Por Vera Rosa, Denise Madueño - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA
Disposto a obrigar o PT a apoiar a candidatura do senador Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sinal verde para o Diretório Nacional petista intervir na seção mineira, caso o partido não saia pacificado da prévia marcada para o próximo domingo.
Lula está convencido de que Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sua sucessão, precisa não apenas do apoio do PMDB como de palanque único em Minas para chegar ao Planalto. Trata-se do segundo colégio eleitoral do País, depois de São Paulo, administrado pelo PSDB.
Há, porém, uma crise à vista: a disputa no PT de Minas envolve justamente o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel ? um dos coordenadores da campanha de Dilma ?, e o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que comandou o Bolsa-Família. Ao que tudo indica, quem ganhar não vai levar e pode, no máximo, ser candidato ao Senado ou a vice na chapa liderada por Costa.
O potencial de desgaste desse confronto foi tratado ontem em duas reuniões reservadas. Em uma delas, um café da manhã na casa de Marco Maia (RS), vice-presidente da Câmara, deputados que integram a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, cobraram do presidente do partido, José Eduardo Dutra, uma posição mais firme como porta-voz da equipe de Dilma.
Amigo da candidata desde os tempos da juventude, Pimentel é alvo de fogo amigo no PT. Em conversas reservadas, dirigentes do partido avaliam que ele "posa de coordenador" e debitam na sua conta a responsabilidade pela falta de eixo na primeira etapa da campanha, quando Dilma tropeçou nas palavras e cumpriu agenda sem densidade política, ficando "refém" do adversário José Serra (PSDB). Mais
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