Um tema que começa a tomar conta das discussões é o impacto que o Shopping Sete Lagoas vai ter sobre o comércio tradicional da cidade. O temor de alguns comerciantes é o da perda de clientes para o novo espaço de compras, que vai contar com grandes redes nacionais. Eu sinceramente não acredito em prejuízo para o faturamento dos comerciantes estabelecidos, muito antes pelo contrário. É o que já disse para o secretário de Desenvolvimento, Eder Bolson, e vou tratar neste texto com mais profundidade.
A certeza de que não vai acontecer nada de ruim para o comércio atual pode vir do exemplo do que ocorreu em outras cidades com a inauguração de Shoppings Centeres, que não causou o fim e nem a decadência do chamado "comércio de rua". Me lembro de um caso em especial, o do BH Shopping, que pode ser feito uma analogia com este que abre em Sete Lagoas, por algumas coincidências: é o primeiro Shopping da cidade e fica a partir do centro a uma distância longa (inacreditavelmente em 2010 o "esquecido Eldorado" é um lugar considerado longe do centro), assim como é o de BH, que é mais distante comparativamente.
O importante é que ele não significou o fim do comércio tradicional. Lá como deve acontecer aqui em Sete Lagoas o centro de compras apenas atendeu a uma demanda reprimida dos consumidores que tinham de ir a São Paulo, Rio de Janeiro fazer compras; aqui se vai fazer evitar a sua escapada para BH. Deste ponto de vista já pode somar uma vantagem, porque o Shopping deve evitar que o desejado cliente vá fazer suas compras fora da cidade e, o mais importante, este cliente que fica aqui deixando de ir a BH, mais precisamente ao Shoppings de lá deixa também de ir complementar as suas compras no "comércio de rua" da capital, como acontece, que sei com muitos consumidores que vão ao Shopping lá.
Além de segurar o cliente na cidade, que vai então poder dizer que aqui agora tem tudo mesmo, o Shopping Sete Lagoas deve provocar uma inversão no fluxo do comércio, com o consumidor de BH vindo fazer compra no shopping daqui e, dessa forma, ele aproveita para visitar a cidade das 7 lagoas, e por que não fazer algumas comprinhas, não é mesmo? Nesse sentido, ele fará um pouco o papel que o Santa Helena Home Shopping, do Santa Helena Center, que inverteu o fluxo do comércio vendendo produtos do supermercado de Sete Lagoas em BH. A propósito, uma atividade comercial que tem a contribuição deste escrevinhador, que auxiliou fazendo o processo de marketing deste negócio com muito orgulho, ajudando a gerar empregos em SL com vendas fora. Ah, sim: não sei como vai ficar essa atividade virtual de vendas, me disseram que Hiper Santa Helena pode prossegui-la agora que o EPA arrendou o supermercado local.
De volta ao ponto, além de poder inverter o fluxo do comércio com BH, este Shopping vai também ser um catalisador de consumidores de toda a região, que da mesma forma vai atrair mais riqueza para Sete Lagoas como um todo, dentro do mesmo processo de também visitar a cidade além Shopping.
Então comerciante de Sete Lagoas se prepare para vender mais e não menos com a inauguração do Shopping. O desafio para aproveitar melhor essa oportunidade que, pode ter certeza vai se abrir, é reinventar-se também, inaugurando junto com o Shopping uma nova era de prestação de serviços.
PS.: Atenção!!! Segunda-feira tem um chamamento para os leitores aqui neste blog.
Um comentário:
Caro Lenardo,
Estava ausente em relação aos comentários, por motivo de estudos, estou de volta.
Concordo com o seu ponto de vista sobre esse assunto, porém,para que o comércio tradicional de Sete Lagoas realmente consiga tirar proveito dessa nova situação, vai ter se aperfeiçoar (e muito!) Com excessão do setor supermercadista da cidade e outros casos isolados, nosso comércio é fraco, pouco preparado, tem um atendimento sofrível e poucas opções de produtos. O mesmo acontece com os prestadores de serviços. O relacionamento entre o comércio/serviço com o consumidor é extremamente amador. Atualmente, não se consegue comprar sequer um par de sapatos na cidade, sem ter que recorrer a várias lojas, até que se encontre o que realmente quer, ou simplesmente desistamos.
É impressionante o atraso e o desconhecimento dos comerciantes sobre novos produtos.
Para tudo o que se tenta comprar por aqui, ouvimos as frases: "não tem, mas tem esse outro aqui que é a mesma coisa", ou simplemente: "ah, isso eu nunca vi", ou "isso saiu de linha", entre outras desculpas esfarrapadas.
Espero sinceramente que os comerciantes locais abram os olhos para o futuro (cada vez mais próximo) e tomem alguma atitude. Excelência é a palavra-chave atualmente para qualquer ramo de negócio. Mesmo que isso custe um pouco mais.
Um abraço!
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