Por Josias de Souza:
Vão abaixo algumas das reflexões do ex-presidenciável tucano:
1. Plebiscito: Aécio declara-se convencido de que, ao optar por José Serra, o PSDB facilitou a estratégia de campanha concebida por Lula.
Acha que será fácil enganchar a imagem de Serra à de FHC, como desejam Lula e o PT da presidenciável Dilma Rousseff.
Por quê? Noves fora a amizade que os une, Serra ocupou, sob a presidência de FHC, dois ministérios. Primeiro, o do Planejamento. Depois, o da Saúde.
A opinião de Aécio sobre a gestão FHC é positiva. Acha, porém, que seria tolice ignorar o fato de que a percepção do eleitorado é outra.
FHC tornou-se um personagem impopular. Ponto e vírgula. Na comparação com Lula, o eleitor dá ampla vantagem ao mandarim petista. Ponto.
Vem daí a menção que Aécio fez, na carta em que declinou da candidatura ao Planalto, à necessidade de...
... “Responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o país ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres”.
2. Efeito São Paulo: Outra opinião que Aécio expõe reservadamente diz respeito a um suposto enfado do eleitor com alternativas presidenciais nascidas em São Paulo.
Acha que esse “cansaço” do eleitorado conspira contra Serra. Teria dificuldades de entrar em áreas hoje simpáticas a Lula. Norte e Nordeste, por exemplo.
3. Efeito Rio de Janeiro: Aécio enxerga o Rio como um dos calcanhares mais expostos da candidatura Serra.
Menciona o fato de que o tucanato ainda não logrou montar um palanque no terceiro maior colégio eleitoral do país depois de São Paulo e de Minas.
O problema persistiria caso o PSDB tivesse optado por Aécio. Mas o governador mineiro considera-se mais palatável ao eleitor fluminense do que Serra.
4. Calendário: Aécio diz em privado que enxerga “lógica” na decisão de Serra de empurrar para março de 2010 o anúncio de sua candidatura.
À frente nas pesquisas, beneficiário de um recall de campanhas anteriores, Serra não teria razões para entrar antecipadamente no ringue.
Trocaria socos com Lula, não com Dilma. De resto, viraria um alvo instantâneo, descuidando-se dos afazeres do governo de São Paulo.
Mas Aécio ilumina o que julga ser um problema: a protelação de Serra passa, a seu juízo, uma impressão de “insegurança”.
Estimula na platéia a suspeita de que, na hora ‘H’, submetido a eventuais condições adversas -o crescimento de Dilma nas pesquisas, por exemplo-, Serra poderia recuar.
Aécio chegou mesmo a relatar a um amigo diálogo que, segundo disse, manteve com Serra. Perguntou ao então rival se ele seria candidato em qualquer circunstância.
Segundo a versão de Aécio, a resposta de Serra foi negativa. Só iria à sucessão presidencial se as chances de vitória fossem “muito concretas”.
Aécio farejou na movimentação de Serra um cheiro de queimado. Nas suas palavras: “Em março, ele diria: 'O cenário tá bom, vou eu. Tá ruim, vai você”.
Decidiu retirar-se preventivamente da contenda por avaliar que, em março, já não conseguiria obter as alianças que se julgava em condições de costurar.
Acertos que incluiriam, além de DEM e PPS, legendas que hoje gravitam em torno de Lula.
5. A vice: A despeito da pressão que sofre, Aécio continua dizendo que não lhe passa pela cabeça a hipótese de tornar-se vice na chapa de Serra.
Afirma que, para o eleitor de Minas, “essa coisa de vice não tem tanta importância”. O Estado já teve dois vices: Itamar Franco e José Alencar, o atual.
Acrescenta: “Eu passaria a campanha inteira tendo que explicar”. Diz que, não sendo o presidenciável, precisa se voltar integralmente para Minas.
Deseja fazer de seu vice, Antonio anastasia, o novo governador. “Não adianta ser candidato a vice tendo que viajar o Brasil inteiro. Preciso me dedicar a Minas..."
"...Eu vou ter que fazer a campanha do Anastasia com mais dedicação do que fiz para mim mesmo”.
6. O Senado: Aécio assegura, mesmo longe dos holofotes, que a eleição ao Senado o “safisfaz”.
Segundo o seu raciocíonio, o PSDB “vive um processo de mudança geracional”. Acha-se em condições de injetar “energia nova no Senado”.
Elegendo-se, diz que terá tempo de sobra para alçar novos vôos. “Oito anos de mandato pela frente”, diz ele. Não declara, mas haverá uma outra sucessão presidencial de permeio, em 2014.
