Como você lerá na matéria abaixo da Folha (e outras duas novas abaixo, de segunda-feira), o real dispara diante de principais moedas, teve alta de 35% em relação ao dolar; 50% sobre o peso argentino; 34% de apreciação sobre o iene; e 30% sobre o euro. Você sabe o que isso significa para nós mineiros e sete-lagoanos, em especial? Numa tradução direta: desemprego, crise, renda menor... Essa disparada do real é uma notícia terrível para nossas principais industrias que exportam de do Ferro Gusa a caminhão. É uma alta da moeda nacional não só em relação ao dólar, que já seria uma péssima notícia, porém o agravante é que o real está se elevando em relação as moedas de nossos principais mercados importadores: Estados Unidos, China, Europa e Argentina.
O problema é que os nossos produtos ficam menos competitivos e a nossa industria perde mercado. O caso da Iveco é emblemático, afinal, ela tem fábrica na Argentina e no Brasil e pode privilegiar a produção onde for mais barato, assim, pode se transformar de exportadora em importadora a depender da conveniência. O risco para o país, nosso estado e cidade, em especial, é que estamos tentando nos recuperar de uma grave crise de crédito e nos aparece uma nova barreira, agora, cambial.
Essa sobrevalorização do real que já produziu grande destruição da industria nacional em setores como calçados, têxteis... ameaça também fazer um estrago definitivo na produção do nosso estado, que metaforicamente, pode ser comparado, para ilustrar, a destruição dos pés de laranja pelo MST. Os bandidos dos sem terra usam a força física para ir matando o agronegócio, enquanto o governo do PT deixa que a inércia monetária permita que o capitais especulativos venham se fartar nas diárias moteleiras dos juros altos.
Os culpados dessa destruição seja pela ação nefasta do MST ou omissão desastrosa do governo Lula é, sobretudo, o sistema político que faz o congresso omisso e cortesão ao governo, que por depender das migalhas federais para abastecer seus currais eleitorais com as famosas emendas parlamentares tem que ficar quietinhos. Márcio Reinaldo mesmo é um que fica calado, no Congresso é um aulico, sabe que se abrir a boca, o Lula não lhe dá o dinheirinho para os tratores e caminhões, com os quais faz política por aqui, não é mesmo?
É leitor, apesar de toda a discurseira do Lula do "nunca antes neste país" e do silêncio dos parlamentares, estamos assistindo a um processo de perda de competitividade da industria desde quando o PT assumiu o governo. Não se viu os efeitos da falta de ação do governo para fazer os ajustes no modelo econômico herdado de FHC, como também na ausência de reformas que reduzissem o custo Brasil e na melhoria da infraestrutura, por conta fartura econômica mundial que vivíamos. Essa situação começa a mudar e o país vai ver que a omissão do governo petista começa a sair caro, tão custoso que eles já estão até confiscando a restituição do imposto de renda das pessoas.
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Por Fabricio Vieira, na Folha:
Real dispara diante de principais moedas
O fortalecimento do real tem sido um fenômeno mais amplo do que a simples apreciação diante do dólar. Para desespero do setor exportador brasileiro, a moeda nacional tem se valorizado expressivamente em relação às principais divisas do planeta e de muitos de seus parceiros comerciais.
O dólar nem é a divisa sobre a qual o real mais ganhou terreno nos últimos meses. Enquanto o real registra apreciação de 34,42% em relação à moeda norte-americana no ano, acumula alta de 49,35% sobre o peso argentino. Se for comparada com o iene, a divisa brasileira apresenta elevação de 33,73%. Em relação ao euro, a alta é de 29,10%. As variações se referem às cotações de compra divulgadas pelo Banco Central.
“Vamos ter cada vez mais dificuldades para o exportador. O governo não está atento ao assunto, não está fazendo nada em relação à apreciação do real, que não se restringe ao dólar, alonga-se às moedas de diversos países com os quais temos relacionamento comercial”, diz Roberto Segatto, presidente da Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior).
O fortalecimento do real tem sido um fenômeno mais amplo do que a simples apreciação diante do dólar. Para desespero do setor exportador brasileiro, a moeda nacional tem se valorizado expressivamente em relação às principais divisas do planeta e de muitos de seus parceiros comerciais.
O dólar nem é a divisa sobre a qual o real mais ganhou terreno nos últimos meses. Enquanto o real registra apreciação de 34,42% em relação à moeda norte-americana no ano, acumula alta de 49,35% sobre o peso argentino. Se for comparada com o iene, a divisa brasileira apresenta elevação de 33,73%. Em relação ao euro, a alta é de 29,10%. As variações se referem às cotações de compra divulgadas pelo Banco Central.
