sábado, 21 de maio de 2011

ÍNTEGRA DO MEU ARTIGO: "O CAMINHO É MINAS GERAIS" - EMBRÓGLIO METRÔ DE BH

(data original da postagem 14 de março de 2011, às 08:59
O Caminho é Minas Gerais
Por Leonardo Barros

Dos supostos recursos que o governo Federal destinou para mais uma modalidade de PAC, o intitulado desta vez de “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade em Grandes Cidades” dois terços são para se tomar emprestado. De acordo com essa proporção BH teria R$ 800 mil de investimento da União, o restante do programa R$ 1,6 bilhão é para endividar-se.

A prefeitura informou que destinará esse Programa para expansão do metrô. Mas formatado dentro da burocracia estatal sem a devida negociação com o distinto público alvo como é habito no governo do PT, o dinheiro não basta para pagar as obras do metrô, faltariam R$ 1,1 bilhão.

Pois bem, ainda que insuficiente e oneroso, o dinheiro se liberado, já seria um fato auspicioso para o transporte de BH e região Metropolitana. Entretanto, o histórico de execução do PAC de menos de 50% do programado é razão mais que suficiente para que as autoridades mineiras coloquem as barbas de molho. E mais do que ficar de sobreaviso é hora de agir.

Aliás, é o que de certa forma já está fazendo o prefeito Márcio Lacerda (PSB), que reuniu-se na capital paranaense com os colegas Luciano Ducci (PSB), de Curitiba, e José Fortunati (PDT), de Porto Alegre. Atento, suponho, ao risco dessa promessa não sair da prateleira dos PACs para a obra, ele e os colegas se anteciparam numa união de cidades com demandas “similares”. A intenção da iniciativa parece ótima, a estratégia para BH um tanto deslocada e perigosa.

Reparem que a justificativa para a articulação com essas cidades segundo o prefeito de Curitiba é que “as três capitais têm interesses comuns e projetos similares”, mas não dá para ignorar que esses interesses também são conflitantes na medida em que eles competem entre si.

Ou seja, o prefeito de BH apadrinhou os interesses de outras duas cidades e desta feita fica ele impedido de, a partir de então, defender exclusivamente o projeto de BH, na sua bagagem agora tem os peixes de Curitiba e Porto Alegre. Esse pode ter sido um grave equívoco.

Estratégia mais eficaz seria a mobilização que unisse o povo de Minas Gerais em torno de uma demanda premente que já esgotou todos os limites de paciência. Somos o 2º colégio eleitoral do país, a terceira maior economia. Desta feita, é mais estratégico mostrarmos a força de Minas Gerais tão propalada e pouco explorada a reunir-se com quem é competidor.

É uma situação parecida com a do Brasil no Mercosul onde o país escolheu ficar preso a um tratado coletivo regional que o impede de fazer bons acordos bilaterais. O próprio governo federal pode usar espertamente esse fato político para não atender a demandas individuais de BH.

Claro, não se trata de ser contra a busca da solidariedade mútua para defender interesses comuns, mas na causa em questão BH deveria buscar a solidariedade de seu estado. E estou certo de que Minas Gerais se uniria em toda a sua dimensão na defesa de sua capital.

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