Por GABRIELA GUERREIRO, da Folha Online:
Depois da queda do governador José Serra (PSDB-SP) na pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial, a oposição deflagrou movimento para pressionar o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), a disputar o Palácio do Planalto como vice na chapa do tucano. DEM e PPS estão dispostos a conversar com Aécio e o PSDB na tentativa de convencer o governador mineiro a integrar uma chapa "puro sangue", o que na avaliação da oposição pode conter o crescimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT.
O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) disse que vai conversar com Aécio nesta quinta-feira para reiterar a posição do partido favorável ao lançamento da chapa puro sangue. "Nós do Democratas acreditamos que está é a melhor chapa da oposição na disputa presidencial. Agora, temos de convencer o governador Aécio Neves. Vamos aproveitar as homenagens a Tancredo Neves para conversar mais uma vez com ele", afirmou.
O entendimento do deputado expressa o sentimento da cúpula do DEM, favorável à chapa puro-sangue. Depois que o governador afastado do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) foi descartado para a chapa de Serra em consequência da crise que atingiu o DF --e resultou na sua prisão --muitos democratas passaram a defender a tese da chapa composta apenas por integrantes do PSDB.
Além do DEM, o PPS se mobiliza para aprovar manifesto em favor da chapa Serra-Aécio nas eleições de outubro. No manifesto, o PPS afirma que vem defendendo Serra para presidente e Aécio para vice desde o início das articulações para a disputa presidencial.
A Folha Online apurou que o crescimento de Dilma nas pesquisas fez acender um sinal de alerta nos partidos que apoiam o PSDB na corrida presidencial. Embora oficialmente os tucanos adotem o discurso de que Serra ainda não é candidato e terá chances de crescer até outubro, nos bastidores reconhecem que a demora na definição da candidatura pode trazer prejuízos na disputa.
Aécio anunciou no fim do ano passado que, diante da indefinição do partido em escolher o candidato ao Palácio do Planalto, retirava o seu nome da corrida presidencial, o que forçou Serra a se definir como candidato. O governador, porém, vem reafirmando que ainda não definiu se será o nome do PSDB na corrida presidencial.
Como termina no início de abril o prazo para que candidatos deixem os cargos no Executivo, Serra terá que definir sua situação até o final deste mês. Dentro do PSDB, há pressão de vários tucanos para que o governador decida o seu destino político. O presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), já declarou que Serra anunciará sua pré-candidatura no fim de março, mesmo com as negativas públicas do governador. Mais
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