Por Reinaldo Azevedo:
Afirmei aqui que voltaria à questão da legalização das ocupações da Amazônia. E estou voltando. De saída, cumpre lembrar que a Medida Provisória, como é óbvio, não é da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), uma vez que é de competência do Executivo — do governo petista. Ela foi apenas a relatora. Afirmar que a solução aprovada pelo Senado é “legalização da grilagem” é uma boçalidade. Trata-se de resolver uma situação de fato, instalada há muitos anos. Antes o disciplinamento do que lei nenhuma. A MP busca responder a uma situação de fato. A alternativa é baixar nos lugares ditos “invadidos” e descer o porrete nos ocupantes, desalojando-os de lá. Para pôr onde? Talvez nos jardins da casa de Cristiane Torloni ou de Victor Fasano, agora tratados, santo Deus!, como interlocutores respeitáveis da questão ambiental.
A questão, convenham, está em como impedir o desmatamento ilegal. Tratar a senadora do Tocantins como “desmatadora”, a exemplo do que vem fazendo parte da imprensa militante, é pura desonestidade. Aliás, Katia Abreu que se cuide: começou a contagem regressiva para surgir uma “denúncia” contra ela ou para algum “procurador verde” plantar alguma ignomínia na imprensa aliada… Ela está incomodando. E muito.
A legislação ambiental brasileira é a casa-da-mãe-joana, com suas sobreposições de competência e suas leis que vão se acumulando como entulho. Abaixo, segue um resumo — inquestionável porque se trata de uma conta de somar pura e simplesmente — das áreas do território brasileiro destinadas à preservação. Resultado: o excesso acaba levando à transgressão. Querem ver? Seguem o tipo de área intocável, os quilômetros quadrados correspondentes e a porcentagem do território nacional:
- Unidades de Conservação e Terras indígenas – 2.294.343 km² - 27%
- Reserva legal – 2.685.542 km² - 32%
- Áreas de preservação permanente – 1.442.544 km² - 17%
- Total – 6.059.526 km² - 71%
Se vocês fizerem a soma, verão que os territórios intocáveis são inferiores à soma das outras três. É que ainda falta espaço para atender às áreas de preservação permanente da Amazônia e do Pantanal. A coisa pode piorar…
Sabem o que isso significa? Que restaram para as cidades, para as obras de infra-estrutura e, pasmem!, para a agricultura e a pecuária apenas 2.455.350 km² — ou seja, 29% do território nacional. É isso mesmo: menos de 30% para todo o resto. Não saí somando área por área. O levantamento é do professor Evaristo Miranda, que não é da Faculdade do Desmatamento de Xiririca da Serra. Ele pertence à respeitadíssima Embrapa.
Assim, é óbvio que existe uma histeria com a questão do meio ambiente, muito adequada à pauta politicamente correta, mas que não se sustenta em números. Por que o ministro Carlos Minc, com sua compulsão para a fanfarronice, não vem contestar esses dados? Eu respondo: não contesta porque não pode.
Ora, um país que decreta que 71% dos seu território (as leis existentes pedem, na verdade, 76%) devem permanecer intocados está pedindo para que as leis sejam transgredidas. E quem, a exemplo de Katia Abreu, se dispõe a debater o assunto — para que chegue, então, de fato, ao desmatamento zero — é demonizado pelo jornalismo politicamente correto. Não está na hora, então, de fazer as contas e deixar Cristiane Torloni e Victor Fasano para o mundo do entretenimento?
Ora, a melhor forma de o desmatamento ilegal continuar no Brasil é manter uma legislação que transforma 71% (ou 76%) do território nacional em santuário, sem infra-estrutura do estado que possa garantir a sua preservação. Aí acontece o quê? O estado, a um só tempo preservacionista e prevaricador, não cumpre as suas tarefas, permite que a ilegalidade prospere e arruma alguns bodes expiatórios — geralmente, gente que produz — para demonizar. É o que está em curso.
Katia Abreu decidiu pôr o dedo nessa ferida.
A comunistralha verde, associada à indústria de ongueiros vigaristas, não precisa encher o meu saco. Ou bem contesta os números e evidencia que eles estão errados, que o total a ser preservado no Brasil não é esse, ou vá catar coquinho na beira do brejo… preservado. Na hora de exigir comida no prato e a preço barato, esses patriotas não querem saber de onde vem o sustento.
Eu também sou pelo desmatamento zero. Preservar a natureza não é apanágio dos idiotas. Mas, então, é preciso não ser idiota e trabalhar com números reais. A cobertura florestal nativa brasileira é a segunda maior do mundo (450 milhões de hectares) — da ordem de 70% a 75% do território. Só perde para a Rússia. Só para comparação: na África, é de 7,8%; na Ásia, 5,6%; na América Central, 9,7%; na Europa, 0,3%. Não, o Brasil não tem de seguir maus exemplos. Mas, para que a preservação e as coberturas nativas continuem a ser um valor importante, é preciso contar com LEIS RAZOÁVEIS, QUE POSSAM SER CUMPRIDAS E QUE SEJAM CUMPRIDAS. E que não impeçam o país de se desenvolver.
