quinta-feira, 11 de junho de 2009

PODE HAVER UM NOVO ACIDENTE EM SETE LAGOAS - O PERIGO É NÃO FAZER NADA HOJE

(Depois de investigar e descobrir, publiquei este relatório da prefeitura com risco reconhecido pela autoridades na  segunda-feira, 8 de Junho de 2009, às 7:00, MAS ATÉ HOJE, SEGUNDA-FEIRA, 28 DE JANEIRO DE 2019, nada foi feito para acabar com o risco de acidente geológico que pode afundar o solo e engolir prédios como o do Hospital Nossa Senhora das Graças, matando pessoas, como informa o relatório). Sete Lagoas vai continuar sem agir, esperando a tragédia acontecer se a sociedade não obrigar as autoridades a terem a responsabilidade mínima que nunca tiveram - é preciso ACABAR URGENTEMENTE COM A RETIRADA DE ÁGUA DO SUBSOLO E FAZER O ENXERTO DE CIMENTO PROPOSTO NO RELATÓRIO ONDE FOI LEVANTANDO O RISCO DE ABATIMENTO!). ESTA INFORMAÇÃO MERECE SUA ATENÇÃO ESPECIAL!!!
Grave acidente Geológico ocorrido em 1988 pode se repetir em Sete Lagoas.

Leiam o que vai em vermelho, mas, paciência, é preciso ler o restante do texto para entender - é gravíssimo!!! Tem as nossas autoridades a responsabilidades para tomar providências? Não!!! 


Ainda a continuidade do processo, com acomodações sucessivas do solo, aumentará, gradativamente a área afetada, expandindo nas áreas vizinhas, alçando outras edificações.A acomodação do solo, sob residências de um pavimento muito dificilmente provocará um fenômeno catastrófico, com risco de vida. Normalmente têm-se prejuízo material. Por outro lado, se a área se expandir alcançando prédios, das vizinhanças como o Hospital Nossa Senhora das Graças e um prédio na rua zoroastro passos, entre as ruas dr. Chassim e Teófilo Otoni, poderá ocorrer ruptura brusca, com riscos de vida para seus usuários.

A seguir o mesmo texto escaniado do documento da prefeitura e hoje público por conta de um processo movido contra o município:


Eu poderia ter feito toda uma introdução prévia com o objetivo de mitigar essa informação que é parte do parecer técnico da empresa ENGEO Sociedade Civil encaminhado a Prefeitura de Sete Lagoas sobre as acomodações de solo, provocando trincas em edificações na rua Dr. Chassim, entre Zoroastro Passos e Fernando Lanza e na avenida Renato Azeredo, onde além das edificações, as trincas atingiram ainda o canal do córrego do Diogo, na altura das instalações da ltambé, em frente ao SERPAF, em Sete Lagoas-MG.
Clique para ampliar a imagem:
Mas não fiz porque esta informação não revela um risco eminente, a grande ameaça evidenciada é que se não fizer nada agora, enquanto há tempo, o risco pode se tornar uma realidade trágica. Aliás, o relatório é claro em dizer que a "continuidade do processo[não a situação dada hoje], com acomodações sucessivas do solo, aumentará, gradativamente a área afetada, expandindo nas áreas vizinhas". Leiam o que diz e clique na imagem escaneada:
O mesmo relatório que fala da ameaça também mostra o caminho da solução: Injeção no solo, de uma calda de cimento-argilabentonita-água. Com este procedimento o horizonte de solo trincado que sofreu abatimentos é recuperado, e ainda, o reforço adequado do solo impede a expansão do processo, não deixando aumentar a área afetada.


Mas aí esta a questão mais importante e, sim, preocupante falta fazer o que foi recomendado.

VAMOS AO CASO:A maioria dos moradores de Sete Lagoas tem conhecimento do problema de abatimento do solo por conta do tipo de terreno que a cidade ocupa, não é mesmo? Bem, neste caso estou tratando do problema que aconteceu em 1999 e 2000 nas regiões av Renato Azeredo próximo a Itambé e ao SERPAF e em seguida na região da rua Dr. Chassim, entre as ruas Zoroastro Passos e Fernando Lanza.


