domingo, 5 de abril de 2009

Siderurgia não dá sinais de melhora


Por CELSO MARTINELLI, Sete Dias:
“Cada dia pior”. Assim avalia o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Emane Geraldo Dias, ao ser questionado sobre a situação do setor guseiro em Sete Lagoas. De 21 siderúrgicas instaladas na cidade, apenas três ainda estão em funcionamento: Usisete, Plantar e Noroeste. As demais estão com os fomos abafados e sem previsão de volta às atividades. De janeiro a março deste ano, 700 trabalhadores foram demitidos. No total, desde 15 de outubro, quando iniciou a crise mundial, 4.300 metalúrgicos em Sete Lagoas estão desempregados.
Das indústrias existentes em Sete Lagoas, não demitiram ainda as siderúrgicas Plantar, Veredas, Sama, Gerdau e Noroeste. Em contrapartida, para frear a onda de demissões, o setor guseiro vem aderindo ao programa de Suspensão de Contrato de Trabalho, medida provisória (MP) 1.726/98. A medida prevê a suspensão do contrato dê trabalho para a participação do trabalhador em curso ou programa de qualificação profissional, com garantia de qualificação profissional e pagamento de benefícios. “Dessa forma, de dois até cinco meses, é oferecido pelo contratante um curso para o empregado. A estabilidade neste período é garantida, com pagamento de um salário mínimo até R$ 870,00, dependendo do cargo, e benefícios, como vale-transporte”, explica. Segundo Emane Dias, atualmente 800 trabalhadores estão com contratos suspensos, mas momentaneamente livres da degola.
O número de pessoas dispensadas é tão alto que foi disponibilizado no sindicato setor exclusivo para atendimento dos trabalhadores. No local são feitos os cálculos dos acertos e pendências a receber. A situação que mais preocupa é em relação aos ex-funcionários d MC Industria, indústria ligada ao setor automotivo e uma das distribuidoras da Iveco Fiat. Com três meses de salários atrasados, foram dispensadas recentemente 110 pessoas. É o caso de Geovani Viana Campos, que depois de 18 meses de casa, foi demitido. “Estou sem receber há três meses, devendo muito e com o nome na lista suja do Serasa. A esperança vai ser o pagamento da primeira parcela do seguro desemprego, prevista para sair no dia 30 de abril. Até lá, é levar no sacrifício”, afirma. É o mesmo caso de Paganine Dias Moreira, 44. Sem salário fixo, está vivendo de fazer “bicos” em uma serralheria. “A única vantagem é que sou solteiro. Mesmo assim, tenho muitos gastos e estou trabalhando no que aparece para não passar necessidade. O problema foi atrasar o salário por três meses”, conta. Leia mais clique aqui

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