segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Disputa. Partidos confirmam que vão aumentar número de candidatos na corrida pelo Legislativo estadual


Concorrência em 2010 pode resultar em briga por território - Com elevação do quociente eleitoral, deputados admitem buscar novas áreas

Por Rafael Gomes, O Tempo:
As eleições de 2010 não serão disputadas somente para a Presidência e para os governos estaduais. A briga por uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas já movimenta o Estado. Quase todos os partidos cogitam aumentar a quantidade de candidatos para conquistar o maior número possível de vagas. No modelo brasileiro, isso é reflexo da necessidade de obter mais votos para conseguir eleger parlamentares. E, nessa briga, vale até invadir o reduto eleitoral do outro em busca de novos eleitores.
O desafio deve ser imposto pelo aumento do quociente eleitoral, formado pela razão entre os votos válidos recebidos por todos os candidatos e o número de vagas disponíveis. O resultado é o mínimo necessário de votos para uma coligação ter direito a uma cadeira no Legislativo.Segundo partidos e parlamentares, a disputa pela vaga na Assembleia de Minas deve ser uma das mais acirradas da história, já que o número de candidatos será maior do que em 2006, ano da última eleição. Mesmo quem defende as cores de um partido grande e já ocupa um mandato teme que será difícil se eleger.
"Os deputados devem aumentar a votação, mas, com o quociente alto, também muita gente pode ficar de fora. O deputado que confundir recesso com férias corre o risco de não voltar mais", afirmou o deputado estadual Weliton Prado (PT).
O PMDB é uma das legendas que devem levar mais nomes para a corrida. Mesmo o ex-presidente da Assembleia, Antônio Júlio (PMDB), que planeja sua sexta eleição consecutiva, acredita que será necessário melhorar o desempenho nas urnas. "A votação certamente vai crescer, mas acho que com 55 mil votos dá para se eleger por uma grande legenda", declarou.
Cerca. Por causa da concorrência, os deputados tentam arrebanhar eleitores fora dos tradicionais redutos, o que gera a insatisfação de adversários. Um parlamentar que pediu para não ter o nome divulgado assumiu a necessidade de buscar novos territórios, mas negou invadir terrenos alheios. "Há regiões em que tem poucos candidatos em relação ao tamanho da população", disse.
Duarte Bechir (PMN), que assumiu uma cadeira no lugar da deputada cassada Maria Lúcia Mendonça (DEM), é um dos que admitem a necessidade de buscar eleitores em outras regiões. Dos 21 mil votos que obteve em 2006, 13,5 mil foram de Campo Belo, no Centro-Oeste do Estado, onde foi prefeito. "Vou procurar manter os daqui e avançar mais para o Sul do Estado, que tem poucos deputados em relação ao Norte. Vai ser uma eleição trabalhosa."

Evolução - Histórico recente do número mínimo de votos para um partido ou coligação eleger um parlamentar em Minas


Deputado Federal

1994 - 127.389

1998 - 136.069

2002 - 181.242

2006 - 184.747


Deputado Estadual

1994 - 92.712

1998 - 96.326

2002 - 124.207

2006 - 127.096

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