matéria de Pâmilla Vilas Boas, da UFMG, clique aqui para ir a página original:
"Não, não, não queremos poluição", "limpa, limpa, limpa queremos água limpa", gritavam os alunos das escolas de Sete Lagoas durante a caminhada que saiu da casa da cultura, contornou a Lagoa Paulino até o casarão da cidade. Durante a viajem de Jequitibá até Sete Lagoas, os poucos integrantes do Projeto que foram participar da caminhada não imaginavam que cerca de dezessete escolas de Sete Lagoas os esperavam para dar início aos eventos na cidade.
Antes da caminhada, o coordenador do Projeto Manuelzão Rogério Sepúlveda deu o recado das crianças de Funilândia aos alunos de Sete Lagoas. "As crianças de Funilândia decidiram mandar cartas para escolas e prefeitura de Sete Lagoas para que a cidade cuide do esgoto e da água, que eles recebem de lá". O secretário municipal de Meio Ambiente, Lairson Couto que representava o prefeito, confirmou: "Ainda jogamos esgoto em nossos córregos. Sete Lagoas não está fazendo o dever de casa".
Depois do alongamento, todos se juntaram para a caminhada. Uma banda formada pelos alunos seguia sem parar de tocar. O aluno da escola Estadual Professor Fernandino Junior, Jean Carlos contou que tiveram palestras sobre meio ambiente antes da caminhada de hoje. "O pessoal da Escola Técnica falou que o rio Matadouro é o mais poluído e não tem mais biodiversidade", contou. A pedagoga da secretaria de educação de Sete Lagoas explicou que estão sendo feita atividades com os alunos desde o inicio do mês e que ainda terão outras atividades. "Os alunos se sentem motivados, repassam o que aprendem para os pais e comunidades e se tornam divulgadores da idéia de recuperação do rio", explicou.
A caminhada não acabou
Ao chegar no Casarão, os coordenadores do Projeto Manuelzão receberam as escolas e as convidaram para o debate. Nem todas participaram. "Se todo mundo está tratando o esgoto, Sete Lagoas vai continuar sem tratar?" questionou Polignano durante a recepção. Em alto e bom tom todos gritaram: "Nãaaoo".
Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente Lairson Couto, apenas 3% do esgoto da cidade é tratado. Os 97% são lançados no córrego tropeiro e córrego matadouro. O esgoto cai na rede fluvial e chega na Lagoa Paulino, o que explica sua crescente eurotrofização. O cheiro desagradável de algumas partes da cidade é perceptível.
Belo Horizonte é considerado o maior poluidor do Rio das Velhas, Sete lagoas o segundo. A capital trata 60% dos esgotos e quando a ETE Onça passar a fazer tratamento secundário, a cidade terá capacidade de tratar 100% . Sete Lagoas passará, então, a assumir o primeiro lugar na poluição. Durante o debate as cobranças foram muitas, "Sete lagoas não assumiu essa meta. Estamos sendo hipócritas. Aqui vivemos de água mineral. Não temos um centavo para tratar do esgoto e rejeitamos em 2007 a proposta da Copasa para ficar com uma autarquia politiqueira[SAAE]", manifestou Leonardo Barros, que estava na platéia.
Após a fala, a polêmica se instaurou no debate. Para a representante do subcomitê Jequitibá, Heloise Guimarães, as pessoas estão participando e se envolvendo mais com os problemas ambientais da cidade. "Ela pode estar devendo em termos de obras, mas eu acho que não é só por aí. Eu acredito que a minha parcela e a de cada um de nós é importante para mudar o quadro.", retrucou. O secretério de meio ambiente justificou que a prefeitura não tem recursos para a construção de ETEs para o tratamento de esgoto. Existe um projeto para a implementação da ETE Matadouro que está orçada em 50 milhões. Além disso, cobrou apoio do Projeto e Semad para conseguir recursos junto ao Governo Federal. Apolo lembrou que o governo apoiou Sete Lagoas oferecendo 100 milhões para que a Copasa realizasse o tratamento. A prefeitura de Sete Lagoas preferiu continuar com o serviço autônomo de água e esgoto - SAAE. Apolo disse que existem problemas de gestão dentro do SAE e denunciou o fato de pessoas estarem recebendo água de graça. "É empreguismo gente que queria usar o SAAE para ganhar voto", disse.
Polignano lembrou que estão furando mais de 100 poços para o SAAE na região que por fazer parte da área Cárstica por sofrer rebaixamento. "Por que não pegamos Jequitibá por que ele está morto, então vamos tentar o Velhas. Olha que mentalidade." "Ou temos outra relação com o rio ou vamos ir buscar cada vez mais longe água", acrescentou.
Para algumas pessoas da platéia como Antonina e Alexandre as discussões para a instalação da Copasa ou manutenção do SAAE não é clara. "Existe sim, interesse comercial da Copasa, nos recursos hídricos da região", relatou. Edna, professora da Escola Estadual Apio Sólon Cardoso ainda apontou outros problemas. Segundo ela a falta de água no seu bairro, Belo Vale, é intensa. A escola chegou a ficar uma semana sem água. "Moro na região da lagoa de Boa Vista que foi ponto turístico e que hoje está no descaso. Existem vários poços artesianos ao redor da lagoa. A lagoa já foi linda e está morrendo", relatou. Ainda tem o problema da mortalidade infantil na região. A causa de tudo isso: a falta de tratamento de esgoto e a morte dos rios que poderiam abastecer a cidade.
