Leitores me pedem que eu fale a respeito do fornecimento de alimentação do Hospital Nossa Senhora das Graças ao Hospital Municipal. Vamos lá, como negar-lhes? Há algumas questões a analisar aí: 1) fez-se um convênio sem licitação porque segundo me disse Admilson Moura, administrador do hospital, sendo uma instituição filantrópica o HNSG não carecia fazer licitação pública para ser o fornecedor; 2) há uma enorme chiadeira por parte das pessoas que recebem a alimentação, que não gostaram da troca dizendo que a qualidade piorou...; 3) apesar de ser do interesse do HSNG a parceria ela significou uma enorme dor de cabeça para diretoria do HSNG: suspeições, despediu de tempo e energia para lidar com problemas alegados por quem recebe a comida, supostas sabotagens e ainda tem que responder a imaginária ou real, não sei, possibilidade transmissão de infecção hospitalar de hospital para hospital.
Há muito coisa aí, não é mesmo? Mas a primeira questão é: o negócio do Hospital Nossa Senhora das Graças é fornecer alimentação? Não é. Ter essa atividade então não desfoca do negócio principal que é fazer saúde. Também não retiraria energia ainda que não houvesse nenhum dos problemas que estão cotidianamente amolando? Para mim a resposta é um óbvia. O que vejo é um perfeito conflito de interesse com a atividade fim do Nossa Senhoras Graças.
E vejam essa parceria está sim provocando uma imensa depreciação na imagem do hospital comanda pela Irmandade Nossa Senhora das Graças e me parece que isso não está sendo levando em conta. Significa que já há uma perda de percepção do que vale e o que não vale ser feito pela organização hospitalar.
Mais: isso macula e apaga a tão importante obra que fora e é levada a cabo pelo executivo Admilson naquele hospital. Assim, além do prejuízo em imagem pode se ter somado a perda de credibilidade que é o grande capital para maiores avanços. Ah, e qual é seria o custo valor e imagem de uma acusação potencial de transmissão de infecção hospitalar, ainda que isso seja, não sei como já disse, impossível?
O lado público
Mas deve se ver a questão também pela perspectiva do poder público local. Ao mudar de fornecedor a prefeitura economizou cerca de R$ 2 em cada refeição o que é bom. E aí vem o mas... e qual são esse mas...? Por que dirigiu-se a busca de um fornecedor e não a uma licitação com mais competidores, o que em tese poderia trazer mais economia? E ainda: não se calculou os riscos e desgastes que tal parceria poderia representar nas vários ângulos? Sim, me parece que houve até as melhores das intenções: ajudar o hospital e ainda registrar uma economia pública interessante para o município.
Bem, não há o que censurar na intenção, agora o há em relação a pouca maldade para avaliar melhor as variáveis envolvidas e mesmo processo de aquisição do novo fornecedor. Vejo que é preciso ampliar o escopo de visão e buscar ser eficaz sendo também eficiente. Explico: não basta querer fazer o certo fazendo ineficientemente o planejamento e a execução. Dito essas coisas bastante singelas aproveito para dizer ao amigo Admilson Moura que este é o meu feedback a ele.
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