Leiam trecho da entrevista de Serra, concedeu a Carla Kreefft e João Gualberto Jr., do jornal O Tempo:
Qual o peso que o ex-governador Aécio Neves pode ter na campanha do senhor?
Ele tem uma força muito grande em Minas. Seu governo, entre todos os governos estaduais avaliados nos últimos oito anos, foi o melhor. Se você tem alguém que é tão reconhecido pelos mineiros, sempre há uma influência positiva naqueles que estão juntos na campanha.
O senhor poderia falar das propostas específicas para Minas Gerais.
Tem uma questão em Minas que é fundamental, que são as estradas. Minas tem 25% das estradas do país. Oito de cada dez estradas federais estão esburacadas, não estão bem. Minas sofre muito com isso. Temos que eliminar, de qualquer maneira, esse atraso. Nos últimos sete anos, o governo arrecadou R$ 65 bilhões com a Cide, que é um imposto destinado a investir nas estradas, gastou um terço disto. O Dnit é loteado politicamente e não obedece critérios de prioridade, sem falar que trabalha com custos muito altos. Para Minas, esse é o problema número um a ser equacionado. Dou o exemplo simbólico de todas as estradas com problemas que vai de Belo Horizonte a Governador Valadares (BR-381), que infelizmente é chamada de estrada da morte com razão.
O metrô é um grande problema em Belo Horizonte. Está na agenda?Está na agenda direto. O metrô aqui está parado há muitos anos. Quando fui ministro do Planejamento (1995-1996), eu coloquei dinheiro, pelo governo federal, e foram feitos seis km. E acabou, nunca mais teve nada. Vejo candidato dizendo que vai fazer o metrô em Belo Horizonte, mas passou oito anos e não fez nada. E quando digo Belo Horizonte, é a grande Belo Horizonte. E é uma época boa para fazer porque a grande Belo Horizonte tem uns cinco, seis milhões de habitantes. A grande São Paulo tem 20 milhões. O que acontece: quanto maior, mais caro para fazer. Tem que retomar o metrô em parceria com o governo do Estado, com o setor privado, com as prefeituras e com o governo federal.
Candidato, e a revisão do pacto federativo?Os municípios têm responsabilidades mas contam com arrecadação reduzida. O Congresso está aumentando as responsabilidades dos municípios. Tem um artigo na constituição, que fui eu que coloquei quando fui constituinte, que é o artigo 23. Esse artigo diz que a lei estabelecerá critérios de divisão de encargos entre União, Estados e municípios. Esse artigo nunca foi regulamentado. Toda vez que o Congresso e o Executivo aprovarem uma lei que implica gastos para os municípios, eles têm que entregar os recursos.
Para as reformas, o senhor acha que seria necessário uma constituinte exclusiva?
Não. As questões tributárias poderiam ser resolvidas por dispositivos infraconstitucionais. Não estou dizendo que todas vão ser assim. Criou-se o mito que tudo precisa mexer na Constituição.
O senhor chegou a prometer peitar o Congresso para fazer a reforma política.Vou peitar a reforma, não é peitar o Congresso. Vou começar por uma medida cuja chance de ser aprovada é muito maior, que é implantando o voto distrital nos municípios onde têm segundo turno. Em vez do eleitor se deparar com uma centena de candidatos, ele vai se deparar com quatro ou cinco. Então, vai escolher melhor, vai acompanhar, vai controlar, vai lembrar.
Candidato, não podemos deixar de falar do acirramento do discurso. É o tititi.
Tenho uma enorme vontade de discutir propostas, isso que o Brasil precisa. A estratégia petista é dizer: olha a baixaria. É uma técnica para que as teses não sejam debatidas. Continue lendo no O Tempo
O metrô é um grande problema em Belo Horizonte. Está na agenda?Está na agenda direto. O metrô aqui está parado há muitos anos. Quando fui ministro do Planejamento (1995-1996), eu coloquei dinheiro, pelo governo federal, e foram feitos seis km. E acabou, nunca mais teve nada. Vejo candidato dizendo que vai fazer o metrô em Belo Horizonte, mas passou oito anos e não fez nada. E quando digo Belo Horizonte, é a grande Belo Horizonte. E é uma época boa para fazer porque a grande Belo Horizonte tem uns cinco, seis milhões de habitantes. A grande São Paulo tem 20 milhões. O que acontece: quanto maior, mais caro para fazer. Tem que retomar o metrô em parceria com o governo do Estado, com o setor privado, com as prefeituras e com o governo federal.
Candidato, e a revisão do pacto federativo?Os municípios têm responsabilidades mas contam com arrecadação reduzida. O Congresso está aumentando as responsabilidades dos municípios. Tem um artigo na constituição, que fui eu que coloquei quando fui constituinte, que é o artigo 23. Esse artigo diz que a lei estabelecerá critérios de divisão de encargos entre União, Estados e municípios. Esse artigo nunca foi regulamentado. Toda vez que o Congresso e o Executivo aprovarem uma lei que implica gastos para os municípios, eles têm que entregar os recursos.
Para as reformas, o senhor acha que seria necessário uma constituinte exclusiva?
Não. As questões tributárias poderiam ser resolvidas por dispositivos infraconstitucionais. Não estou dizendo que todas vão ser assim. Criou-se o mito que tudo precisa mexer na Constituição.
O senhor chegou a prometer peitar o Congresso para fazer a reforma política.Vou peitar a reforma, não é peitar o Congresso. Vou começar por uma medida cuja chance de ser aprovada é muito maior, que é implantando o voto distrital nos municípios onde têm segundo turno. Em vez do eleitor se deparar com uma centena de candidatos, ele vai se deparar com quatro ou cinco. Então, vai escolher melhor, vai acompanhar, vai controlar, vai lembrar.
Candidato, não podemos deixar de falar do acirramento do discurso. É o tititi.
Tenho uma enorme vontade de discutir propostas, isso que o Brasil precisa. A estratégia petista é dizer: olha a baixaria. É uma técnica para que as teses não sejam debatidas. Continue lendo no O Tempo
Um comentário:
Serra sabe o que fala, pois é um ótimo administrador e um ser pensante, com luz própria.
Postar um comentário