Trânsito de Sete Lagoas induz o condutor ao erro, diz Polícia Militar

Audiência Pública de Trânsito que aconteceu na última sexta-feira na Câmara Municipal foi abalizada pela apresentação do engenheiro Eduardo especialista da área, mas teve o seu ponto alto na participação do Sargento Ruas da Polícia Militar.

O sargento que coordena o policiamento da área central destacou a grande desorganização do trânsito de Sete Lagoas, que induz o condutor ao erro. Ele me disse em entrevista que a situação é tão confusa que em muitos casos a polícia deixa de autuar, por conta de falha na sinalização. E forneceu uma fartura de exemplos dessa desorganização pelo centro da cidade, como no cruzamento da Dr. Chassim com Teófilo Otoni onde as duas vias têm placa de PARE, fazendo com que os motoristas parem e fiquem um olhando para cara do outro e ali mesmo está a Praça Vó Fina em que o motorista circula e para em qualquer direção, não há regras.

Trânsito de SL - Placa de PARE nas duas vias que

cruzam e praça com circulação por todos os lados

Já o engenheiro Eduardo, que abriu a Audiência falou que Sete Lagoas tem um trânsito mal resolvido. Ele também procurou socializar alguns conceitos básicos que devem nortear o planejamento como o tripé: Fluidez, Acessibilidade e Segurança. Alertou para o risco de medidas radicais e voluntaristas como proibir radicalmente Carga e Descarga. Ressaltou que a importância do Rotativo é para oxigenar o comércio e não esqueceu de lembrar que a prioridade deve ser o pedestre. E claro, fez a propaganda da sua empresa com apresentação de Cases em Ouro Preto e BH.

Atlético X Cruzeiro
Alexandre Picorelli (foto) que ajudou a criar Transcon de Contagem e está de olho na futura Bhtrans sete-lagoana, recorreu a imagem do clássico do futebol mineiro para caracterizar a desordem do trânsito da cidade: "o trânsito de Sete Lagoas é um Atlético X Cruzeiro sem juiz". Picorelli reforçou a exemplo do que disse o engenheiro a necessidade da criação do Órgão gerenciador do trânsito.

A audiência que foi uma iniciativa dos vereadores Reginaldo Tristeza e Marcelo da Cooperselta, teve ainda a participação de representantes de empresas como José Geraldo, do Santa Helena Center, que expôs a sua opinião contrária à limitação de horário de carga e descarga. E por sua vez a representante da Sete Lagoas Transportes defendeu que fosse limitado a 4.000 Kilos o peso dos veículos de transporte no horário comercial. Duílio de Castro que comandou os trabalhos delegou aos vereadores autores requerimento da Audiência, para fazerem relatório consolidando as idéias apresentadas.

Bem, Sete Lagoas precisa de medidas emergenciais para enfrentar os problemas imediatos do trânsito da cidade, como também é fundamental uma reestruturação profunda, ousada e planejada tecnicamente, sem se esquecer que até mesmo o trânsito, ao contrário do que parece ignorar ou tenta fazer crer o governo, é uma questão política e não só técnica.

Não falo é claro efetivar o planejamento a partir do que cada um pensa da direção que deve ter ruas ou minúcias técnica. Mas é política na medida em que deve ser planejada também, e aí a política é fundamental, na expansão geográfica da própria cidade. Aqui como já disse em outro post, minha visão coincide com a de Rodrigo Paiva, presidente do PV, que expôs sua visão sobre a necessidade de expandir para outras regiões da cidade, evitando que tudo se convirja para, o hoje centro.

Ah, vejam quando falo do hoje centro é exatamente porque como já disse em outro momento aqui, Sete Lagoas deveria analisar a possibilidade de levar o seu centro comercial administrativo para onde é hoje a região leste da cidade, bairro Nova Cidade, de forma a desenvolvê-la, interiorizando o progresso e desafogando a área central, poderia inclusive se tornar, revitalizada, cada vez mais uma área de laser, o que inclui as lagoas Paulino, Boa Vista e a Serra Santa Helena...

Neste sentido, o vereador Dalton Andrade trouxe um questionamento interessante em outra reunião sobre o Shopping Central que terá uma torre enorme. Ele acha que o projeto pode estar desatualizado, é totalmente pertinente o seu questionamento e é algo que deve ser discutido com a cidade. Afinal, o prédio teria 28 andares o que para os padrões da cidade é mesmo algo fora totalmente destes padrões.

Arrematando, volto ao que disse o sargento Ruas e vale para a tomada de atitude já. Ruas disse que "o individuo de fora em Sete Lagoas fica perdido igual cego em tiroteio". Portanto, diante dessa imagem forte a prefeitura deveria começar a agir agora mesmo, nesta segunda-feira na parte da manhã. Quem sabe ela poderia sair do imobilismo e começar pintando pelo menos algumas faixas de pedestres até o meio dia?

Trânsito Desorganizado na Área Central: Sargento Ruas apresentou idéias simples que podem ser postas em prática imediatamente.