Crime no Sion. Periódico que dava sustentação ao PT local tinha escritório em empresa de Frederico Flores Sala de tortura funcionou como sede de jornal de Betim
Heron Domingues
A empresa Embla Comunicação, responsável pela publicação do jornal "Betim Já", criado para dar sustentação política à prefeita de Betim, na região metropolitana da capital, Maria do Carmo Lara (PT), funcionou na mesma sala onde estava localizada a 404 Comunicações, agência de publicidade de Frederico Flores, 32, mentor e coautor da execução dos empresários Rayder Rodrigues, 38, e Fabiano Moura, 32, no Sion, no último dia 9.
Informações que constam no expediente da primeira edição do impresso que circulou entre os dias 23 a 30 de abril de 2009, apontam a avenida Prudente de Morais, 135, sala 405, no bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte, como sede do jornal. O local, agora fechado, é o mesmo escolhido por Flores como palco das sessões de tortura contra o primo, o ex-delegado regional do Trabalho, Carlos Calazans, que foi espancado e submetido a violência sexual no local, em setembro do ano passado.
Na época das agressões, Calazans procurou o ex-deputado Rogério Correia, que, entre 2004 e 2005, manteve a jornalista Rafaela Araújo, tida como ex-namorada de Flores, como sua estagiária. Rafaela, juntamente com outro homem identificado como Geraldo Júnior, era sócia da Embla Comunicação, com CNPJ 108058940001-40. Ela seria o elo entre Frederico Flores e políticos ligados ao PT da cidade.
O jornalista Ilson Lima que anteontem disse desconhecer a ligação entre Frederico Flores e o "Betim Já" aparece como editor no expediente do jornal justamente na época em que a Embla funcionava no mesmo endereço da 404.
Cheques sem fundos da Embla Comunicação foram usados para enganar prestadores de serviços que contribuíam com a redação, diagramação e distribuição do "Betim Já". Um ex-diretor comercial da empresa, que pediu para não ter seu nome revelado, contou que era Rafaela quem contratava e cuidava dos negócios de Flores em Betim.
Segundo a fonte, o empresário ia constantemente à cidade. Eram nessas ocasiões que Flores repassava as orientações à jornalista.
Ele conta ainda que sua contratação foi feita mediante a promessa de salário de R$ 3.000, além das comissões sobre anúncios negociados com o poder público local e empresas. "Fui diversas vezes com a Rafaela à Secretaria de Comunicação de Betim. Após as conversas, passamos a receber publicidade da prefeitura, principalmente da Secretaria de Saúde e do programa "Minha Casa, Minha Vida".
Vereadora diz desconhecer jornalista
A vereadora Neusinha Santos (PT) negou ontem que o jornalista Ilson Lima, que faria parte do "esquema Flores" em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, tenha trabalhado em seu gabinete. Segundo a vereadora, ela sequer o conhece. "Ele nunca trabalhou comigo", explicou.
Informações extra-oficiais dão conta de que ele tenha trabalhado com a ex-vereadora e hoje lotada na Secretaria Nacional de Assistência Social, Neila Batista. Ela não foi encontrada para comentar o assunto. (Da Redação)
Despesas de almoço em pizzaria não foram pagas
O ex-funcionário do jornal contou que os calotes começaram depois de quatro meses. "No início me fizeram uma proposta encantadora. A Rafaela me disse que as verbas da prefeitura garantiriam a circulação do jornal, por seis meses, até ele ser viabilizado. Dizia que não era para eu me preocupar, já que tinha gente com dinheiro por trás de tudo".
Não foram só ex-funcionários que tiveram prejuízo com o "esquema Flores" em Betim. No restaurante "Pais e Filhos", no bairro Brasileia, o prejuízo também foi grande. O filho do proprietário diz que a conta acumulada ao longo de três meses por jornalistas e demais funcionários do "Betim Já" ficou de ser paga por Rafaela Araújo, mas ela sumiu. (HD)
Heron Domingues
A empresa Embla Comunicação, responsável pela publicação do jornal "Betim Já", criado para dar sustentação política à prefeita de Betim, na região metropolitana da capital, Maria do Carmo Lara (PT), funcionou na mesma sala onde estava localizada a 404 Comunicações, agência de publicidade de Frederico Flores, 32, mentor e coautor da execução dos empresários Rayder Rodrigues, 38, e Fabiano Moura, 32, no Sion, no último dia 9.
Informações que constam no expediente da primeira edição do impresso que circulou entre os dias 23 a 30 de abril de 2009, apontam a avenida Prudente de Morais, 135, sala 405, no bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte, como sede do jornal. O local, agora fechado, é o mesmo escolhido por Flores como palco das sessões de tortura contra o primo, o ex-delegado regional do Trabalho, Carlos Calazans, que foi espancado e submetido a violência sexual no local, em setembro do ano passado.
Na época das agressões, Calazans procurou o ex-deputado Rogério Correia, que, entre 2004 e 2005, manteve a jornalista Rafaela Araújo, tida como ex-namorada de Flores, como sua estagiária. Rafaela, juntamente com outro homem identificado como Geraldo Júnior, era sócia da Embla Comunicação, com CNPJ 108058940001-40. Ela seria o elo entre Frederico Flores e políticos ligados ao PT da cidade.
O jornalista Ilson Lima que anteontem disse desconhecer a ligação entre Frederico Flores e o "Betim Já" aparece como editor no expediente do jornal justamente na época em que a Embla funcionava no mesmo endereço da 404.
Cheques sem fundos da Embla Comunicação foram usados para enganar prestadores de serviços que contribuíam com a redação, diagramação e distribuição do "Betim Já". Um ex-diretor comercial da empresa, que pediu para não ter seu nome revelado, contou que era Rafaela quem contratava e cuidava dos negócios de Flores em Betim.
Segundo a fonte, o empresário ia constantemente à cidade. Eram nessas ocasiões que Flores repassava as orientações à jornalista.
Ele conta ainda que sua contratação foi feita mediante a promessa de salário de R$ 3.000, além das comissões sobre anúncios negociados com o poder público local e empresas. "Fui diversas vezes com a Rafaela à Secretaria de Comunicação de Betim. Após as conversas, passamos a receber publicidade da prefeitura, principalmente da Secretaria de Saúde e do programa "Minha Casa, Minha Vida".
Vereadora diz desconhecer jornalista
A vereadora Neusinha Santos (PT) negou ontem que o jornalista Ilson Lima, que faria parte do "esquema Flores" em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, tenha trabalhado em seu gabinete. Segundo a vereadora, ela sequer o conhece. "Ele nunca trabalhou comigo", explicou.
Informações extra-oficiais dão conta de que ele tenha trabalhado com a ex-vereadora e hoje lotada na Secretaria Nacional de Assistência Social, Neila Batista. Ela não foi encontrada para comentar o assunto. (Da Redação)
Despesas de almoço em pizzaria não foram pagas
O ex-funcionário do jornal contou que os calotes começaram depois de quatro meses. "No início me fizeram uma proposta encantadora. A Rafaela me disse que as verbas da prefeitura garantiriam a circulação do jornal, por seis meses, até ele ser viabilizado. Dizia que não era para eu me preocupar, já que tinha gente com dinheiro por trás de tudo".
Não foram só ex-funcionários que tiveram prejuízo com o "esquema Flores" em Betim. No restaurante "Pais e Filhos", no bairro Brasileia, o prejuízo também foi grande. O filho do proprietário diz que a conta acumulada ao longo de três meses por jornalistas e demais funcionários do "Betim Já" ficou de ser paga por Rafaela Araújo, mas ela sumiu. (HD)
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