“Vamos ter cada vez mais dificuldades para o exportador. O governo não está atento ao assunto, não está fazendo nada em relação à apreciação do real, que não se restringe ao dólar, alonga-se às moedas de diversos países com os quais temos relacionamento comercial”, diz Roberto Segatto, presidente da Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior).
Quando o real se aprecia, acaba por reduzir a competitividade da indústria nacional, ao encarecer os produtos brasileiros vendidos para o exterior.
Com a moeda brasileira cada vez mais forte, volta a esquentar o debate sobre o câmbio livre e as limitações do governo para interferir nesse segmento.
Há especialistas que defendem algum tipo de controle cambial, como limites mínimos de prazo para o capital externo permanecer no país e taxação dos recursos que vêm de fora. Medidas como essas, dizem, poderiam desestimular a vinda de capital especulativo e diminuir o montante de dólares disponíveis no mercado.
Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB, avalia que impor barreiras para tentar conter a apreciação do câmbio pode gerar resultados, “mas apenas temporários”. “A trajetória é de fortalecimento do real. Sobra pouco para o Banco Central fazer. As compras que o BC tem feito no mercado são importantes, mas não conseguem segurar a cotação.”
Com a moeda brasileira cada vez mais forte, volta a esquentar o debate sobre o câmbio livre e as limitações do governo para interferir nesse segmento.
Há especialistas que defendem algum tipo de controle cambial, como limites mínimos de prazo para o capital externo permanecer no país e taxação dos recursos que vêm de fora. Medidas como essas, dizem, poderiam desestimular a vinda de capital especulativo e diminuir o montante de dólares disponíveis no mercado.
Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB, avalia que impor barreiras para tentar conter a apreciação do câmbio pode gerar resultados, “mas apenas temporários”. “A trajetória é de fortalecimento do real. Sobra pouco para o Banco Central fazer. As compras que o BC tem feito no mercado são importantes, mas não conseguem segurar a cotação.”
Com as aquisições da autoridade monetária, as reservas internacionais atingiram o nível inédito de US$ 230 bilhões.
Preocupação global
O problema da apreciação da moeda local e dos riscos que isso pode trazer para o comércio exterior tem se tornado uma preocupação para muitos países, não apenas para o Brasil.
Na semana passada, bancos centrais de países do sudeste asiático decidiram intervir no câmbio na tentativa de conter a apreciação de suas moedas em relação à divisa dos EUA.
Na sexta-feira, o dólar conseguiu se recuperar um pouco em relação ao euro e ao iene. Mas, no mercado brasileiro, o que se viu foi nova baixa, com a moeda cotada a R$ 1,737, em seu nível mais baixo desde 8 de setembro de 2008, um pouco antes de a crise internacional entrar em seu período mais crítico.
“O real está de fato muito valorizado diante de várias moedas. Seria muito simplista dizer que o movimento atual do câmbio não gera impactos na economia. Mas o que deve ser feito? Baixar mais os juros para desestimular a vinda de recursos externos? Criar algum tipo de controle de capital?”, questiona Francisco Pessoa, economista da consultoria LCA.
Preocupação global
O problema da apreciação da moeda local e dos riscos que isso pode trazer para o comércio exterior tem se tornado uma preocupação para muitos países, não apenas para o Brasil.
Na semana passada, bancos centrais de países do sudeste asiático decidiram intervir no câmbio na tentativa de conter a apreciação de suas moedas em relação à divisa dos EUA.
Na sexta-feira, o dólar conseguiu se recuperar um pouco em relação ao euro e ao iene. Mas, no mercado brasileiro, o que se viu foi nova baixa, com a moeda cotada a R$ 1,737, em seu nível mais baixo desde 8 de setembro de 2008, um pouco antes de a crise internacional entrar em seu período mais crítico.
“O real está de fato muito valorizado diante de várias moedas. Seria muito simplista dizer que o movimento atual do câmbio não gera impactos na economia. Mas o que deve ser feito? Baixar mais os juros para desestimular a vinda de recursos externos? Criar algum tipo de controle de capital?”, questiona Francisco Pessoa, economista da consultoria LCA.
Em 2008, esteve em pauta debate parecido com o atual, antes do agravamento da crise que depreciou de forma acelerada o real. Em agosto, o dólar rondava R$ 1,56, seu mais baixo patamar desde janeiro de 1999. Com a deterioração da economia global, desencadeada pela crise, o dólar superou R$ 2,50 -isso antes de 2008 acabar. Aqui
Um comentário:
leonardo, seu blog e lido por comentar sobre sete lagoas. nao se desvirtue, ou sera que o marcola o convenceu de algo? sera venal tambem? As. seu fã.
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