa porta, em quantidade e qualidade suficiente para nos servir e faça a opção em captar água do Rio das Velhas. Eu pergunto por que temos, nesse caso, que continuar retirando água do subsolo? Se vamos fazer a coisa que façamos direito! Mais: como podem assistir no filme abaixo denuncio na Tribuna da Câmara que o valor do projeto via PAC é superior ao da proposta da Copasa, e vai atender apenas parcialmente a demanda da cidade. Falta eficiência ou é roubo mesmo?
É ineficiência. Ah, então vamos assumi-la e destinar ainda mais recursos para aumentar capacidade, captando 100% da água que precisamos. Sem ter nenhum "estudo" específico sobre isso eu aposto que retirar a quantidade de água total do rio sai mais barato. Uma vez lá, não se justifica manter duas fontes de captação. E depois não teremos duas categorias de cidadãos: os recebem água não calcária e os são obrigados a recebê-la, não é mesmo?
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