Na tarefa de fazer jornalismo a informação é para ser socializada. Essa é a essência da atividade. É o que os leitores vêm buscar num blog como o que escrevo: informação, sobretudo, aquela que não está disponível em veículos tradicionais, mais preocupados em garantir boas relações com o poder, que expô-los a sociedade.
Ou seja, a ética no jornalismo de verdade pressupõe o trabalho de socializar a informação; a falta de ética está na ocultação da mesma.
Isso, repito, no jornalismo. E pode ser totalmente o contrário, e quase sempre é, quando se é um servidor público ou privado. O papel em que se está exercendo altera completamente o que é ser ético ou anti-ético no trato da informação. Ou saindo da teoria para prática eu vivi os dois papeis no ano passado, onde em um instante eu era o escrutinador buscando informação e no momento seguinte eu participava da construção do acontecimento. O que eu fiz? Enquanto escrutinador que levantou informações sensíveis eu as socializei, até sob o protesto. Enquanto no papel de fazer eu tive acesso a informações também sensíveis, porém, eu NUNCA lhes revelei.
O caso prático referenciado acima aconteceu no dia 18 de maio de 2010, onde nos reunimos eu, o vereador Marcelo da Cooperseltta (PMN), o vereador Caio Dutra (PMDB) e o secretário de Saúde Jorge Corrêia Neto na Câmara Municipal para discutir soluções emergênciais até, para o estado das coisas. E alí surgiram informações significativas para um blogueiro, jornalísta, porém, alí não estava um blogueiro, jornalística, sim um individuo no papel de colaborador, ainda que voluntário. Desta feita, às informações reservadas disponibilizadas ficaram exatamente alí no que dependeu de mim. Aliás, é até estranho: porque tento lembrar o que é e não consigo, tal foi a disciplina mental do exercício da atividade, naquele momento, NÃO jornalística.
E isso para mim é o comum, o normal, por mais surpreendente que possa parecer para o leitor antigo deste blog, acostumado ao trabalho feito por mim aqui. Afinal a maior parte das minhas atividades não foram com jornalismo. Eu só o exerci quando senti falta de JORNALISMO DE VERDADE.
Vejam um outro exemplo. Eu tenho acesso a informações privilegiadas e estratégicas da Educação do Estado, interessado que sou no assunto, discuto-as particularmente quase todo dia com a fonte dessas informações, entretanto, quantas vezes vocês leram aqui alguma coisa a respeito? Nunca. Podem procurar, entre os quase 5000 textos. Não tem nada.
Concluindo. Em minha vida inteira lidei com informações estratégicas sejam nas empresas que trabalhei como Bradesco, Fiat Automóeis, Sharp e na Consultoria em Gestão e Marketing e... no jornalismo. Em todos estes casos cumpri a risca a ética: reservando a informação ou socializando-a. Fui claro?
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