Vão abaixo algumas das reflexões do ex-presidenciável tucano:
1. Plebiscito: Aécio declara-se convencido de que, ao optar por José Serra, o PSDB facilitou a estratégia de campanha concebida por Lula.
Acha que será fácil enganchar a imagem de Serra à de FHC, como desejam Lula e o PT da presidenciável Dilma Rousseff.
Por quê? Noves fora a amizade que os une, Serra ocupou, sob a presidência de FHC, dois ministérios. Primeiro, o do Planejamento. Depois, o da Saúde.
A opinião de Aécio sobre a gestão FHC é positiva. Acha, porém, que seria tolice ignorar o fato de que a percepção do eleitorado é outra.
FHC tornou-se um personagem impopular. Ponto e vírgula. Na comparação com Lula, o eleitor dá ampla vantagem ao mandarim petista. Ponto.
Vem daí a menção que Aécio fez, na carta em que declinou da candidatura ao Planalto, à necessidade de...
... “Responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o país ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres”.
2. Efeito São Paulo: Outra opinião que Aécio expõe reservadamente diz respeito a um suposto enfado do eleitor com alternativas presidenciais nascidas em São Paulo.
Acha que esse “cansaço” do eleitorado conspira contra Serra. Teria dificuldades de entrar em áreas hoje simpáticas a Lula. Norte e Nordeste, por exemplo.
3. Efeito Rio de Janeiro: Aécio enxerga o Rio como um dos calcanhares mais expostos da candidatura Serra.
Menciona o fato de que o tucanato ainda não logrou montar um palanque no terceiro maior colégio eleitoral do país depois de São Paulo e de Minas.
O problema persistiria caso o PSDB tivesse optado por Aécio. Mas o governador mineiro considera-se mais palatável ao eleitor fluminense do que Serra.
4. Calendário: Aécio diz em privado que enxerga “lógica” na decisão de Serra de empurrar para março de 2010 o anúncio de sua candidatura.
À frente nas pesquisas, beneficiário de um recall de campanhas anteriores, Serra não teria razões para entrar antecipadamente no ringue.
Trocaria socos com Lula, não com Dilma. De resto, viraria um alvo instantâneo, descuidando-se dos afazeres do governo de São Paulo.
Mas Aécio ilumina o que julga ser um problema: a protelação de Serra passa, a seu juízo, uma impressão de “insegurança”.
Estimula na platéia a suspeita de que, na hora ‘H’, submetido a eventuais condições adversas -o crescimento de Dilma nas pesquisas, por exemplo-, Serra poderia recuar.
Aécio chegou mesmo a relatar a um amigo diálogo que, segundo disse, manteve com Serra. Perguntou ao então rival se ele seria candidato em qualquer circunstância.
Segundo a versão de Aécio, a resposta de Serra foi negativa. Só iria à sucessão presidencial se as chances de vitória fossem “muito concretas”.
Aécio farejou na movimentação de Serra um cheiro de queimado. Nas suas palavras: “Em março, ele diria: 'O cenário tá bom, vou eu. Tá ruim, vai você”.
Decidiu retirar-se preventivamente da contenda por avaliar que, em março, já não conseguiria obter as alianças que se julgava em condições de costurar.
Acertos que incluiriam, além de DEM e PPS, legendas que hoje gravitam em torno de Lula.
5. A vice: A despeito da pressão que sofre, Aécio continua dizendo que não lhe passa pela cabeça a hipótese de tornar-se vice na chapa de Serra.
Afirma que, para o eleitor de Minas, “essa coisa de vice não tem tanta importância”. O Estado já teve dois vices: Itamar Franco e José Alencar, o atual.
Acrescenta: “Eu passaria a campanha inteira tendo que explicar”. Diz que, não sendo o presidenciável, precisa se voltar integralmente para Minas.
Deseja fazer de seu vice, Antonio anastasia, o novo governador. “Não adianta ser candidato a vice tendo que viajar o Brasil inteiro. Preciso me dedicar a Minas..."
"...Eu vou ter que fazer a campanha do Anastasia com mais dedicação do que fiz para mim mesmo”.
6. O Senado: Aécio assegura, mesmo longe dos holofotes, que a eleição ao Senado o “safisfaz”.
Segundo o seu raciocíonio, o PSDB “vive um processo de mudança geracional”. Acha-se em condições de injetar “energia nova no Senado”.
Elegendo-se, diz que terá tempo de sobra para alçar novos vôos. “Oito anos de mandato pela frente”, diz ele. Não declara, mas haverá uma outra sucessão presidencial de permeio, em 2014.
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