Por MARIA CLARA CABRAL e FÁBIO ZANINI, na Folha de S.Paulo:
Com a liberação das campanhas na internet aprovada pelo Congresso, os partidos se preparam para investir na rede visando 2010, e alguns reclamam da timidez da nova legislação. Os objetivos são aumentar a arrecadação entre pessoas físicas, agora que a doação por meio da internet está autorizada, além de ganhar filiados e adeptos.
O PMDB lança em outubro sua nova página na internet. A aposta é a interatividade, possibilitando que os filiados participem de uma comunidade própria, nos moldes do Orkut. Outro investimento é fazer com que vídeos e rádios na web alcancem todas as regiões.
O partido já contratou sete profissionais com experiência na área e quer aumentar ainda mais a sua equipe. Na coordenação das mudanças está o deputado Eliseu Padilha (RS). "A internet vai ser várias vezes mais importante nesta eleição do que nas anteriores. Eu diria que não cem vezes mais, mas 500", diz o deputado.
O PT, um dos primeiros no Brasil a usar a internet em larga escala, termina a construção de um estúdio, compra equipamentos e deve contratar uma empresa para formar até o fim do ano uma rede de TV e rádio transmitindo pela internet. A ideia é oferecer o material gratuitamente a rádios e emissoras do interior do país.
"Não posso revelar quanto custa, mas adianto que não é pouco", diz o tesoureiro petista, Paulo Ferreira. O partido também avalia como massificar as doações. "A lei criou uma burocracia desnecessária ao exigir que os partidos deem recibos para as doações online. O CPF ou CNPJ informado pelo doador já seria suficiente."
Sobre as doações, o secretário de Comunicação do PV, Fabiano Carnevale, avalia que a lei no Brasil, mesmo com as mudanças aprovadas, é ainda muito restrita em comparação com a dos EUA. "As doações só podem começar quando a campanha começar, por exemplo."
O partido está profissionalizando a sua equipe de internet e começou a mandar duas pessoas (um câmera e um técnico) para fazer cobertura on-line de eventos do partido pelo país.
Além do investimento nas novas ferramentas, a direção do PSDB também se dedica a aprender mais sobre as novas regras aprovadas pela Câmara.
Um dos maiores desafios, segundo Eduardo Graeff, tesoureiro da legenda, vai ser aprender a lidar com as doações on-line. "Estávamos em compasso de espera, agora vamos começar a aprender sobre isso. Acho que a reforma aprovada no Congresso vai dar uma margem razoável para usarmos novas ferramentas", disse Graeff.
Rede conjunta
O DEM conversa com o marqueteiro Luiz Gonzalez (ex-José Serra e Gilberto Kassab) sobre a criação de uma rede de TV pela web conjunta com os parceiros da oposição --PSDB e PPS. "É uma forma de nos contrapormos à máquina de propaganda do governo", diz o presidente da sigla, Rodrigo Maia. Mais
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