Por Josias de Souza, Folha:
Os deputados pretendem votar na próxima quarta-feira (1º) um projeto de lei que institucionaliza a pulada de cerca na política.
Autoriza o troca-troca partidário, durante 30 dias, um ano antes de cada eleição. Converte o mês de setembro numa espéie de janela para a infidelidade.
Assim como ocorre nos relacionamentos amorosos, os atores da política têm enorme dificuldade para se contentar com um parceiro só.
A promiscuidade era tanta que, em 2007, o TSE baixara uma resolução impondo a perda de mandato para os políticos infiéis.
Por essa decisão, o mandato pertence às legendas, não aos políticos. A infidelidade passou a ser admitida apenas em certos casos.
Para reter o mandato, o infiel passou a ter de provar, por exemplo, que foi perseguido pela legenda que abraçara. Ou que o partido se desviou de seu programa original.
Se aprovado o projeto do vale-tudo, qualquer um poderá, durante um mês, recorrer à migração partidária sem precisar justificar coisa nenhuma.
Os deputados correm contra o tempo. Para que a permissividade seja restituída imediatamente, precisa ser aprovada até o final de setembro.
Na Câmara, a coisa deve passar. No Senado, há dúvidas. Receosa de que uma legião de oposicionistas migre para legendas governistas, DEM e PSDB armam barricadas.
No Brasil, a infidelidade partidária não tem motivação ideológica. Pior: é 100% financiada pelo déficit público.
Funciona assim: quando um determinado partido não rende ao filiado os cargos e as verbas que almeja, ele busca outro partido que esteja em alta no mercado.
No mercado persa em que se converteu o Congresso, o exercício da oposição afasta o político das cercanias dos cofres públicos.
Daí o poder de sedução e o magnetismo dos partidos governistas. Daí também o nariz virado da oposição para a janela da infidelidade.
Os deputados pretendem votar na próxima quarta-feira (1º) um projeto de lei que institucionaliza a pulada de cerca na política.
Autoriza o troca-troca partidário, durante 30 dias, um ano antes de cada eleição. Converte o mês de setembro numa espéie de janela para a infidelidade.
Assim como ocorre nos relacionamentos amorosos, os atores da política têm enorme dificuldade para se contentar com um parceiro só.
A promiscuidade era tanta que, em 2007, o TSE baixara uma resolução impondo a perda de mandato para os políticos infiéis.
Por essa decisão, o mandato pertence às legendas, não aos políticos. A infidelidade passou a ser admitida apenas em certos casos.
Para reter o mandato, o infiel passou a ter de provar, por exemplo, que foi perseguido pela legenda que abraçara. Ou que o partido se desviou de seu programa original.
Se aprovado o projeto do vale-tudo, qualquer um poderá, durante um mês, recorrer à migração partidária sem precisar justificar coisa nenhuma.
Os deputados correm contra o tempo. Para que a permissividade seja restituída imediatamente, precisa ser aprovada até o final de setembro.
Na Câmara, a coisa deve passar. No Senado, há dúvidas. Receosa de que uma legião de oposicionistas migre para legendas governistas, DEM e PSDB armam barricadas.
No Brasil, a infidelidade partidária não tem motivação ideológica. Pior: é 100% financiada pelo déficit público.
Funciona assim: quando um determinado partido não rende ao filiado os cargos e as verbas que almeja, ele busca outro partido que esteja em alta no mercado.
No mercado persa em que se converteu o Congresso, o exercício da oposição afasta o político das cercanias dos cofres públicos.
Daí o poder de sedução e o magnetismo dos partidos governistas. Daí também o nariz virado da oposição para a janela da infidelidade.
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