Por PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Teófilo Otoni (MG):
Estudantes do campus avançado da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas, onde o presidente Lula inaugurou nesta terça-feira o segundo de dez prédios previstos, distribuíram manifesto alegando falta de estrutura e professores para o devido funcionamento do campus, criado há três anos na periferia de Teófilo Otoni.
Três integrantes do DCE (Diretório Central dos Estudantes), credenciados pela segurança da Presidência, fizeram o protesto. Disseram que o diretório é "apartidário e independente" e que estavam ali por conta da "indignação", segundo Marcos Malaquias, 22, estudante de serviço social.
Os alunos se queixaram de falta de água para beber, falta de professores nos seis cursos oferecidos, falta de biblioteca, moradia e restaurante e do acesso --no semestre passado foram 15 dias sem aulas por causa das chuvas, o que empurrou o fim do período para 2010.
"Somos fruto de uma expansão sem qualidade e sem investimentos capazes de garantir o mínimo a uma população que merece respeito e que está cansada de discurso pseudo-progressista-esquerdista", diz o manifesto dos estudantes.
O campus, atualmente com mil alunos, é a extensão da universidade em Diamantina (a 329 km de Teófilo Otoni).
Por meio da assessoria de imprensa, a reitoria da UFVJM disse que o problema da falta de professores depende de liberação do Ministério da Educação. No campus são 54 professores. O deficit atual é de 26.
A reitoria reconhece atrasos nas obras, o que reflete na estrutura de funcionamento. A previsão é que até meados de 2011 tudo esteja concluído.
Sobre a pavimentação do acesso, disse ser responsabilidade da prefeitura da cidade.
O ministro Fernando Haddad (Educação) recebeu membros do DCE e o clima foi tenso, a ponto de ele e Lula, em discurso, pedirem "respeito" no trato com as pessoas. Lula disse que é certo eles reivindicarem.
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