O detalhe é que não foi tomada a providência proposta acima segundo me informou diversas autoridades e ex-atoridades com quem fui me informar e sabem do problema - ameaça. Pior, o SAAE que divulgou "Carta de Intenções" neste final de semana não fala nada em mudar o sistema que provoca o problema: a captação de água subterrânea.
A seguir vejam o relatório da ENGEO SOCIEDADE CIVIL LTDA, encaminhado a prefeitura de Sete Lagoas em maio de 2000:
Belo Horizonte, 26 de maio de 2000.
INTRODUÇÂO - Este relatório apresenta parecer técnico sobre as acomodações de solo, provocando trincas em edificações (...)
UM FENÔNIMO QUE SE REPETE - No final de novembro de 1999 ocorreram trincas, no solo e em edificações, devidas às acomodações do solo, num segmento da avenida Renato Azeredo, em frente às instalações da CCPR (ltambé) ao sul e SERPAF ao norte. A partir do inicio deste ano, ocorrências semelhantes vêm se desenvolvendo na rua Dr. Chassim, entre as ruas Zoroastro Passos e Fernando Lanza.
A análise preliminar das ocorrências deixou claro que os fenômenos são semelhantes aos por nós já observados, anteriormente, em Sete Lagoas, no Cachoeirão da Chácara do Paiva, na década de 1940, na fábrica de tecidos da Cia. Cedro o Cachoeira, na mesma avenida Renato Azeredo, em outubro 1989 no colégio João Herculino, no bairro São Geraldo, em setembro de 1994.
A CAUSA: Extração de Água Subterrânea - O bombeamento intermitente de poços profundos retirando água das cavidades cársticas, existentes no calcário, acarreta variação do nível freático (nível de água em cisternas), cuja superfície, grosseiramente paralela à superfície do terreno, situa-se na camada de solo.A variação intermitente com subida e decida, do nível freático, em curto espaço de tempo, devido ao bombeamento das águas, carreia partículas do solo, provocando erosão interna, solapando o solo, abrindo cavidades, logo acima da superfície da rocha. Este fenômeno provoca a acomodação do solo, que desce fechando as cavidades desenvolvidas pela percolação da água. Estas acomodações, provocam trincas e abatimentos no solo afetando as construções existentes, sobre o mesmo.

VOLTEI
Este fenômeno do abatimento do solo não é nenhum mistério para a cidade e vive se repetindo em Sete Lagoas. Misterioso mesmo é a repetida e perene IRRESPONSABILIDADE das autoridades que cientes há décadas do problema mantiveram o sistema causador do problema, a EXTRAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA. Uma situação em que até uma criança entende, ou seja, se retira uma quantidade de água superior a capacidade reposição do aquifero, deixando um vazio que o solo cobre. Vejam como é simples entender o que acontece nesse estudo contratado em 1991 pela prefeitura a outra empresa, a ENGESOLO ENGENHARIA S/A, que emitiu Relatório Técnico sobre o trincamento de Estruturas na região do Bairro São Geraldo na época:

“Sete Lagoas fica em região de rochas calcárias que apresenta em seu subsolo canais e cavidades por onde passa um lençol dágua, estando por isso sujeita a desnivelamentos.Com o rebaixamento da água do lençol subterrâneio, por causa da seca ou pela retirada da áqua através de poços artesianos, os terrenos acima das cavidades podem trincar e se desnivelar. Esse processo pode ser lento ou instantâneo, dependendo das condições do solo e do lençol.
O GRANDE CONSUMO DE ÁGUA NAS RESIDÊNCIAS E INDÚSTRIAS ESTÁ CAUSANDO UM REBAIXAMENTO NO LENÇOL SUBTERRANEO DE CERCA DE 20 A 30 CENTIMETROS OS ÚLTIMOS 05 ANOS E DE 2 M NOS ÚLTIMOS DOIS MESES DE 91. ISTO QUER DIZER QUE A RETIRADA DA ÁGUA TEM SIDO MAIS RÁPIDA DO QUE SUA REPOSIÇÃO NATURAL (POR CHUVAS E CONSEQUENTES INFILTRAÇÕES). DAÍ A DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO DO LENÇOL, QUE PODE CAUSAR ESSES DESNÍVEIS E TRINCAS DO TERRENO."


