Segundo petistas, no Estado, chances de vitória são as maiores do Sudeste
Por Murilo Rocha, O Tempo:
Brasília. O PT de Minas Gerais obteve nesta semana os primeiros sinais de um aval da direção nacional do partido para negociar uma aliança com o PMDB regional sem abrir mão de encabeçar uma candidatura ao governo do Estado. Além de Minas, petistas da Bahia e do Mato Grosso do Sul também devem receber sinal verde para a candidatura própria, independentemente da pressão dos peemedebistas. No entanto, o partido só irá bater o martelo sobre onde irá ou não ceder a cabeça de chapa nas candidaturas aos governos dos Estados para o PMDB a partir de março do próximo ano.
No caso de Minas, lideranças nacionais da sigla apontam dois fatores para a defesa de uma candidatura própria. O primeiro é a condição real dos dois pré-candidatos - o ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel - vencerem pela primeira vez a disputa ao governo. Outro aspecto é o risco de o PT ficar sem candidato a governador com chances de vencer nos quatro Estados do Sudeste, onde estão concentrados cerca de 44% dos eleitores, caso o partido aceite apoiar a pré-candidatura do PMDB - no caso de Minas Gerais, a do ministro Hélio Costa.Pela avaliação dos petistas, em São Paulo, o PSDB é favorito à reeleição e o partido pode apoiar uma eventual candidatura de Ciro Gomes (PSB). No Rio, apesar da situação ainda não estar acertada, o PT, do pré-candidato Lindemberg Faria, também teria desvantagem em uma disputa com o governador Sérgio Cabral (PMDB), ficando mais fácil a costura de um acordo favorecendo o peemedebista. E no Espírito Santo, o partido iria compor a chapa dos partidos da base aliada do presidente Lula como vice. No Sudeste, apenas em Minas a chance de vitória de um candidato próprio do PT seria real.
"Em nome do projeto nacional, vamos discutir de forma fraterna com o PMDB uma aliança para o PT encabeçar a chapa. Nunca estivemos tão bem", avaliou o presidente regional do PT em Minas, deputado federal Reginaldo Lopes. Segundo ele, os petistas vão propor para o PMDB em Minas a escolha por um nome levando em conta não só as pesquisas eleitorais quantitativas."A pesquisa deve ser um aspecto, mas não pode ser o único. Vamos buscar outros indicadores qualitativos, como a capacidade de agregar aliados", respondeu Lopes, ao ser questionado se o ministro Hélio Costa hoje não teria uma condição melhor nas pesquisas eleitorais.
Nacional. De acordo com o secretário de organização do partido e integrante do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, Paulo Frateschi, ontem foi a primeira grande reunião do GTE com os presidentes de diretórios estaduais para saber da situação nos Estados. "Há preocupação dos dois comandos nacionais (PT e PMDB) de não prejudicar a aliança nacional em torno da candidatura da Dilma. Mas, em alguns locais, eles (PMDB) não têm condição de nos atender totalmente e nem nós (PT) temos condições de atendê-los em tudo", disse.
Ainda, conforme Frateschi, a definição das alianças ficará para o próximo ano, após a eleição para a escolha dos novos diretórios estaduais, marcada para o final deste mês. As definições devem acontecer em março.
IntervençãoDescartada. Para Paulo Frateschi, está fora de cogitação a intervenção da direção nacional do partido em qualquer diretório estadual. Os comandos regionais podem continuar as negociações nos Estados.
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