2010. Pela primeira vez, governador admite que escolha do candidato pode ser por "outros instrumentos"
Por Rafael Gomes, O Tempo:
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, considerou pela primeira vez a possibilidade de o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010 ser escolhido por consenso dentro da legenda. Desde quando começou a trabalhar pela sua pré-candidatura, Aécio defendia a todo custo a realização de prévias entre ele e o governador de São Paulo, José Serra. Ontem, no entanto, o tucano recuou e admitiu que "outros instrumentos" poderão ser utilizados na escolha do candidato.
"Nós vamos, até o final do ano, definir qual o instrumento que utilizaremos para a definição. Se as prévias, que ainda me parece mais apropriado, ou se um conjunto de análises que inclua as pesquisas eleitorais, mas que leve também outros aspectos, como baixo índice de rejeição, capacidade de aglutinação e potencial de crescimento", disse o governador.
A declaração poderia ser vista como um discurso conciliador, mas parte exatamente do responsável pela "campanha" dentro do partido pela realização das prévias. Antes da movimentação do mineiro, a intenção da cúpula do PSDB era indicar um candidato sem disputa interna, analisando justamente resultados de pesquisas - critério mencionado ontem por Aécio Neves. Essa sempre foi a posição, por exemplo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A afirmação de Aécio também ocorreu um dia após a divulgação de pesquisa de intenção de votos - o que ele vinha evitando fazer -, que demonstrou poucas alterações no quadro da sucessão. Segundo a CNT/Sensus, José Serra continua liderando (39,5%), seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (19%), e da ex-senadora do PSOL Heloísa Helena (9,7%). A ex-ministra Marina Silva (PV) já aparece com 4,8%. Quando Aécio é o candidato tucano, Dilma lidera com 23,3% das intenções, contra 16,6% do governador mineiro.
Análise. O professor e cientista político da PUC Minas Gilberto José de Barros acredita que Aécio esteja realinhando sua estratégia dentro de um novo cenário da disputa. "Pode ser uma estratégia pensando no médio prazo. Aécio pode estar recuando para buscar um melhor posicionamento dentro do partido no futuro. Pela situação neste momento, a disputa interna começa a ser prejudicial para o PSDB", considerou.
Para o especialista, cabe agora uma nova análise de toda a disputa, levando em consideração o reposicionamento de Aécio e a estagnação de Dilma Rousseff nas pesquisas. "Não me parece que está descartada a chapa puro-sangue do PSDB. Com os governadores de São Paulo e Minas - os dois maiores colégios eleitorais -, a candidatura do PSDB é muito forte", considerou Barros.
Por Rafael Gomes, O Tempo:
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, considerou pela primeira vez a possibilidade de o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010 ser escolhido por consenso dentro da legenda. Desde quando começou a trabalhar pela sua pré-candidatura, Aécio defendia a todo custo a realização de prévias entre ele e o governador de São Paulo, José Serra. Ontem, no entanto, o tucano recuou e admitiu que "outros instrumentos" poderão ser utilizados na escolha do candidato.
"Nós vamos, até o final do ano, definir qual o instrumento que utilizaremos para a definição. Se as prévias, que ainda me parece mais apropriado, ou se um conjunto de análises que inclua as pesquisas eleitorais, mas que leve também outros aspectos, como baixo índice de rejeição, capacidade de aglutinação e potencial de crescimento", disse o governador.
A declaração poderia ser vista como um discurso conciliador, mas parte exatamente do responsável pela "campanha" dentro do partido pela realização das prévias. Antes da movimentação do mineiro, a intenção da cúpula do PSDB era indicar um candidato sem disputa interna, analisando justamente resultados de pesquisas - critério mencionado ontem por Aécio Neves. Essa sempre foi a posição, por exemplo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A afirmação de Aécio também ocorreu um dia após a divulgação de pesquisa de intenção de votos - o que ele vinha evitando fazer -, que demonstrou poucas alterações no quadro da sucessão. Segundo a CNT/Sensus, José Serra continua liderando (39,5%), seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (19%), e da ex-senadora do PSOL Heloísa Helena (9,7%). A ex-ministra Marina Silva (PV) já aparece com 4,8%. Quando Aécio é o candidato tucano, Dilma lidera com 23,3% das intenções, contra 16,6% do governador mineiro.
Análise. O professor e cientista político da PUC Minas Gilberto José de Barros acredita que Aécio esteja realinhando sua estratégia dentro de um novo cenário da disputa. "Pode ser uma estratégia pensando no médio prazo. Aécio pode estar recuando para buscar um melhor posicionamento dentro do partido no futuro. Pela situação neste momento, a disputa interna começa a ser prejudicial para o PSDB", considerou.
Para o especialista, cabe agora uma nova análise de toda a disputa, levando em consideração o reposicionamento de Aécio e a estagnação de Dilma Rousseff nas pesquisas. "Não me parece que está descartada a chapa puro-sangue do PSDB. Com os governadores de São Paulo e Minas - os dois maiores colégios eleitorais -, a candidatura do PSDB é muito forte", considerou Barros.
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