O vídeo acima é chocante. É um pouco mais do que um confronto entre times adversários, conforme definiram os pensadores Ahmadinejad e Luiz Inácio Lula da Silva
Por Sérgio Dávila, na Folha:
As imagens de violência contra manifestantes descontentes com o resultado das eleições iranianas que dominaram TVs e a internet no fim de semana deixaram o presidente Barack Obama “comovido”, segundo seu porta-voz. Ainda assim, o democrata insiste no discurso de não ingerência dos EUA em assuntos internos do Irã.
“Ao longo de sexta, sábado e domingo, ele ficou comovido pelo que viu na televisão”, disse Robert Gibbs, em entrevista coletiva na manhã de ontem.
“Principalmente pelas imagens das mulheres iranianas que lutaram por seu direito de protestar, de falar, de ser ouvidas.” Mas o presidente está cada vez mais convencido da necessidade de não se envolver diretamente no conflito pós-eleitoral, disse o porta-voz.
Em entrevista coletiva pela manhã em Washington, Reza Pahlevi, filho do xá iraniano deposto em 1979 pela Revolução Islâmica que vive nos EUA, disse que a não ingerência de nações estrangeiras era “admirável”, mas que “ninguém vai se beneficiar ao fechar os olhos para as facas e cabos cortando os rostos e bocas de nossos jovens e velhos. Só os tiranos”.
Gibbs disse que Obama se surpreendeu com a intensidade dos protestos no fim de semana, mas não soube dizer se o presidente tinha visto o vídeo feito por um celular que mostra o suposto assassinato de uma jovem iraniana durante manifestações de sábado. Ela foi identificada como Neda Agha-Soltan, ex-estudante de filosofia de 26 anos, que trabalhava com turismo em Teerã.
Segundo o “Los Angeles Times”, que conversou com familiares da vítima, Neda foi morta no sábado, durante protesto em Teerã, pela milícia basij, responsável pelos principais atos de violência contra os manifestantes. Pessoas ligadas ao governo teriam proibido que a família fizesse do velório um evento público, cientes do símbolo que ela virou para o movimento, afirma o diário.
O vídeo mostra uma jovem caindo no chão, com um ferimento no peito que sangra e pessoas correndo para a ajudar, aos gritos de “Neda! Neda!”. O celular a filma no momento em que seus olhos viram para cima e para o lado direito, e ela parece perder a vida naquele momento. Logo, sua boca e nariz começam a sangrar. Um grupo de homens a cerca.
Um deles seria um médico, segundo o escritor Paulo Coelho. “Meu melhor amigo no Irã, o médico que me mostrou a maravilhosa cultura do país quando eu visitei Teerã em 2000, que lutou em nome da República Islâmica (contra o Iraque), que cuidou de soldados feridos no front, que sempre defendeu valores humanos”, escreveu o brasileiro em seu blog. Aqui
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