Atacar Katia Abreu porque se dispõe ao debate, ignorando os números, é coisa de vigaristas. É claro que voltarei a este tema outras vezes. Espalhem este texto na rede. Vamos ver o que “eles” têm a dizer. Falo de números, não de paixões. Falo de dados, não de ideologia e metafísicas influentes. É preciso que essa gente pare de queimar mato se não querem mato queimado. Fui muito sutil?
A questão, convenham, está em como impedir o desmatamento ilegal. Tratar a senadora do Tocantins como “desmatadora”, a exemplo do que vem fazendo parte da imprensa militante, é pura desonestidade. Aliás, Katia Abreu que se cuide: começou a contagem regressiva para surgir uma “denúncia” contra ela ou para algum “procurador verde” plantar alguma ignomínia na imprensa aliada… Ela está incomodando. E muito.
A legislação ambiental brasileira é a casa-da-mãe-joana, com suas sobreposições de competência e suas leis que vão se acumulando como entulho. Abaixo, segue um resumo — inquestionável porque se trata de uma conta de somar pura e simplesmente — das áreas do território brasileiro destinadas à preservação. Resultado: o excesso acaba levando à transgressão. Querem ver? Seguem o tipo de área intocável, os quilômetros quadrados correspondentes e a porcentagem do território nacional:
- Unidades de Conservação e Terras indígenas – 2.294.343 km² - 27%
- Reserva legal – 2.685.542 km² - 32%
- Áreas de preservação permanente – 1.442.544 km² - 17%
- Total – 6.059.526 km² - 71%
Se vocês fizerem a soma, verão que os territórios intocáveis são inferiores à soma das outras três. É que ainda falta espaço para atender às áreas de preservação permanente da Amazônia e do Pantanal. A coisa pode piorar…
Sabem o que isso significa? Que restaram para as cidades, para as obras de infra-estrutura e, pasmem!, para a agricultura e a pecuária apenas 2.455.350 km² — ou seja, 29% do território nacional. É isso mesmo: menos de 30% para todo o resto. Não saí somando área por área. O levantamento é do professor Evaristo Miranda, que não é da Faculdade do Desmatamento de Xiririca da Serra. Ele pertence à respeitadíssima Embrapa.
Assim, é óbvio que existe uma histeria com a questão do meio ambiente, muito adequada à pauta politicamente correta, mas que não se sustenta em números. Por que o ministro Carlos Minc, com sua compulsão para a fanfarronice, não vem contestar esses dados? Eu respondo: não contesta porque não pode.
Ora, um país que decreta que 71% dos seu território (as leis existentes pedem, na verdade, 76%) devem permanecer intocados está pedindo para que as leis sejam transgredidas. E quem, a exemplo de Katia Abreu, se dispõe a debater o assunto — para que chegue, então, de fato, ao desmatamento zero — é demonizado pelo jornalismo politicamente correto. Não está na hora, então, de fazer as contas e deixar Cristiane Torloni e Victor Fasano para o mundo do entretenimento?
Ora, a melhor forma de o desmatamento ilegal continuar no Brasil é manter uma legislação que transforma 71% (ou 76%) do território nacional em santuário, sem infra-estrutura do estado que possa garantir a sua preservação. Aí acontece o quê? O estado, a um só tempo preservacionista e prevaricador, não cumpre as suas tarefas, permite que a ilegalidade prospere e arruma alguns bodes expiatórios — geralmente, gente que produz — para demonizar. É o que está em curso.
Katia Abreu decidiu pôr o dedo nessa ferida.
A comunistralha verde, associada à indústria de ongueiros vigaristas, não precisa encher o meu saco. Ou bem contesta os números e evidencia que eles estão errados, que o total a ser preservado no Brasil não é esse, ou vá catar coquinho na beira do brejo… preservado. Na hora de exigir comida no prato e a preço barato, esses patriotas não querem saber de onde vem o sustento.
Eu também sou pelo desmatamento zero. Preservar a natureza não é apanágio dos idiotas. Mas, então, é preciso não ser idiota e trabalhar com números reais. A cobertura florestal nativa brasileira é a segunda maior do mundo (450 milhões de hectares) — da ordem de 70% a 75% do território. Só perde para a Rússia. Só para comparação: na África, é de 7,8%; na Ásia, 5,6%; na América Central, 9,7%; na Europa, 0,3%. Não, o Brasil não tem de seguir maus exemplos. Mas, para que a preservação e as coberturas nativas continuem a ser um valor importante, é preciso contar com LEIS RAZOÁVEIS, QUE POSSAM SER CUMPRIDAS E QUE SEJAM CUMPRIDAS. E que não impeçam o país de se desenvolver.
Atacar Katia Abreu porque se dispõe ao debate, ignorando os números, é coisa de vigaristas. É claro que voltarei a este tema outras vezes. Espalhem este texto na rede. Vamos ver o que “eles” têm a dizer. Falo de números, não de paixões. Falo de dados, não de ideologia e metafísicas influentes. É preciso que essa gente pare de queimar mato se não querem mato queimado. Fui muito sutil?
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