Hoje os prédios da região como o do
Hospital Nossa Senhora das Graças estão seguros,
mas é preciso parar de retirar água do subterrâneo
para que eles continuarem assim.


RETOMANDO - O MESMO QUE ACONTECEU NO FAMOSO BURACO DO BAIRRO SANTA LUZIA EM MARÇO DE 1998:
Onde “uma cratera de 20m de diâmetro por cinco de profundidade, formada aparentemente por um tremor de terra, tragou as paredes de uma pequena mercearia, o muro e parte da arquibancada do estádio municipal e afetou dezenas de edifícios num raio de 40 m a partir do cruzamento de duas avenidas no centro da cidade.” A seguir o que relatou o Centro Tecnológico de Minas Gerais, o CETEC:

(...) Em Sete Lagoas a equipe técnica do CETEC verificou que primeiro houve o rompimento de parte do teto da rocha carbonática de um cavidade de uma cavidade localizada a 58 m de profundidade, provocado provavelmente pelo rebaixamento da áqua subterrânea, o que acarretou instabilidade para as rochas argilosas situadas mais acima. Foi recomendado pelo órgão técnico o mapeamento detalhado do subsolo da cidade, para que se identifiquem as áreas vulneráveis e sejam tomadas medidas de isolamento e de direcionamento da expansão urbana para locais mais seguros.

DE VOLTA
Não, não estamos diante de uma tragédia eminente, mas diante da mais flagrante omissão que pode levar a uma tragédia. 21 anos após a recomendação de Centro Tecnológico de Minas Gerais, o CETEC, a cidade não providenciou o mapeamento geotécnico das áreas de risco dentro do perímetro urbano. O que significa isso?

Sete Lagoas tem que tomar jeito, esta é uma opinião compartilhada por muita séria como Dr. Ernane Geraldo de Araújo, promotor e curador de meio ambiente, uma das pessoas com quem conversei sobre esses problemas aqui expostos. Aliás, Dr. Ernane tomou a providência que lhe cabe, entrando com uma ação que exige do município resolver o problema descrito a seguir e que é outra grave ameaça pra todos nós como podem ver:

(...) Na avenida Renato Azeredo atingiu edificações do SERPAF, da ITAMBÉ e também o canal do córrego do Diogo. É bom lembrar que nas laterais, ao longo oeste canal, passam dois emissários de esgoto sanitário, que já podem ter sido atingidos pela movimentação, devido às acomodações do solo acima descritas, O rompimento dos emissários de esgotos lançará estes esgotos, com grande quantidade de bacilos fecais, diretamente no sistema cárstico Caso isto ocorra, haverá contaminação de toda água, proveniente dos poços profundos que abastecem a cidade de Sete Lagoas.

Esta também era uma preocupação do ex-secretário de Obras, Arnaldo Nogueira, com quem também conversei sobre esses problemas e me disse que nada foi feito do que foi recomendado nesse relatório. Um temor que ele, então secretário de obras expôs a menos de 2 anos ao prefeito Leone Maciel. A seguir alguns trechos desse ofício:

Secretaria Municipal de Obras Públicas
Ofício — SMOP/136/2007
Sete Lagoas, 26 de fevereiro de 2.007.
Iimo. Sr. Prefeito,
(...) Acidentes de proporções maiores já ocorreram após tal relatório, como por exemplo na região do Bairro Chácara do Paiva, próximo a Indústria Itambé, atingindo áreas entre a Rua Dr. Chassim e Teófilo Otoni, e recentemente atingindo as proximidades da Praça Vá Fina, assim como nas proximidades do Bairro Vapabuçu.
Retornando ao abatimento ocorrido na região próxima a Itambé, de cerca de 0,47 cm, em estudo do local, fica claro que o interceptor de esgoto foi atingido, pois foi construído com tubos de concreto, com junta rígida de argamassa. Provavelmente o abatimento pode ter rompido o rejuntamento dos tubos e o esgoto, pode estar penetrando em fendas abertas no solo. Mesmo tendo solicitado providências há mais de 08(oito) anos, até hoje não foram feitas valas para constatação dos danos e suas extensões, o que gera preocupação. (...) Neste ponto, fica evidenciado o sério problema de CONTAMINAÇÃO do lençol subterrâneo. (...) Fato incontestável é que:
• o descontrole na captação de água do subsolo é absoluto, em relação a capacidade de absorção natural ;
• a extração descontrolada fatalmente irá gerar os mais diversos tipos de problemas, seja de afundamento de solo, danos a propriedades particulares, processos jurídicos indenizatórios que gerarão indenizações inimagináveis;
• processos criminais advindos da falta de providências legais e também por possíveis perdas de vidas humanas;
Após estas considerações e comentários de vários pareceres contratados em Gestões anteriores, bem como de artigos técnicos citados, vê—se que por omissão, a população e a própria cidade, está a mercê de um colapso no sistema,não somente com contaminações, mas com possíveis acidentes de gravidade e proporções indeterminadas.
Portanto, é atitude irresponsável e inconseqüente, continuar com o sistema de captação atual, assim como o de distribuição da água, que parcialmente não tem qualquer tratamento.