"Não, não, não queremos poluição", "limpa, limpa, limpa queremos água limpa", gritavam os alunos das escolas de Sete Lagoas durante a caminhada que saiu da casa da cultura, contornou a Lagoa Paulino até o casarão da cidade. Durante a viajem de Jequitibá até Sete Lagoas, os poucos integrantes do Projeto que foram participar da caminhada não imaginavam que cerca de dezessete escolas de Sete Lagoas os esperavam para dar início aos eventos na cidade.
Antes da caminhada, o coordenador do Projeto Manuelzão Rogério Sepúlveda deu o recado das crianças de Funilândia aos alunos de Sete Lagoas. "As crianças de Funilândia decidiram mandar cartas para escolas e prefeitura de Sete Lagoas para que a cidade cuide do esgoto e da água, que eles recebem de lá". O secretário municipal de Meio Ambiente, Lairson Couto que representava o prefeito, confirmou: "Ainda jogamos esgoto em nossos córregos. Sete Lagoas não está fazendo o dever de casa".
Depois do alongamento, todos se juntaram para a caminhada. Uma banda formada pelos alunos seguia sem parar de tocar. O aluno da escola Estadual Professor Fernandino Junior, Jean Carlos contou que tiveram palestras sobre meio ambiente antes da caminhada de hoje. "O pessoal da Escola Técnica falou que o rio Matadouro é o mais poluído e não tem mais biodiversidade", contou. A pedagoga da secretaria de educação de Sete Lagoas explicou que estão sendo feita atividades com os alunos desde o inicio do mês e que ainda terão outras atividades. "Os alunos se sentem motivados, repassam o que aprendem para os pais e comunidades e se tornam divulgadores da idéia de recuperação do rio", explicou.
A caminhada não acabou
Ao chegar no Casarão, os coordenadores do Projeto Manuelzão receberam as escolas e as convidaram para o debate. Nem todas participaram. "Se todo mundo está tratando o esgoto, Sete Lagoas vai continuar sem tratar?" questionou Polignano durante a recepção. Em alto e bom tom todos gritaram: "Nãaaoo".
Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente Lairson Couto, apenas 3% do esgoto da cidade é tratado. Os 97% são lançados no córrego tropeiro e córrego matadouro. O esgoto cai na rede fluvial e chega na Lagoa Paulino, o que explica sua crescente eurotrofização. O cheiro desagradável de algumas partes da cidade é perceptível.
Belo Horizonte é considerado o maior poluidor do Rio das Velhas, Sete lagoas o segundo. A capital trata 60% dos esgotos e quando a ETE Onça passar a fazer tratamento secundário, a cidade terá capacidade de tratar 100% . Sete Lagoas passará, então, a assumir o primeiro lugar na poluição. Durante o debate as cobranças foram muitas, "Sete lagoas não assumiu essa meta. Estamos sendo hipócritas. Aqui vivemos de água mineral. Não temos um centavo para tratar do esgoto e rejeitamos em 2007 a proposta da Copasa para ficar com uma autarquia politiqueira[SAAE]", manifestou Leonardo Barros, que estava na platéia.
Após a fala, a polêmica se instaurou no debate. Para a representante do subcomitê Jequitibá, Heloise Guimarães, as pessoas estão participando e se envolvendo mais com os problemas ambientais da cidade. "Ela pode estar devendo em termos de obras, mas eu acho que não é só por aí. Eu acredito que a minha parcela e a de cada um de nós é importante para mudar o quadro.", retrucou. O secretério de meio ambiente justificou que a prefeitura não tem recursos para a construção de ETEs para o tratamento de esgoto. Existe um projeto para a implementação da ETE Matadouro que está orçada em 50 milhões. Além disso, cobrou apoio do Projeto e Semad para conseguir recursos junto ao Governo Federal. Apolo lembrou que o governo apoiou Sete Lagoas oferecendo 100 milhões para que a Copasa realizasse o tratamento. A prefeitura de Sete Lagoas preferiu continuar com o serviço autônomo de água e esgoto - SAAE. Apolo disse que existem problemas de gestão dentro do SAE e denunciou o fato de pessoas estarem recebendo água de graça. "É empreguismo gente que queria usar o SAAE para ganhar voto", disse.
Polignano lembrou que estão furando mais de 100 poços para o SAAE na região que por fazer parte da área Cárstica por sofrer rebaixamento. "Por que não pegamos Jequitibá por que ele está morto, então vamos tentar o Velhas. Olha que mentalidade." "Ou temos outra relação com o rio ou vamos ir buscar cada vez mais longe água", acrescentou.
Para algumas pessoas da platéia como Antonina e Alexandre as discussões para a instalação da Copasa ou manutenção do SAAE não é clara. "Existe sim, interesse comercial da Copasa, nos recursos hídricos da região", relatou. Edna, professora da Escola Estadual Apio Sólon Cardoso ainda apontou outros problemas. Segundo ela a falta de água no seu bairro, Belo Vale, é intensa. A escola chegou a ficar uma semana sem água. "Moro na região da lagoa de Boa Vista que foi ponto turístico e que hoje está no descaso. Existem vários poços artesianos ao redor da lagoa. A lagoa já foi linda e está morrendo", relatou. Ainda tem o problema da mortalidade infantil na região. A causa de tudo isso: a falta de tratamento de esgoto e a morte dos rios que poderiam abastecer a cidade.
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