domingo, 29 de agosto de 2010

SEGUNDO MATÉRIA DA VEJA "O FUTURO JÁ CHEGOU EM SETE LAGOAS" - SERÁ? COMENTO NO POST AMANHÃ AQUI NO BLOG


Por VINÍCIUS SEGALLA, na Veja:
A dualidade é a marca de Sete Lagoas. Fincada em um cenário bucólico, ela abriga casas de veraneio dos ricos de Belo Horizonte, que viajam apenas 70 quilômetros para desfrutar os sítios e chácaras situados às margens dos seus lagos. A tranquilidade da região balneária contrasta com o frenesi do anel industrial que a circunda, onde estão situados os fornos de fundição de ferro-gusa. Embora eles ainda sejam importantes para a economia local, na última década os negócios na cidade se diversificaram de tal forma que ganharam robustez suficiente para que Sete Lagoas superasse abalos na sua principal atividade. Fábricas de bens de consumo tão díspares como cerveja e veículos de transporte praticamente triplicaram o produto interno bruto do município. Durante a última crise financeira internacional, essas empresas não só mantiveram viva a economia de Sete Lagoas como também ajudaram a absorver os 4000 desempregados da siderurgia.

A diversificação do parque fabril começou em 2000, com a instalação de uma montadora de caminhões, a Iveco, da Fiat. No início das suas operações, ela produzia 6000 unidades por ano. Em 2009, entregou 20000. Como ocorre na indústria automotiva, a Iveco trouxe consigo uma série de fornecedores, que se instalaram nas imediações de sua planta. A mudança foi de tal ordem que esse setor substituiu a siderurgia como principal motor da economia local. Hoje, ele responde por nada menos que 33% da receita fiscal do município, contra 27% proporcionados pela fundição de ferro-gusa. Outro fator determinante para a mudança do quadro econômico foi a abertura de uma unidade da AmBev. A planta, que requereu um aporte de 204 milhões de reais, é constituída por uma área de produção de cerveja e outra de envasamento de bebidas. Inaugurada em 2008, a unidade já está em obras para dobrar sua capacidade produtiva.

Na esteira do crescimento, surgiu em Sete Lagoas uma classe média com novas necessidades e disposta a gastar com prazeres mais refinados. No ano passado, por exemplo, começou a funcionar uma agência de babás que atende uma clientela de mães com agenda lotada de dia e ávida por desfrutar a noite. Também em 2009, a advogada Érica Sousa, de 30 anos, abriu uma enoteca cujo catálogo exibe 200 vinhos argentinos, chilenos e europeus. “Sou consumidora e sentia falta de urna loja como a minha”, diz Erica, que vende o dobro do que previa inicialmente. Essa elite nascente é ávida, naturalmente, por condomínios luxuosos. Construídos por empreiteiras locais, eles exibem a riqueza de seus compradores e ajudam a aquecer a economia de Sete Lagoas.

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