AQUI ESTOU DE VOLTA
Ah, claro, falei também com Admilson Moura, administrador do Hospital Nossa Senhora das Graças para saber se ele estava a par desta informação. Admilson disse que tinha ouvido boato mas nada específico. Correto, não há mesmo com que se alarmar o hospital, mas há muito que fazer para que isso não venha ser uma emergência futura.
Neste sentido o estudo feito pela ENGEO é um alerta que deve ser levado a sério, e se nada for feito, aí sim, tem-se uma ameaça muito grave. Um problema repito causado pelo bombeando de água do subsolo que deixa no lugar grandes vazios que naturalmente serão preenchidos pela acomodação do solo. Nada mais simples, anunciado e ameaçador, não é? Um problema que vive se repetindo em diferentes regiões da cidade e que é ocultado da população.


A grande ameaça para qualquer um de nós é a inércia, continuar fazendo as mesma coisa é continuar vivendo sob essa roleta russa subterrânea. E por essa razão simples é que este blog poe o dedo no machucado e tenta fazer doer a consciência de nossas autoridades estaduais. Porque as daqui eu compartilho com a opinião do promotor dor Ernane Geraldo de Araújo de que não adianta mais alertá-las.

Nesse sentido, é uma satisfação ter a certeza que alta cúpula do poder estadual que frequenta este espaço ficará informada. E é delas que se espera alguma atitude e até muito mais da própria sociedade que não tem mais como se omitir. Aliás, preocupa é o comportamento autocrata, absolutista do grupo que chegou no poder, que prefere apegar-se teses mais toscas à render-se a ciência moderna sobre o assunto. Ah, quando recorrem a ciência é para tentar provar as suas teses primitivas e "equivocadas".


SIM!, O HOSPITAL NÃO TEM DIRETAMENTE UM PROBLEMA COMO DIZ O PRÓPRIO RELATÓRIO, É SÓ LER DIREITO LÁ, QUE SE VÊ QUE O PROBLEMA AINDA NÃO ATINGIU O HOSPITAL DIRETAMENTE.

E É EXATAMENTEPARA QUE PROBLEMAS DESTE TIPO E POTENCIAL DE GRAVIDADE NÃO VENHAM A MATERIALIZAR QUE ESTE BLOG SOCIALIZA A INFORMAÇÃO QUE, LEMBRO AS DESAVISADOS JÁ FAZ PARTE DE UM PROCESSO PÚBLICO CONTRA O MUNICÍPIO. E, SIM, É DEVER DAS LIDERANÇAS FAZER DOS PROBLEMAS DA CIDADE AS CAUSAS DA SOCIEDADE, E É ISSO QUE ESTE QUE ESTE CIDADÃO FAZ, AGORA.

ADENDO -
Abaixo duas imagens do subterrâneo de Sete Lagoas ( av Renato Azeredo próximo a Itambé e ao SERPAF e em seguida na região da rua Dr. Chassim, entre as ruas Zoroastro Passos e Fernando Lanza) que fazem parte do relatório da ENGEO: nada mais natural, que essas trincas, cavernas e fraturas no solo de qualquer região cárstica como a de Sete Lagoas em qualquer do mundo, o único risco é desconsiderar a natureza especial deste solo explorando demasiadamente da água do seu subterrâneo. Os especialistas indicam o rebaixamento do nível da água como o fator de maior peso na deflagração e aceleração de subsidências e colapso.




Leonardo de Barros

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