segunda-feira, 29 de março de 2010

QUE A ELEIÇÃO SEJA PLEBISCITÁRIA: QUE OS BRASILEIROS SEJAM CHAMADOS A ESCOLHER ENTRE QUEM PRODUZ E DISTRIBUI LIVROS E QUEM QUEIMA LIVROS

Por Reinaldo Azevedo:
No Brasil, mas muito especialmente em São Paulo, a eleição tem de seguir, sim, o padrão de um plebiscito. Que o eleitor seja chamado a escolher entre quem produz e distribui livros e quem queima livros; que o eleitor seja chamado a escolher entre quem planta comida e emprego no campo e quem semeia invasão, depredação e morte. É uma linguagem muito simples. É uma linguagem muito direta. Fosse o caso de conceituar as escolhas, poder-se ia indagar: “Democracia ou comuno-fascismo?” Mas isso nem é necessário. Dilma Rousseff dividiu a mesa com Bebel, a presidente da Apeoesp (abaixo, nós a vemos no melhor da sua forma) na quinta; na sexta, a sindicalista liderou a barbárie nas ruas de São Paulo. Um dia antes, em seu Twitter, Aloizio Mercadante, o ex-chefe do aloprado Hamilton Lacerda, havia dado seu apoio aos companheiros. Os candidatos petistas são, pois, co-responsáveis políticos pela fogueira. Ouçam como grita o silêncio de ambos diante do absurdo. O ex-governador Geraldo Alckmin já tem uma campanha pronta: “Livro ou fogueira de livros? Produção ou destruição?” Não há quem não consiga entender esses dois caminhos. Sigamos.

Até quando o Ministério Público vai assistir impassível aos descalabros da Apeoesp e à sua rotina de desmandos, violência e assumida politização da greve? Os dirigentes desse sindicato passaram de todos os limites. Não fosse o bastante a tal Bebel, presidente da entidade, dividir o palanque com Dilma num comício disfarçado de encontro sindical no ABC — mais uma ilegalidade, diga-se —, ela fala abertamente na questão eleitoral. O objetivo, confirma a própria sindicalista, é “quebrar a espinha dorsal desse partido e desse governador” e, “no dia 3 de outubro, varrer da face da terra de São Paulo o governador Serra e o partido que se chama PSDB”.

TUDO É TÃO CLARO, TUDO É TÃO SEM DISFARCE!

O Ministério Público não precisa ser provocado por ninguém para agir. Há uma legislação que rege os sindicatos, e ela proíbe esse tipo de manipulação político-partidária. Também os advogados dos partidos de oposição têm de entrar em ação e recorrer à Justiça Eleitoral — esta, sim, só age se acionada. Abaixo, há vídeos que PROVAM, sem margem para qualquer dúvida, o uso da máquina sindical para fins eleitorais e, obviamente, campanha antecipada.

O que demonstra que estamos assistindo a um método? Leiam esta fala:
“E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.

A fala acima é de José Dirceu e foi pronunciada numa assembléia da Apeoesp em 2000, quando o sindicato também era presidido pela ínclita Bebel. Dias depois, a 1º de junho, seguindo as ordens do chefão, os trogloditas agrediram covardemente o governador Mário Covas — agressão física mesmo! Já bastante debilitado pelo câncer (morreu nove meses depois), ele chegou a ter um ponto de sangramento no lábio e na cabeça. O vídeo com a violência comandada por Bebel e seus sectários contra Covas está aqui.

Dez anos se passaram, o PT está no poder há quase oito (mas São Paulo vem dando provas reiteradas de que não quer saber deles), José Dirceu é processado no STF por chefiar a quadrilha do mensalão, e Bebel é de novo presidente do sindicato. Os métodos continuam os mesmos. Num vídeo abaixo, vocês podem ver e ouvir Dirceu em ação naquele dia. E também acompanharão trechos da baderna da Apeoesp de sexta-feira, que antecedeu o quebra-quebra promovido pelos queimadores de livros de Dilma, Bebel e Mercadante:

FALA BEBEL:
“Nós estamos aqui para quebrar a espinha dorsal desse partido e desse governador (….)

OUTRO SINDICALISTA
“Acertamos a tática que mais acumula. Por isso, essa semana, para nós, é a semana decisiva; é a semana em que ele pede demissão da condição de governador para cuidar como (sic) candidato à Presidência e, por isso, nós precisamos de táticas.

SEGUNDO SINDICALISTA (canta musiquinha)
Daqui a pouco/ tem eleiçããão,/ lá no Planalto,/ ele não chega nããão/


TERCEIRO SINDICALISTA
“Nós vamos promover um grande bota-fora no dia 31”


QUARTO SINDICALISTA
“Zé Serra fora, fora, fora”

VOLTA BEBEL
Não será, Serra! Você não será presidente da República. Isso está escrito nas estrelas


O vídeo está aqui.


Ainda não é o suficiente para você, leitor? Então fique com mais um vídeo. Nem precisa vê-lo inteiro porque repete parte do anterior. Vá direito para 1min14s:



Deixo o registro escrito. FALA BEBEL
“Por isso, colegas e amigos, em outubro, nós temos um grande compromisso, dia 3 de outubro, dizer de uma vez por todas, varrer da face da terra de São Paulo o governador Serra e o partido que se chama PSDB”

OUTRO SINDICALISTA
A greve vale a pena e é nossa única oportunidade de quebrar esse governo. Serra disse que vai declarar a sua candidatura nos próximos dias. Nós estaremos lá para dizer que ele não será presidente da República.

VOLTA BEBEL
O que interessa é que o nosso movimento é político, sim!

Apeoesp do campo
Escrevi aqui, dia desses, que a Apeoesp é o MST das cidades, dada a semelhança de métodos e a opção preferencial pela violência. E, por óbvio, o MST é a Apeoesp do campo.

Na sexta, em Andradina, José Rainha Júnior, líder das invasões de terra no Pontal, afirmou que todos os acampamentos comandados por ele “serão comitês pró-Dilma Rousseff”. E anunciou.
“Já estamos em campanha, e vamos fazer um campo de batalha no campo pró-Dilma”.

Rainha promete uma tempestade de invasões no campo, o chamado “Abril Vermelho”. Talvez Dilma devesse comparecer a alguma invasão com aquela sua simpática bata que emula com as camisas do companheiro Hugo Chávez.

A questão que interessa é se vamos permitir que eles tutelem a democracia na base da arruaça, do quebra-quebra e da fogueira de livros. Vamos?

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